domingo, 9 de outubro de 2016

PRÓXIMA PARADA - OSLO

Segunda embarco, de trem para Oslo, atravesso a ponte Oresund, em direção à Malmo, atravesso parte da Suécia e, em Gotemburgo pego outro trem e sigo em direção à Oslo, na Noruega. São 8 horas de viagem mas que compensam pela paisagem e pela possibilidade de um break. Imagino a maravilha que será um dia inteiro sem ter que visitar museu, nem palácios, nem fazer city tour de barco, de ônibus, etc. Simplesmente não ter que fazer nada, só ficar sentada no carro restaurante, admirando a paisagem ou lendo. Comecei a leitura  do autor norueguês, Kal Ove Knausgard, a história que passa-se em Malmo e tem ajudado a entender a cultura Escandinávia, sua mania da alimentação saudável, sua preocupação com a educação das crianças e com o politicamente correto.

E estou precisando relaxar. Tive um começo de viagem muito estressante. Primeiro foi a vinda do Brasil, que levou 27 horas. 15 de SP até Londres, sentada sem dormir porque meu banco era na última fila e a poltrona não reclinava quase nada. E, a garota que estava ao meu lado resolveu ficar de papo com uma outra o tempo todo.
Depois, no hostel, tive um problema com uma pessoa do staf - confirmando o que já vinha percebendo: que você nunca deve "bater de frente" com um europeu porque se você sair ganhando ele não vai perdoa-la e se vingará usando de "golpe sujo", e foi o que aconteceu - no chek-in uma funcionária havia dito que eu precisava pagar, argumentei que já estava tudo pago e depois de ter verificado no seu computador, concordou comigo. Mais tarde, reclamei de um problema com o quarto e ela não gostou. Então, no dia seguinte essa mesma funcionária voltou a dizer que não estava pago. Mostrei os comprovantes de pagamento, mas ela dizia que, se não estava no sistema dela, não estava pago. A briga foi grande e foi mais 1 dia de estresse e somente hoje estou relaxando.

A consequência foi que cancelei a reserva do hostel de OSLO e ficarei em um hotel. Preciso de mais espaço para respirar depois desta "pendenga". Em Estocolmo continuo com reserva no hostel e, em St. Petersburgo já estava programado ficar em um hotel. Assim, creio que vou intercalando hostel com hotel, para dar uma relaxada de vez em quando. 

Não imaginava encontrar tantos imigrantes na Escandinávia mas em todas as estações por onde passei encontrei bastante mulheres com véus islâmicos. Talvez, por isto, tanto policiamento nos trens. Depois que o funcionário verificava as passagens, vinham dois policiais com um pastor alemão na coleira, conferindo as bagagens - não mandavam abrir todas, só se todos tinham alguma suspeita. Por sorte não eram intimidadores, agiam com muita educação. São em geral, bastante simpáticos. Disse que era turista, perguntaram se tinha bagagem, se ia ficar em hotel e pediram meu passaporte (agora só uso o europeu). Deu, assim, para perceber que o controle é bastante rigoroso. 

Outra surpresa aqui foi o hotel, estou com uma sensação de estar morando dentro de uma máquina. Cheguei e não havia recepção, só uma máquina onde tive que digitar o código da minha reserva, pagar à máquina e receber - da máquina - um cartão que me permitiu entrar no hotel e no quarto. Entrei, fui para o quarto - tudo isto sem falar com ninguém - menos mal, porque também não precisarei brigar com ninguém. Mesmo porque não dá para brigar com uma máquina. 
O quarto é muito pequeno, claro que escolhi o mais barato no centro. Mas, pelo nome já deveria desconfiar, CityBox. Mas a localização é ótima e ele é bom, bonitinho. O banheiro tem piso aquecido, uma delícia. Aqui é tudo muito limpo e cheiroso. Mesmo no hostel em Copenhagem, os lençóis eram brancos e engomados, e as toalhas também brancas, de fio egípcio, grandes e grossas. Não dá para reclamar do conforto. Talvez, da falta de calor humano.





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