sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

VIAGEM - PENÍNSULA IBÉRICA, AÇORES E MALTA

ÍNDICE


PREFÁCIO

JUNHO 
PORTUGA..........I. LISBOA ........................................... Dia 02/06  

                                      SINTRA .............................................Dia 03/06
                                           
                                       LISBOA................................ ............ Dia 04/06 a 13/06
                         
                                   II. LISBOA ............................................Dia 15/06 a 19/06

                                  III. PORTO .............................................Dia 20/06

                                  IV. LISBOA ............................................Dia 24/06 a 27/06


JULHO 
ESPANHA...........V. MADRI

                                     VI. VALENCIA
  
                                    VII. IBIZA

PORTUGAL....VII. SETÚBAL E CACILHAS................14/07 a 19/07

                                     IX. LISBOA.............................................22/07 a 26/07

 AGOSTO                    X. LISBOA...............................................28/07 a  05/08
                                                                                                 
                                      XI. OEIRAS ...........................................08/08
                     
                                     XII. LISBOA............................................09/08 a 12/08

                                    XIII. FARO................................................14/08

                       
 ESPANHA....... XIV. SEVILHA

                                      XV. GRANADA

                                     XVI. MADRI    

MALTA ..............XVII. ILHA DE MALTA

                   
SETEMBRO 
PORTUGAL  XVIII. OEIRAS..............................................02/09 a 03/09

                                     XIX. COIMBRA ........................................06/09

                                      XX. AÇORES............................................ 10/09 a 13/09

                                     XXI. ÉVORA...............................................20/09

                                    XXII. LISBOA..............................................22/09 a 26/9  
  

ALGUMAS DICAS PARA MARINHEIROS DE PRIMEIRA VIAGEM A LISBOA


POSFÁCIO                   
                 

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

PREFÁCIO



Não importa por onde andemos na Europa que sempre iremos encontrar um castelo ou uma ruína romana. O Império Romano conquistou grande parte do continente, nele deixando sua marca através de magnificas obras da engenharia, como aquedutos, arenas e anfiteatros. Também as invasões muçulmana legaram à península ibérica, principalmente na região da Andaluzia, Sevilha e Granada, belos exemplares da arquitetura árabe.
No entanto, foram as invasões germânicas que trouxeram maiores transformações através de alianças, casamentos entre herdeiros de diferentes coroas e principalmente de guerras intermináveis, muitas delas patrocinadas pela igreja católica, determinando a configuração da Europa atual.

No seriado "Izabel, a Rainha de Castela" do +Globosat pude constatar quão criminosa foi a influência da igreja católica na sua ambição por expandir sua religião e manter seu poder em todo o continente. Para tanto serviram-se das Cruzadas, chamadas, na época, de Guerras Santas, para combater os infiéis, promovendo verdadeiros massacres de muçulmanos. Não  satisfeitos,  praticaram também o genocídio de milhares senão, milhões de judeus, queimando-os nas fogueiras da Inquisição. Papel hoje representado, no ocidente, pelo terrorismo islâmico e, no século passado, pelo Nazismo.

Não eram só as guerras, mas também as intrigas e traições, motivadas por ambições desmedidas e paixões pelo poder que decidiam o destino das nações. O que não é muito diferente da nossa atual "corte" no Planalto Central. Talvez hoje mais civilizados e não mandem mais cortar cabeças, como nos seculos XV a XVII, na Europa. 
No filme "A Jovem Rainha", de M. Kaurismäki, sobre a rainha Cristina da Suécia, vemos houve exceções durante a idade média e, nações onde não havia muita influência da religião, onde a razão e o amor ao conhecimento científico, a filosofia e as artes imperaram, não só existiu mais justiça como hoje estes países são exemplos de democracia e prosperidade.
                                                       
Daqui a 3 meses estarei indo para Portugal e Espanha. Depois da leitura de livros e de ter assistido a alguns filmes sobre a idade média europeia e sobre a Casa de Castela e Aragão, dos seus acordos espúrios com o Vaticano, verei com outros olhos estes países, seus monumentos e palácios. 




                                          NOTAS SOBRE PORTUGAL

PORTUGAL = Portus - Cale (celta)

REGIME: Semipresidencialismo....... Presidente: Marcelo R. Sousa
                                                             Primeiro Ministro: Antonio costa

PIB PER CAPITA.............................  21.800 US$

IDH..................................................... muito elevado

GINI.................................................... 0,33 (bom: 25 - ruim: 66)

CÓD. TELEFONE..............................+ 351

CAPITAL: Lisboa................................população: 504.500 habitantes (Floripa 470 mil)


RESUMO DA HISTORIA:
1297 - O mais antigo estado-nação da Europa
1581 a 1640 - Domínio Espanhol
Século XVII a XVI - Império Português. Até 1999 com a transferência de Macau para a China.
1889 - fim da monarquia no Brasil
1910 - termina monarquia e inicia 1a. República Portuguesa, que deu lugar à ditadura militar.
1933 - Estado Novo presidido por Salazar.
1974 - Revolução dos Cravos. Independência das colônias ultramarina, Angola e Moçambique.

ECONOMIA;
1986 entra para o E.U. Economia baseada em serviços, como telecomunicação. Alguns produtos agrícolas, como vinho, azeite e cortiça e, atualmente, investe em turismo.

MONARCAS:
Dinastia Afonsina - 1297
1. Dom Afonso Henriques O Conquistador 
2. Dom Sancho I  O Povoador
3. Dom Afonso II  O Gordo
4. Dom Sancho II  O Piedoso
5. Dom Afonso III  O Bolonhês
6. Dom Dinis I  O Lavrador
7. Dom Afonso IV  O Bravo
8. Dom Pedro I  O Cruel
9. Dom Fernando I  O Belo

     Dom Leonor Teles - regência
     Dom João Mestre de Avis

Dinastia de Avis - 1385
10. Dom João I  O da Boa Memória
11. Dom Duarte I  O Rei Filósofo
12. Dom Afonso V O Africano
13. Dom João II  O Príncipe
14. Dom Manuel I  O Venturoso (é descoberto o Brasil)
15. Dom João III   O Piedoso
16. Dom Sebastião I  O Desejado
17. Dom Henrique I  O Casto

Dinastia Filipina (casa reinante: Habsburgo) -  1581

DOMÍNIO ESPANHOL (Foram também reis de Castela, Paises Baixos, Nápoles, Sicília, Leão, Aragão, Valência, Galiza, Navarra, Granada e Reis de Espanha).
18. Dom Felipe I  O Prudente
19. Dom Felipe II  O Pio
20. Dom Felipe III  O Grande

Dinastia de Bragança - 1640 
FIM DO DOMÍNIO ESPANHOL
21. Dom João IV  O Restaurador
22. Dom Afonso VI  O Vitorioso
23. Dom Pedro II  O Pacífico
24. Dom João V  O Magnânimo
25. Dom José I  O Reformador
26. Dona Maria I  A Louca
     Dom Pedro III  O Capacidónio
27. Dom João VI  O Clemente
28. Dom Pedro IV (no Brasil Dom Pedro I)  O Rei-soldado
29. Dona Maria II  A Educadora
30. Dom Miguel I  O Absolutista
     Dom Fernando II  O Rei Artista
31. Dom Pedro V  O Bem-amado
32. Dom Luiz I  O Popular
33. Dom Carlos I  O Mártir

34. Dom Manuel II  O Desventurado - 1910


terça-feira, 26 de dezembro de 2017

I - LISBOA E SINTRA

02/06/2017
Cheguei ontem e ainda estou me recuperando da viagem, que foi cansativa, como sempre. Saí ao meio-dia e meia de Floripa e cheguei em Lisboa as onze e meia do dia seguinte. Até agora só fiz tentar, inutilmente, resolver um problema com o cartão de crédito, indo de uma agencia a outra do BB.  
Comprei um chipe local, com Internet - o novo número é 00351 91 066 91 27. Por sorte o whatsApp continua o mesmo, não altera em nada. 
Quanto as acomodações, o local, conforme suspeitava, é na verdade uma Guesthouse. Não é uma casa de família nem um hotel, mas um apartamento com muitos quartos, uma cozinha de uso comum e nada mais além de uma pequena recepção onde nem sempre tem alguém para atender. Mas o quarto é razoável e a localização é boa. 
A temperatura hoje esta bastante agradável, em torno de 23o e um céu de brigadeiro, sem uma única nuvem. 
A foto abaixo é do prédio onde estou hospedada, que fica em Estefânia, perto da Praça dos Touros, do Museu Calouste Gulbenkian e do Magazine El Corte Inglês.




A tarde, já refeita da viagem, fui para a Baixa e Chiado onde comi o melhor arroz-doce da minha vida. Amo o centro mesmo quando esta cheio de turistas e há muitos espanhóis, americanos, alemães, como nunca tinha visto antes. Os europeus estão descobrindo Portugal, não só a região do Algarve, como era antes. Embora tenha encontrado também bastante brasileiros. Com tantos idiomas, mais fácil de traduzir que o português atropelado dos nativos, a cidade me pareceu mais alegre. 
Fui andando até a Praça do Comércio, um dos meus locais preferidos - a beira do rio mais bonito do mundo, o Tejo, onde encontrei alguns turistas tomando sol em trajes de banho. 




Na praça do Rossio, para onde me dirigi depois para pegar o metro de volta para casa, havia um bailinho em plena praça, onde a turma da terceira idade divertia-se sem dar-se conta do vento que começava forte. 
Como manézinha da ilha que sou, logo identifiquei - isso é vento sul, sinal de tempo seco. Ou seja, continuará este céu azul, maravilho. 





03/06/2017
Hoje decidi ir a Sintra, aproveitando que ainda estou no começo da viagem e já descansada da viagem, pois a cidade é cheia de ladeiras. Peguei um trem em uma estação aqui perto e em uma hora estava em Sintra. É uma cidadezinha linda, com muito verde em seu entorno, cheia de mansões escondidas no meio dos bosques de uma vegetação exuberante. Não sem razão o Parque Natural de Sintra-Cascais foi considerado Paisagem Cultural e Patrimônio da Humanidade. 
Já, o centro histórico tem muitos turistas e lojinhas de souvenir, inevitável.







O Palácio Nacional de Sintra, antiga casa de campo dos reis de Portugal, fica bem no centro, no alto da colina. Foi moradia de Celtas, depois dos mouros e quando D. Afonso Henriques tornou-se rei de Portugal mandou reformar e transformar em sua casa de veraneio. Sintra possui um clima bastante ameno no verão mas há dois dias venta muito na região e a cidade deve ser a moradia do monstro Adamastor (vide Camões). Senti bastante frio, mesmo estando com duas malhas de manga comprida. 




A fachada do palácio revela a influência mourisca nos adereços das portas e janelas conforme podem ver na foto acima. Já, no interior a decoração é predominantemente portuguesa, com muita azulejo e móveis bastante pesados, com muitos entalhes na madeira. Tudo muito austero, despojado. 
Exceção dos forros do teto, que são bastante trabalhados, com pinturas, algumas até curiosas como a dos urubus, mandado pintar por D. João I (?) em referências as fofocas da corte.   






Outro teto interessante é desta sala abaixo com os brasões das famílias mais importantes da aristocracia - 72 das 278 do livro do Armeiro-mor (lista dos títulos nobiliárquicos de 1509). Procurei o brasão dos Arrudas e não encontrei, sinal de que deviam ser tão importante assim!



A cozinha, na foto abaixo, é outro espaço interessante, que também chamou atenção pelo despojamento. Como eles preparavam os banquetes com tão pouco equipamentos e utensílios? Mas o mais curioso são as duas chaminés enormes, que parecem dois enormes funis e dão a fachada uma aparência muito estranha. E não me perguntem o que está escrito acima do arco da cozinha. Responderei quando for novamente a Sintra.



Voltei a pé para a estação, pensando em ir a Pastelaria Sapa, que fica no caminho e é famosa pelas queijadinhas, mas estava fechada. Encontrei, no entanto, uma outra, maravilhosa, chamada "Café Saudade".
Acho que quando voltar para o Brasil serei chamada de dona Redonda - não dá para resistir aos doces portugueses!


A foto abaixo é da Fonte Mourisca, também no caminho para pegar o trem, que aqui chama-se comboio, palavra mais simpática que trem. Algumas palavras usadas pelos portugueses são mesmo encantadoras.  




04/06/2017
Continua um vento infernal! O jeito foi evitar passeios ao ar livre e ir ao Museu Calouste Gulbenkian, há 2 quadras de onde estou hospedada. 
Não poderia ter tido melhor idéia porque foi uma descoberta incrível, o prédio fica no meio de um grande parque de 70 mil m2 e está totalmente integrado com o jardim, que é deslumbrante. Tem até uma arena para consertos ao ar livre.  






Não fosse só isto ainda tem uma cafeteria e um restaurante bem supimpas (foto acima). 



São 4 prédios, este da foto acima é muito charmoso,  é o de arte moderna. Os espaços internos são de uma beleza e uma leveza que falta ao nosso Oscar Niemeyer. Percebam a luz do interior, como é mágica. 



Creio que virei muitas vezes aqui. Fiquei encantada com o lugar e mais ainda porque fica há 10 minutos da minha guest.     




05/06/2017
O cais do porto esta lindo, foi revitalizado transformando-se em área de lazer e os antigos armazéns em bares e restaurantes.  O local é hoje conhecido como Cais de Sodré. 







Depois de tomar uma taça de sangria em um bar do Cais, resolvi pegar um elétrico (bondinho) e ir até Belém visitar o MAAT, o Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia inaugurado ano passado. 
O projeto da arquiteta inglesa Amanda Levete é deslumbrante - o prédio é todo prateado e tem o formato de uma onda, imitando o movimento de fluxo e refluxo das marés (ou será que foi a sangria?!). A sensação é que nasceu daquela paisagem e possui a mesma essência do rio, do céu e da luz de Lisboa.  
A ponte 25 de abril, ao fundo, de cor coral, com seu delicado desenho também está ela perfeitamente integrada a esta paisagem.  
Mas, como o Guggenheim, em Nova York, o museu também muito mais interessante por fora do que por dentro. 
Em contraponto à exuberância da luz exterior, o interior não tem luz natural. O que é justificado pelo fato deste ser também um museu da tecnologia e ligado ao antigo Museu da Eletricidade.  








06/06/2017
Hoje passei o dia a procura de novas acomodações pois, o local onde estou hospedada, além de ser uma guesthouse, deixa muito a desejar: colchão duro, barulho nos corredores, falta de espaço, etc...etc. 
Bom mesmo hoje foi só o sorvete de figo, divino, que tomei na Praça do Comércio.

NOTAS:
A decepção foi grande ao descobrir que os aluguéis pela Airbnb não são como eram originalmente: famílias que recebiam hóspedes em suas próprias casas. Que hoje tornaram-se guesthouses. São quartos administrados por um funcionário que somente aparece no local na hora de fazer o chek-in e o chek-out. A expectativa que tinha de conviver com portugueses, receber informações sobre a cidade e eventos locais, foi totalmente frustrada.



07/06/2017
Andar de elétrico é giro, como diria um nativo, significando que é muito legal. Apesar de rangerem muito, são realmente um charme estes bondinhos elétricos e cada vez que cruzam uma rua o motorneiro toca um sino. 
Acabei pagando 12 euros para ir até Alfama porque os amarelinhos, que são bem mais baratos, estavam sempre lotados e tive que pegar o verde para poder ir sentada. 
Em Lisboa vemos também o contraste entre o antigo e o moderno, como na foto abaixo.

                              
                                       Abaixo a catedral da Sé. 





Desci no mirante Santa Luzia para tirar umas fotos pois o visual é deslumbrante e o Tejo, de tão grande e azul, mais parece um oceano.








O bairro não é muito fotogênico ou eu não soube captar sua alma. Suas casas mal cuidadas não me atraíram e, pitoresco mesmo, achei só suas ruas estreitas, suas vielas e escadarias sinuosas.
Não será o meu bairro preferido embora o visual do rio e da cidade abaixo fez valer a pena a subida desta que é a mais alta das sete colinas de Lisboa.  




O castelo é outro sítio que vale a pena conhecer embora só tenha sobrado as muralhas e as torres depois do terremoto de 1755. É um lugar muito agradável para se andar e ainda podemos admirar do alto todo o centro histórico da cidade: a Baixa, parte de Alfama e ao fundo a ponte 25 de Abril.











10/06/2017
Hoje é feriado, dia de Portugal, teve parada militar e outras comemorações. Achei melhor não ir ao centro e aproveitar para relaxar nos jardins do Museu Gulbenkian onde comi o melhor bacalhau da minha vida, um bacalhau à Brás de comer ajoelhada. Depois tomei um sorvete também divino, suspeito que eles fazem sorvete melhor que os italianos.





Fiquei observando as pessoas no jardim: o casal idoso - ele pintando em aquarela a paisagem a sua frente e ela lendo; os turistas lanchando; a família fazendo pic-nic e as garotas tomando sol deitadas na grama. 
Vejo fascinada como na Europa eles tem qualidade de vida, como eles tem uma quantidade enorme de espaços públicos de lazer, de encontro - isto é cidadania.


No caminho de volta parei numa banca para comprar o Diário de Notícias e ver se publicaram o resultado do TSE, mas não havia uma unica nota. Na semana passada havia uma pequena nota no jornal e hoje nada. Também o Estadão não fala sobre a reação dos movimentos, como o Vem Para a Rua, nada.  Creio que foi tudo tão previsível que não surpreendeu ninguém. Mas acho que foi, no mínimo, vergonhoso. 



11/06/2017
O Mercado da Ribeira, que fica atrás do Cais de Sodré é fantástico, tem um espaço gourmet com enorme variedade de comidas portuguesa, algumas de chefs renomados. Estava curiosa para experimentar o famoso Prego e descobri que nada mais é do que um sandwich muito do sem graça. Ao menos, desta vez não vou dizer que comi o melhor...do mundo. 
Para compensar o almoço, antes de pegar o metro passei na Mantegueria que fica na praça Camões, ao lado da estação do Chiado e...comi o melhor pastéis de Belém do mundo!







12/06/2017
Outra das 7 colinas de Lisboa é o Bairro Alto, que começa na Praça Camões e vai até o Mirante, ops, Mirador São Pedro de Alcântara. Para ir até lá peguei o elevador da Gloria, que nada é que um funicular, em Restauradores e fui descendo a pé até a Praça Camões. 




Os enfeites são em homenagem a Santo Antonio que hoje faz aniversário, mas as comemorações seguem pelo mês todo. E festa religiosa aqui é levada muito a sério. Tem muito arraial, casamento coletivo, procissão e desfile em homenagem ao santo.


Parei para comer uma sardinha na brasa, que estava boa mas não se compara a que comi em Cascais. Fui perguntar ao garçon se era época da pesca da sardinha - perguntei em português, claro - e ele respondeu que só falava inglês. Chamei outro que, este sim falava português, embora fosse indiano e nada soubesse sobre sardinhas. O país foi invadido por imigrantes, ora pois!


Ao contrario de Balneário Camboriú que tem a fiação elétrica aérea, presa aos postes, enfeiando a paisagem urbana, aqui é um pouco melhor, a fiação fica presa as fachadas dos prédios, é mais discreto.  


De vários pontos do centro pode-se enxergar o rio mais abaixo. A foto é da Praça Camões.





12/06/2017 - NOITE
Encontrei com Ana, a garota portuguesa com quem fui ao Marrocos, que me deu a dica das festas que estão ocorrendo em toda a cidade em homenagem a Santo Antonio. 
Hoje a noite teve um desfile na avenida, o momento alto das comemorações. Dezenas de pessoas, desde ensaiadores, figurinistas, cavalinhos (?) e marchantes (?) trabalham o ano inteiro para que o seu bairro seja o mais bem representado e vença o concurso. A tarde teve um casamento comunitário na igreja de Santo Antonio e no final da Marcha os noivos também desfilaram na Avenida.
Fui assistir e percebi como a população participa, batendo palmas o tempo todo e torcendo pelo seu bairro. É uma festa comunitária, onde cada bairro organiza sua marcha (chamam de Marcha Popular), desde a escolha da música, os figurinos, etc. 
      




Lembrei de uma festa popular que fui em Barcelona onde cada rua escolhia um tema para a decoração da sua rua e eles mesmos a confeccionavam. Existe por aqui um espírito de comunidade que não se encontra no Brasil porque somos muito individualistas, vivemos voltados para dentro da nossa casa. 
O que podemos observar também na falta de espaços públicos de lazer, de espaços que  são também locais de encontro, de troca entre grupos diversos - lugares onde se adquire noções de democracia.



13/06/2017
Hoje o dia começou modorrento. As ruas vazias e as lojas fechadas indicavam um feriado, vim a saber depois que era dia de Santo Antonio. Segui até o Cais de Sodré pensando em fazer um passeio de barco pelo Tejo mas o vento e algumas nuvens no céu me fizeram mudar de ideia; voltei, então, a pé até a Praça do Comércio e, depois de tomar mais um sorvete de figo com amêndoas, subi os mais de 200 degraus do Arco da Rua Augusta.  


Na foto abaixo, ao fundo vemos a catedral da Sé.




      Vista do alto do Arco que separa a rua Augusta da Praça do Comércio.



NOTA:
Procurava um Airbnb que não fosse uma guesthouse e queria ver in loco antes de fazer a reserva mas,  enquanto você não paga a reserva eles não fornece o endereço, o que tornava difícil a escolha de outro local. 
Em contato com alguns proprietários, consegui que dois deles me dessem o endereço e fui conhecer. O primeiro que fui ficava em um bairro de imigrantes, não muito acolhedor e o outro, era de uma garota italiana, Anna. 
O apartamento dela fica em um bairro nobre e, finalmente, não é uma guesthouse. Moram, ela e um amigo, também italiano. Como ambos são solteiros e trabalham o dia todo, ficarei só no apartamento. Que é amplo, bem iluminado e no quarto entra bastante sol, além de ser espaçoso e ter armários (inexiste na maioria das Guesthouses).

Anna é estudante de psicologia e deve ter uns 20 e poucos anos. O rapaz ainda não conheci e tudo o que sei é que ele trabalha o dia todo e nos finais de semana toca sax. No primeiro dia que conversei com a Anna, achei-a meio maluquinha (nada a ver com outra Ana, viu Wilma) mas, o local era ótimo e o quarto melhor ainda.

E, a outra opção seria um hotel, que nestas alturas, alta temporada, estão com os preços lá no alto, resolvi então levar mais um papo com ela e acabei arriscando e fechando por 15 dias. Se não der certo - mas sempre acho que tudo vai dar certo - mas...se não der certo...vou para um hotel, pois, pois.

Airbnb aqui em Portugal,  e temo que no resto da Europa seja igual, é sinônimo de guesthouse. E guesthouse nada mais é do que as antigas pensões familiares, muito sem graça. Até os hostels são mais simpáticos.
Havia feito, ainda em janeiro, mais uma reserva, para 15 de julho em outro endereço aqui em Lisboa, que já cancelei. E também fiz reservas para Madri, Sevilha e Malta e estas não vou cancelar, só ficar torcendo para que não me arrependa. Como cada uma destas ultimas serão por pouco tempo, não estou muito preocupada.