terça-feira, 26 de dezembro de 2017

VI - LISBOA

22/07/2017
Como é bom estar novamente em Lisboa.
Lisboa, velha cidade, cheia de encantos e belezas já cantava Amália Rodrigues. E, falando de musica, não posso esquecer que em agosto tem o Out Jazz. E, no Gulbenkian tem também todo fim de semana musica ao ar livre.
Estava a dizer como me sinto bem em Lisboa e lembrei de uma definição da cidade que gostei muito :"Lisboa é uma cidade confortável". Acho que a define bem. É fácil se locomover pela cidade - há um excelente sistema de transporte coletivo:  você pode optar pelo métro (eles acentuam no e); pelo autocar (ônibus), que nunca estão lotados ou pelo elétrico (bondinhos). Estes, porém somente levam a lugares mais distantes, como Alfama e Belém. 

E Lisboa tem também museus, belos jardins para se deitar na grama, tem o cais do Sodré, a beira do Tejo, que mais parece uma praia, com suas espreguiçadeiras, onde você pode fazer a sesta depois do almoço no Mercado da Ribeira, que é também muito giro.   
Tem também beleza natural e uma bela arquitetura, com sua mistura de estilo gótico, manuelino (sec. XVI) e pombalino (de Marques de Pombal, que reconstruiu todos o centro destruído pelo terremoto de 1755).
Também amplos espaços abertos como a Praça do Comércio, que dizem que é a maior do mundo. 

Mas, acima de tudo, Lisboa tem vida. E, finalmente, Lisboa não é só uma cidade confortável, é também o melhor lugar do mundo para se morar.
Confirmando tudo isto, hoje peguei o autocar 758 e fui para o Caís de Sodré, começando com um almoço no Mercado da Ribeira.   




Outra boa coisa desta cidade é que os preços de alimentação são também bastante confortáveis ao bolso. Um almoço no Mercado da Ribeira não sai mais do que 12 euros. E, não só lá, mas em qualquer restaurante de médio preço. Meu prato preferido, o Bacalhau à Brás que saiu por 9,80 euros.
                                                  Depois, foi só atravessar a avenida e já estava no Cais de Sodré onde sentei para tomar um sorvete e, em seguida, segui em direção a Praça do Comércio

 


Local de muita concentração de turistas e também de imigrantes. Estes, como não conseguem um emprego - porque não falam o idioma ou porque não tem  a documentação necessária - optam por fazer "bico" como este artesão que faz esculturas na areia ou outros que vendem pau de self para turistas.



Onde hoje é a Praça do Comércio era o palácio de D. Manuel I, que foi destruído pelo terremoto, reconstruída pelo Marques de Pombal. Depois da revolução de 1910 (fim da monarquia) foi transformado em gabinetes administrativos. Hoje é também local de restaurantes e de um dos hotéis mais estrelado da capital portuguesa, o Pestana. Na foto abaixo o Arco da Augusta, portão de entrada da Baixa.


 
A plaquinha abaixo encontrei em uma barraquinha que vende artesanato para turistas, nos arcos da Praça do Comércio. Tinha também com o nome Aires, escrito com i e não y, como escreve minha amiga Nilce, que quer também fazer sua cidadania portuguesa.

  
Depois da Praça do Comercio peguei outro ônibus ops, autocar, para ir a Santa Apolônia, a estação de comboios (são tres: uma fica em Restauradores e faz viagens regionais, outra em 7 Rios e esta que também faz as viagens de larga distância) para comprar uma passagem de trem para Sevilha. Na volta, resolvi seguir a pé para a Praça do Comércio (daria umas 5 quadras) para conhecer melhor este lado da cidade, que é a região portuária e pertence a Alfama, a mais antiga ou a menos destruída pelo terremoto. 
Na foto abaixo a casa ao rés-do-chão é do século XIII. 

Abaixo portal da igreja de Nossa Senhora da Conceição Velha

Aqui, o Pelourinho no Paço Municipal e na outra foto o prédio da Câmara Municipal. Como pode-se ver como são muitos e grandes os espaços para a circulação de pedestres.
 

        ... E o céu, sempre azul da velha cidade cheia de encanto e beleza sempre a sorrir.



Comprei o jornal na segunda e só hoje, terça, é que fui ler. O Diário de Notícias é o jornal mais tradicional da cidade e traz com frequência matéria sobre o Brasil. Trouxe uma, de uma página inteira com o título "Lula e o PT estudam um plano B para as eleições". E termina dizendo: "(...) certo é mesmo que Lula tem que estudar outras alternativas (...) com mais cinco processos na justiça à perna (?) é mais provável que passe  2018 numa cadeia do que no Planalto."
Ao contrario da linha editorial do jornal, os brasileiros que moram aqui na Europa e, mesmo nos USA, são na maioria petistas. Creio que aqueles que vieram trabalhar, que são a maioria dos moradores, encaixam-se bem no discurso da esquerda, "da classe oprimida pelo capitalismo".   

O jornal fala também sobre os incêndios no centro e norte do país. Foram
73 incêndios num único dia. Com tanto eucalipto plantado só pode dar nisto.
O jornal trás também a taxa de desemprego, que aqui esta em 9,4% que, não é tão alta quanto a do Brasil mas também não é baixa. Tirando o problema do desemprego, que aqui é um maiores da Europa, no resto, o  Brasil é o Portugal que não deu certo.


25/07/2017
Encontra-se com frequência barraquinhas de frutas, que não são muito diferentes das nossas frutas porém, aqui, a maioria é importada e algumas do Brasil.


Hoje fui almoçar na Casa Fernando Pessoa, em Estrela, na volta parei no Palácio da Assembleia da República, também chamado de Palácio São Bento, que seria o nosso Congresso, na esperança de poder visitar e fiquei  sabendo que só ocorrem no ultimo sábado de cada mês e tem que fazer um  agendamento pela Internet com um mês de antecedência pois os grupos são pequenos. E, ainda, são visitas guiadas, invariavelmente cansativas.
Em todas as capitais que visito tento visitar seu congresso mas quase nunca consigo e sempre fico frustrada.

Segui então para a Igreja de São Roque, erguida em 1583 junto a Santa Casa, no Bairro Alto. Li depois que S. Roque é o padroeiro dos cirurgiões -tivesse sabido disto quando estava lá teria pego um santinho para a Izabella, filha do Beto que faz medicina. 
O interior é belíssimo, o teto é de madeira pintada e nas laterais as capelas são em mármore, marfim, ouro e lápis-lazúli. A de S. João Batista foi construida em Roma, abençoada pelo papa e embarcada para Lisboa. Levou 4 anos para ser remontada. Ao lado tem um museu com muitos objetos religiosos em prata e ouro que poderiam muito bem ser réplicas pintadas em ouro e o ouro ser usado para mandar alimentos para a África. 
Comentava com frequencia que não sabia o que os portugueses fizeram com o ouro que trouxeram do Brasil, visto que seus palácios não são luxuosos. Creio que agora sei onde tudo foi parar, nas igrejas e mosteiros.  

NOTA: lendo Jorge Caldeira descobri que a transformação em objetos religiosos era uma forma de burlar o fisco e fazer lastro para as atividades de agiotagem da igreja católica.   






26/07/2017
Quando penso que já vi os belos pontos turísticos de Lisboa, descubro um que supera os anteriores em beleza, como a igreja que fica junto ao Museu Nacional do Azulejo.  
O antigo Convento da Madre de Deus, hoje Museu do Azulejo é um espaço muito agradável, com um café e um restaurante no meio de um jardim interno muito simpático. Além de possuir um vasto acervo, que começa com os mouros, que trouxeram a arte da azulejaria para a península ibérica, até a época atual. 

 


   




 






Abaixo fotos da belíssima a igreja barroca Madre de Deus, junto ao Museu Nacional do Azulejo. Além de azulejos tem muito mas muito ouro. 
Vejam onde veio parar o ouro das Minas Gerais.
Vamos repatriar isto tudo, Meirelles. Quem sabe não equilibramos as contas públicas!








 





 

 










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