domingo, 28 de abril de 2024

2011 - ITALIA (ROMA - NÁPOLES - FIRENZE - VENEZA - MILÃO) - FRANÇA (PARIS) - GRECIA - TURQUIA - CROÁCIA

 

2011

                                                                                                                                                  

6. ITALIA

6.1. ROMA

20 de julho - Com a aeronave lotada o embarque foi antecipado em uma hora – havia uma tripulação, entre crianças e idosos, de 300 pessoas que precisavam ser acomodadas nas poltronas. O Ar condicionado estava em torno de 10 graus e fui logo pedindo 2 mantas para me aquecer.

Depois de algumas tentativas para encontrar algo interessante na TV, resolvi puxar conversa com os 2 mato-grossenses que estavam sentados meu lado. Uma advogada paulista com uma filha pequena, atrás das nossas poltronas, entrou na conversa.

Foi um voo diferente dos que já fizera até então: formaram-se grupinhos de passageiros, alguns mantinham-se em pé encostados nas poltronas, conversando ou andando pelos corredores ou mesmo indo pegar refrigerante/vinho para beber – parecia o foyer de um teatro durante o intervalo de uma peça.

Na chegada em Fiumicino peguei um trem para Roma Termine - achei caro, 14 euros e não muito confortável. Da próxima vez pegarei um ônibus que demora um pouco mais mas é mais confortável. O táxi até o hotel custou 6,50 euros.

 6.1.1. NO B&B EM S.GIOVANNI E LARETANO

O hotel não era bem um hotel mas um B&B (hoje chamaria de Guest), indicação de uma amiga da prima Vania. Ficava na Piazza S. Giovanni e Laterano, perto do Coliseu e a entrada era pela Via Tasso (infelizmente não guardei o contato). Recebi as chaves da portaria, do apto e do quarto (nenhum predio na Europa tem porteiro ou recepção). Na entrada havia uma salinha para o café de amanhã (tudo self service) e um quarto, uma ducha ótima e o local era silencioso.               


                                               

 6.1.2. NA TRATTORIA FIASCHETTERIA BELTRANO

Já instalada, resolvi dormir o resto da tarde e as 7h da noite peguei o metro para a Piazza dei Espanha em direção à trattoria Fiaschetteria Beltramme, na Via dell Croce que, segundo meu guia de viagem, era a preferida de Feline. Não tive problema em achar o endereço porque salvo no Google maps os locais onde quero ir.

Quando cheguei as mesas da calçada estavam lotadas, entrei e sentei numa que estava desocupada, até que veio o garçom pedindo que mudasse para outra onde já estavam sentados um casal, que vim a saber serem franceses da Normandia e uma garota, uma jornalista americana.

 

 

Eram todos muito simpáticos e, apesar do meu constrangimento inicial, foi um jantar muito agradável. Conversamos em francês (aproveitava para treinar o idioma, visto que iria depois para a França), a americana também não falava muito bem mas nos esforçávamos para sermos compreendidas pelo casal que parecia não se incomodar com nossos tropeços. O importante é que conseguimos trocar algumas informações sobre restaurantes, gelaterias e museus.

Nota: o mesmo ocorreu em Paris, com a prima Vania, que fez cara feia quando nos obrigaram a sentar com estranhos. Tenho outra prima que, acho, que faria o mesmo, rsrsrs. 

Após o jantar fui procurar um ponto de ônibus para voltar para casa (o metro fechava as 9h da noite!) e, como acabei perto da Fontana di Trevi - ainda lotada as 10h da noite – ainda tomando um sorvete antes de dormir. 

 6.1.3. FERRAGOSTO

21 de julho – Estávamos em meados de julho, em pleno verão e a temperatura era amena, em torno de 22 graus. Em julho a maioria das lojas e restaurantes ainda estão abertas, ao contrário de agosto quando os italianos saem em férias e muitos estabelecimentos comerciais fecham e nas portas das lojas e restaurantes encontramos cartazes escrito: “chiuso per ferragosto” (fechado para férias de agosto). 

Seguia para a Via Del Corso para procurar para comprar um óculos de grau. Um multifocal saia por 225 euros com armação D&G mas não ficaria pronto à tempo visto que viajaria dali a 2 dias para Nápoles. Disse q voltaria em agosto e descobri que em agosto, não só a loja estaria chiude (fechada). Oficialmente, "Ferragosto" inicia dia 15 de agosto, dia de Assunção de Maria.e vai até o final do mês. Nunca vi disto isto: fechar tudo...seria impossível no Brasil!

                              

6.1.4. PIAZZA NAVONA E VIA DEL CROCCE

Estava na Stazione Rome Termini para comprar as passagens para meus próximos destinos mas a fila era tão grande que desisti e segui para a Piazza Navona, onde experimentei o tal de tartufo, que nada mais é do que sorvete de chocolate com chantili.

   

 Depois de algumas compras, já com o pé já doendo de tanto subir e descer a Via del Croce, parei no Caffè Greco, fundado no sec. VIII, na época frequentado por escritores como Keats, Goethe, Byron e músicos como Liszt e Wagner. Este é o bacana da Europa, esse “encontro” com figuras da história, da literatura e do cinema. Impossível não lembrar do último filme do W. Allen, “A meia-noite em Paris”.

 

Mais tarde voltei a estação para comprar as passagens mas a fila continuava imensa e resolvi arriscar nas máquinas. Consegui comprar para Nápoles, faltando para Veneza e as internacionais, que só vendiam no guichê. Preparava-me para enfrentar a fila do guichê quando fiquei sabendo que estavam encerrando as vendas e as bilheterias permaneceriam fechadas por 24 horas porque entrariam em greve, só retomariam as vendas no sábado (dali há 2 dias). Descobria, então, que os italianos adoram uma greve – e ainda haveriam muitas outras!

 6.1.5. ITALIA E AS GREVES

22 de julho – Com a greve dos transportes (outra greve!) tentei pegar um táxi – há muitos em Roma – mas todos passavam ocupados até que consegui, finalmente, pegar um bonde (bastante confortável) para o centro. Em dias normais os ônibus demoram um pouco e, em geral, estão lotados. Isto porque só tem 2 linhas de metrô pela impossibilidade de escavar o subsolo da cidade e danificar o patrimônio histórico, que deve ser o motivo pelo qual os italianos preferem o transporte individual – há muitos Smarts mas também Mercedes e BMW pela cidade. 

Neste dia fiquei pela Piazza St. Eustacchio, num café com mesas na calçada, aproveitando para tomar um pouco de sol enquanto observava os turistas. Havia muitos franceses, ingleses, latinos em menor número, mas alemães e japoneses – estes sempre em grupo, seguindo um guia com uma bandeirinha. Além do pessoal do comércio, não vi italianos, confirmando que a maioria vai para o litoral ou está nos Alpes no mês de agosto.

6.1.6. TRASTEVERE

23 de julho – Voltei a estação para comprar o restante das passagens (comprei de Milão para Veneza, ficaram ainda faltando as internacionais). Depois fui a Trastevere, um bairro ao lado do Vaticano onde andei um bocado a procura de um restaurante indicado por uma italiana que havia conhecido na Aliança francesa, em Paris e, quando finalmente o encontrei, estava “chiuso”. Aconselho a todos a sempre viajar fora da alta temporada!

 

 A Piazza Trastevere e seu entorno é muito simpática, cheio de ruelas estreitas com lojinhas e trattorias para turistas onde encontrei muitos imigrantes indianos, onde também presenciei uma cena de racismo de uma italiana para com uma indiana dentro de um       

ônibus, no meu retorno para o centro. O único banco disponível estava ocupado por uma criança, filho da indiana, e a italiana queria sentar nele (confesso que também nunca entendi porque as criança ficam sentada quando há idosos em pé). Mas o problema era a forma ofensiva que a italiana falava com a mulher. Era o famoso mau humor italiano! 

Depois, no hotel tratei de arrumar as malas porque no dia seguinte embarcaria para Nápoles, desistindo de ir ao mercado de Porta Portese, já cansada de ver tantos camelôs e ambulantes pelas ruas.

Em meio à belos cenários e prédios históricos, o que se vê no centro é um imenso mercado de bugigangas para turistas, desde imitação de bolsas de grife à produtos chineses e indianos.

 6.1.7. SEGUINDO PARA NÁPOLES

24 de dezembro - Depois de ficar uma hora na fila do guarda-volumes para deixar uma mala e seguir viagem só com uma mochila, sentei no chão da Stazione Termine (não há bancos!), aguardando anunciarem no painel a saída do meu trem para Nápoles, que está só 2h40m atrasado – putz, it's Italian!

Ia conhecer a Costa Amalfitana, mas solo uno piccollo, ia somente a Capri, senão a Nilce deixaria de ser minha amiga, visto que prometi fazer esta viajem de carro, com ela. 

                                                   

 

6.2. NÁPOLES

6.2.1. GREVE DOS LIXEIROS E A CAMORRA

24 de julho – A chegada em Nápoles não foi das mais felizes, começando pelo “Grande Hotel Sweet Home”. Estava parada em frente, sem acreditar no que via, quando um homem com roupas da África subsaariana entrava no prédio e fez um gesto para que eu o seguisse mas “saí foi correndo”. O hotel, que ficava no entorno da estação de trem, era horrível, tinha até janela com vidro quebrado. Hoje sei que na Italia e, mais ainda, em Nápoles, deve-se ficar longe dos hotéis que ficam próximo as estações de trem, porque são regiões de imigrantes. (Esclareço que aqui “imigrantes” significa estrangeiros sem recursos que precisam alojar-se em lugares baratos). 

 

 Para piorar mais ainda, Nápoles passava por uma greve dos lixeiros cujo sindicato é controlado pela máfia e o cheiro do lixo nas calçadas e de suor era insuportável.

 

 Estava parada na calçada pensando no que fazer quando encontrei um casal com uma aparência bem simpática, perguntei primeiro se ali poderia pegar um taxi e aproveitei para pedir informação de um bom hotel.Tive sorte porque o hotel que me indicaram era ótimo e ficava bem localizado, perto do castelo e da Galeria Umberto I.

No hotal, larguei a mochila no quarto e saí para comer, voltando em seguida para descansar, sem ânimo de passear pela cidade.

 6.2.2. UMA CIDADE CAÓTICA

No dia seguinte fui me informar sobre os horários de barco para Capri e em seguida, visitar o museu arqueológico que possui um grande acervo de peças de Pompéia, depois a bela Galeria Umberto I. Minha impressão sobre a cidade, de início assustadora, melhorava um pouco. 



 Mas só um pouco, porque no jornal local, na TV, fiquei sabendo que a questão do lixo é consequência de uma briga entre os sindicatos e por trás de tudo, está a Camorra. Putz, é lixo, Camorra, também passeatas, trânsito engarrafado e muita buzina, porque o napolitano adora buzinar. Parece que fazer barulho é o esporte local. Porém, tenho que admitir que são educados e param o carro sempre que você faz menção de atravessar e nem tudo está perdido por aqui, que há belos museus e monumentos.

Sai para procurar uma agencia de viagem p comprar a passagem p Atenas (irei daqui a 2 dias) e me informar sobre os horários de barco p Capri, p onde irei amanhã.

Além de o Vesúvio e Pompéia estarem próximos daqui. Preferi ir a Capri, porque é praia e dá para fazer tudo, fica muito cansativo.  

  

6.3. CAPRI

6.3.1. VILA DE CAPRI E ANACAPRI

26 de julho - No outro dia peguei o Aliscafo, há também os Hidrofólis, os últimos são mais rápidos mas também, mais caros. Do barco foi possível ver o Vesúvio e também Sorrento, uma península da Costa Amalfitana.

                       

Região de veraneio da alta burguesia italiana a ilha de Capri tem 3 andares: o primeiro é no nível do mar, no segundo fica a vila de Capri e no chamado de Anacapri, estão os hotéis das celebridades.

Antes subir para Capri fiz um passeio de barco ao redor da ilha para conhecer a famosa Grotta azzurra, os Fariglionis – belíssimos rochedos no meio do mar, que são a marca registrada de Capri. Não há praias, só rochedos e paredões de calcário.

Tibério, que governou o império romano do seu castelo no alto de Capri - chegou a ter 12 palácios, o principal foi a Villa Jovis - no famoso Salto di Tibério, um precipício de onde, dizem, mandava jogar os desafetos. Mas Capri foi também residência de alguns escritores, entre este M. Gorki, Neruda, G. Greene.

 Depois do passeio ao redor da ilha, fui a vila de Capri de funicular, pode-se ir também de micro-ônibus ou táxis conversíveis, com 4 lugares, bem simpáticos. O problema é a estrada íngreme e cheia de curvas.

A Piazzeta, a praça principal de Capri, é muito simpática e a vila é cheia de ruelas com lojinhas, restaurantes, hotéis, galerias, embora nada muito acessíveis ao bolso de pobres viajantes, come yo.

 

 Segui depois para Anacapri, por uma estreitíssima rodovia serpenteando entre as paredes de montanhas e o precipício, confesso que dá medo. Um conselho a quem vai a Capri: não deixe de apreciar a bela paisagem em um dos seus inúmeros terraços tomando um Lemonccelo gelado.


                                                   7. GRECIA

 7.1.ATENAS

27de julhoMeu joelho esquerdo inchou um pouco e vinha evitado andar muito, razão pela qual resolvi ir direto de Nápoles para Atenas. Sairia mais barato retornar a Roma de trem e de lá embarcar para Atenas - tivesse alguns anos a menos faria isto, ma non più.

Assim, fui direto para Atenas. Quando desci do avião já senti aquela lufada de ar quente. A temperatura estava entre 34 e 36 graus...meraviglioso! Vou poder usar vestido de alcinha, dormir com a janela aberta. Adoro la Grecia

 7.1.1. FAZENDO UM CITYSIGHTSEEING E VISITANDO ACRÓPOLE

No dia da minha chegada fiz um Citysightseeing e paguei uma passagem de 24h para pegar de graça o ônibus no dia seguinte. No dia seguinte fui então à Acrópole e descobri que o ônibus não levava até o alto e havia muitos degraus para subir (creio que são 300 metros) que tinha que ser feito a pé. Pensei que tanto esforço bem poderia ser recompensado com algum deus grego, mas um bem vivinho, claro. Mas nada!

Do alto há uma ampla visão da cidade e vemos como Atenas é grande e espalhada, ela tem em torno de 3 milhões de habitantes.

 



7.1.2. UMA CIDADE MODERNA E AGRADÁVEL

28 de julho Na manhã seguinte fui à Monastiraki, região de antiquários e bugigangas para turistas, que me vez caminhar mais do que deveria porque é impossível resistir a tantas coisas interessantes. Dá vontade de comprar tudo mas, tem que ter muita grana para também pagar o envio para o Brasil. 

                             

 À exceção da praça Syntagma onde ocorriam manifestações contra o governo, a cidade era tranquila, com ruas largas e prédios com, no máximo, 6 andares, modernos e seguindo o mesmo padrão arquitetônico embora, nem sempre bem conservados. Os residenciais tinham sacadas largas com toldos de lona para proteger do sol escaldante. 

                       

É uma cidade agradável, limpa e bem organizada, não tinha engarrafamentos e o transporte coletivo era muito bom, com várias opções de ônibus, bonde elétrico e metrô. Este só com 2 linhas pela existência de sítios arqueológico no subsolo. 

 Com muita áreas verde e parques bem cuidados. O Parque Nacional, próximo ao centro, ao lado do Templo de Zeus, é grande e muito arborizado.

O povo, ao contrário do que esperava, era simpático e prestativo. A exceção dos taxistas, que não eram muito honestos, mas isto ocorre em quase todos os lugares, principalmente se você é mulher e está sozinha.

Havia pego um ônibus no aeroporto e descido na praça Syntagma quando fui perguntar a um taxista quanto cobraria para me levar até o hotel, respondeu que 25 euros e quando disse que estava caro e ele respondeu que era longe dali. Mas, gata escaldada, fui me informar onde ficava o hotel e descobri que ficava à poucas quadras dali. Como viajo com uma mala de 10 kg fui arrastando-a até o hotel.

 

7.1.3. PRAÇA SYNTAGMA E OS MOVIMENTOS DOS CIDADÃOS INDIGNADOS  

Os protestos anti-austeridade, inspirados na Espanha e desencadeados pela crise econômica na Europa, haviam chegado à Grécia em Maio e em julho limitavam-se à Praça Sintagma. Ainda haviam muitos jovens acampados em barracas e faixas com palavras de ordem, algumas com foto de Guevara.

  



   

 






No dia seguinte retornei à Acropole para assistir a ópera “Nabucodonossor” nas ruínas do teatro de Herodes, fantastico. O problema foi ter que acordar no dia seguinte as 6h da manhã para pegar o barco p Mikonos. Não vejo a hora de pegar uma praia. 

 7.2. MIKONOS

29 de julho – Das ilha Ciclades: Mikonos e Santorine são as mais frequentadas por turistas e creio que as mais bonitas também. Mikonos foi paixão à primeira vista. Não deve existir mar mais azul e nem tão transparente do que aquele. O contraste do azul do mar com a paisagem agreste pontilhada de casinhas pintadas de branco, janelas azuis, são de uma beleza singular.

 


 Também o perfume das arvores frutíferas que encontrava à beira das estradas e nos jardins, são inesquecíveis. Enfrente a sacada do Hotel Charissi, onde fiquei hospedada, havia um pé de abricó perfumadíssimo, cujo aroma invadia meu quarto. Não há como não se apaixonar pela ilha.




7.2.1. PRAIA DE PLATÝS

30 de julho - A primeira coisa que fiz quando cheguei em Mikonos foi ir à praia Platýs, não muito longe do hotel, aluguei uma espreguiçadeira – cada restaurante controla o espaço à sua frente e as espreguiçadeiras e guarda-sóis tem uma cor diferenciando-os (como é na Europa) e, como não ia consumir nada, paguei

5 euros pela espreguiçadeira. Só percebi porque poucos entrava na água quando fui molhar os pés: é muito mas muito fria e deu uma tremenda frustração não poder entrar naquele mar azul lindo, transparente.

  7.2.2. AQUARIO TERAPIA

Há poucos carros e as pessoas circulavam de motos ou triciclo, havendo muitos locais para aluga-los. A noite, fui caminhar no centro onde havia muita gente, a maioria jovem, andando pelas ruas estreitas, cheias de lojinhas e restaurantes, que chamam de tavernas. Encontrei mais brasileiros do que em qualquer outro lugar. 

 

 Tentei trocar minha passagem de volta e não consegui, soubesse o paraíso teria reservado mais dias na ilha. Voltava para Atenas pensando que deveria dar uma parada para procurar uma lavandeira, ir a um salão de beleza para dar uma geral, afinal, faziam 10 dias que estava viajando. Precisava também pagar contas, verificar os extrato de banco, etc. Enfim, um break que você precisa fazer num viagem longa. 

 



 7.3. ATENAS

7.3.1. MUSEU NACIONAL DE ARQUEOLOGIA

31 de julhoNão poderia deixar de ir ao Museu Nacional de Arqueologia, um dos mais importantes do mundo, ver sua coleção que vai desde o período neolítico até o fim da era romana.

 

  Depois de ver uma infinidade de esculturas, urnas mortuárias, vasos, colares e brincos de ouro, fui ao Jardim Nacional, gostei muito do café, sob caramanchões, um lugar muito agradável. Só não gostei que no jardim não se pode pisar na grama ou mesmo dormir debaixo de uma árvore, como se faz na Europa em geral. 

 


Em seguido fui à Plaká, a parte velha da cidade, cheia de lojas de quinquilharias para turistas mas também com umas tavernas bastantes simpáticas, onde almoçei. Depois fui para o hotel descansar porque amanhã novamente levanto cedo para pegar um vôo para Istambul.

                       

  

                                       8. TURQUIA

8.1. ISTAMBUL

8.1.1. O TURCO É MUITO COMUNICATIVO

01 de agosto – Quase que não me deixam entrar na Turquia porque não tinha passagem de saída do país. Apresentei as reservas de hoteis, para a Hungria e Croácia, e aceitaram como prova de que não ficaria no país. Expliquei que pensava comprar as passagem para a Hungria e a Croácia quando chegasse na Turquia.  No final deu tudo certo e também acertei no hotel que era bom.

  


O Hotel Romance só era um pouco kitsh como tudo nos países árabes mas tinha um excelente café da manhã e ficava em uma rua bastante movimentada, cheia de turistas, hoteis e lojas. 

E eram muitas e muitas lojas de tapetes - como resistir, pensei?!. Mas não são baratos, um kilim tamanho médio sai por uns 300/400 euros.

O hotel ficava também perto dos locais históricos o que me permitia ir a pé à Blue Mosq, ao Palácio Topkapi e ao Grand Bazar.

Estava em frente ao hotel e, do outro lado da rua um vendedor, de quem havia comprado umas almofadas, gritou “Brasil” e me abanou. Que povo simpático pensei.

No lado europeu de Istambul, na Península Histórica, onde fiquei hospedada, a maioria das mulheres vestiam burca, mesmo com um calor de 40 graus. Enquanto que no lado oriental da cidade, mais moderno, a maioria as mulheres vestiam com roupas ocidentais. Istambul é essa uma mistura de oriente e ocidente.

A antiga Constantinopla, com Atatürk (fundador da república turca de 1923 até 1938) foi um país laico até o novo governo, com Erdogan, um conservador. E vem regredindo – e ainda querem entrar para a União Européia, com estes costumes milenares!  

Quando vinha do aeroporto, no metrô, encontrei uma muçulmana vestindo uma gabardine grossa, fechada até o pescoço, por cima de uma saia também grossa (e ainda devia ter mais saias por baixo) apesar do calor de 35 graus dentro do vagão - lotado! 

Os homens, claro, estavam em manga de camisa e, mesmo com ar condicionado, o cheiro de suor era insuportável. Segundo explicou meu primo Beto, tanta roupa é para que o suor não evapore e não percam água, mantendo a temperatura corporal. 

 Todo dia às 5h da tarde autofalantes entoam rezas por toda cidade.

A cidade é linda mas dá para ficar no máximo 5 dias porque é também um caos. Hoje tem 2.500 milhões de habitantes e, na região metropolitana, 12 milhões. O transporte coletivo era bom mas o trânsito é desorganizado e engarrafado.

Estava no lado europeu, ocidental e para ir para o lado oriental precisa ir de metro, que atravessava o Bósforo por baixo da água ou passar por uma ponte. 

  

Com o tempo fui vendo que, o que antes havia atribuído à simpatia do homem turco era, na verdade, abuso ou falta de respeito e, se lhes dá confiança, tornam-se insolentes.

 02 de agosto – No dia seguinte fui comprar as passagens, desisti de ir para a Hungria porque estava muito cara e resolvi ir direto p a Croácia. Também porque ficaria muito cansativo visto – já estava no meu quarto destino, teria então mais um antes de voltar à Roma para seguir, com minha prima Vania, para o norte da Itália. 

Desisti também do passeio para à Capadócia, pois teria que ir de avião e levantar as 5h da manhã para andar de balão. Resolvi fazer somente o passeio de barco pelo estreito de Bósforo, um passeio curto de um dia só. 

 8.1.2. CONHECENDO A MESQUITA AZUL

03 de agosto A Mesquita Azul, chamada de Blue Mosq, construída pelo sultão Ahmet, em 1609 valeu a fila para entrar e a chatice de se cobrir toda. Levei um lenço para a cabeça mas fui com um vestido até o joelho e tive que tampar também as pernas. Na porta distribuíam panos para as pessoas se cobrirem - fazer o quê? Estava na igreja deles e tinha que seguir suas regras.

                                  



Depois fui a Santa Sofia, uma igreja otomana, construída em 537, na era bizantina, transformada em mesquita, e hoje um museu. 

 




                    8.1.3. O RAMADÃ E O GRAN BAZAR

4 de agosto – O Ramadã é o nono mês do calendário islâmico, período de jejum e reflexão. No final fazem festa ou vão para os parques fazer pic-nics. 

Era Hamadã, quando eles não podem deixar o cliente sair sem vender, chegando a serem cansativos, não te largam enquanto não vendem. E os tapetes eram belíssimos e eles tem uma maneira de embalar que não fica difícil transportar. Não resisti e depois de muito pechinchar - obrigatório no país - comprei um tapete de 600 liras que ficou por 400 liras. A lira estava mais ou menos o mesmo valor do real 2,43 por 1 euros e paguei, assim, 164,60 euros.

Creio que colocam o dobro do preço para que você acredite que fez um excelente negócio. Está no Alcoorão que todo árabe deve saber negociar.

Fui depois ao Grand Bazar, que é uma cidade dentro da cidade, cheio de vielas com bancos, mesquitas e até um banho turco. São 307 mil metros quadrados de tapetes, luminárias, roupas, etc.

 



8.1.4. PALACIO TOPKAPI

05 de agosto – Hoje fui ao Palácio Topkapi, que já foi o centro administrativo do império otomano e hoje é um museu. É imenso, tem uma área de 700 mil m2, duas vezes a área do Vaticano e metade de Mônaco. Moravam no palácio cerca de 5 mil pessoas e só na cozinha trabalhavam 1.200 pessoas. Hoje o complexo da cozinha abriga a 3a maior coleção de cerâmica do mundo. Também estão expostos tesouros: como joias, candelabros, serviço de jantar em ouro, móveis, vários tronos em ouro, etc.

 


























  O palácio sofreu vários terremotos, por isto tem diferentes estilos arquitetônicos (do sec.XV e XVI) fugindo totalmente da clássica arquitetura palaciana europeia, com muitos espaços abertos e muitas varandas explicado pelo fato do otomano ter sido um povo nômade, que morava em barracas. O palácio é composto de 3 grandes jardins, com edifícios em volta. 

 A parte mais interessante do palácio é o Harém, onde morava além do Sultão, os membros da dinastia e as concubinas. Também viviam no harém os eunucos negros, africanos trazidos das guerras na África, responsáveis pela proteção do harém.

Embora o islã permita somente 4 mulheres alguns chegavam a ter centenas. Elas eram trazidas dos países conquistados, ou compradas nos mercados de escravos ou mesmo oferecidas ao sultão. Tinham que mudar de nome e religião e passavam por um estágio na ala das noviças. As que tinham filhos com o sultão ocupavam outra ala do harém, eram as Favoritas. Como o sultanato passava para o filho mais velho, a concubina queria ser a que dava o primeiro filho ao sultão para tornar-se a “haseki”, a Preferida e, quem tinha o 2o filho na ordem de sucessão tentava matar o herdeiro, para ocupar o posto. 

Quem assistiu ao filme “Lanternas Vermelhas” de Yimou Zhang, sabe como era a vida nos haréns e o jogo de poder que existia.

 .1.5. ESTREITO DE BÓSFORO

7 de agosto – Minha despedida de Istambul foi com um passeio de barco pelo Estreito de Bósforo, que faz a ligação entre o mar negro e o mediterrâneo. Onde se vê a face mais rica desta cidade de tantos contrastes, com suas construções do tempo do Império Romano do Oriente ou Império Bizantino, hoje transformadas em hotel de luxo.


Conheci uma família do Azerbaijão no passeio porque falo com todo mundo, mesmo com meu inglês tupiniquim; não tenho constrangimento. Gosto de conhecer gente de todo canto do mundo e o Brasil sempre desperta curiosidade nas pessoas. 

  




















          08 de agosto – Embarquei para a Croácia, em um avião da Turkish airlaines – very dangerous! 

 

 

                                               9. CROÁCIA

 9.1. ZAGREB 

08 de agostoDesci em Zagreb, onde fiquei até as 19h, aproveitando para conhecer a capital da Croácia e embarcando à noite para Split, onde fiquei até dia 11/12. 

Era domingo e encontrei o centro sem uma viva alma nas ruas, as lojas fechadas, inclusive os museus, alguns raros turistas nos cafés. Até nos parques não se via quase ninguém. 

 







 Mas é uma cidade bonita com prédios antigos, nem todos muito bem conservados mas com muitos jardins e muitos museus, pena que pareça uma cidade fantasma e para quem saiu de uma cidade agitada como Istambul, era muito estranho tanta calmaria.

 9.1.1. ACHANDO UMA MALA PERDIDA GRAÇAS A UM PELICANO

Foi sorte ter feito uma conexão em Zagreb porque quando estava no aeroporto aguardando para embarcar para Split percebi que tinha perdido um pelicano de pelúcia que havia comprado em Mikonos e levava para minha cachorrinha.

Saí perguntando pelo pelicano até que resolvi ir na seção de Achados & Perdidos e chegando lá fui surpreendida ao ver numa estante uma sacola de viagem que me pertencia. Tinha outra mala que tinha ido direto para Split e a sacola, que deveria ter ido junto estava lá, fazendo o quê, não descobri.

Acabava de salvar os presentes e um tapete comprado em Istambul. Quando perguntei o que fazia ali minha sacola e responderam-me que estava danificada e por isto não foi despachada junto com a outra bagagem para o destino final (!?).

Com a sacola em mãos sai depois para procurar o pelicano que guardo até hoje como um amuleto da sorte.

 

9.2. SPLIT

9.2.1. LA COSTANERA

08 de agostoAmei Split, é linda, ficaria um ano ou o resto da minha vida neste lugar. Split é uma mistura de Cote d'Azur com ilhas gregas. Não sei no inverno, talvez faça frio, vente muito, afinal fica no hemisfério norte, distante da linha do equador.

 

   9.2.2. UM HOSTEL DENTRO DO PALÁCIO

 hostel onde fiquei fiquei era dentro de um bar – não podia ser melhor! - A foto à E é do quarto que fiquei no primeiro dia, houve um imprevisto e me deram um quarto melhor, mas depois mudei para o meu mesmo, que era um quarto coletivo, muito divertido, porque tinha homem, mulher, criança, o que é muito comum em hostels. Mas era bonito, como o anterior, só que com mais camas. Era silencioso, não encontrava com ninguém porque as camas eram só para dormir, cada um que chega, entra silencioso, "na ponta dos pés", se enfia nas camas e você só percebe algum movimentos se estiver acordada.

 








  O  hostel ficava ao lado do Palácio de Dioclesiano, na quadra da La Costanera (que parece com a La Croissette, de Cannes). Split esteve sob domínio dos croato-húngaros até 1105, dos venezianos de 1420 até o início do sec. XIX, quando passou para o domínio da França até 1813 embora não se encontre muitos vestígios de sua arquitetura, predominando o românico e o gótico e a maioria da população fala somente o inglês. Ou seja, os franceses não deram a mínima para o país. Depois da francesa ainda veio a ocupação austríaca e, após a 1a.Guerra passou para o Reino Iugoslavo. Com a proclamação da República da Croácia, em 1992, tornou-se sede da província da Dalmácia.

 9.2.3. O PALÁCIO DE DIOCLESIANO

Tudo lá gira em torno do Palácio de Dioclesiano, que foi tombado pela UNESCO e é patrimônio cultural da humanidade, fica no meio da baía de Split, de frente para o mar, junto a La Costanera. Mais parece uma vila porque é cheio de ruelas com lojas, restaurantes, hotéis e também, claro, um bazar com quinquilharias para turistas (ao menos aqui não estão nas ruas). O imperador Dioclesiano viveu no palácio de 305 até sua morte em 316 durante o império otomano.

 


 A noite o movimento era intenso dentro do palácio de Dioclesiano e, a cada 50m, tinha um evento, um grupo tocando música folclórica, outro tocando música clássica, mágicos, teatro de bonecos, um palco com um grupo de rock e ainda, num dos espaços do palácio o povo dançando. Mas o melhor de tudo isto é que estou no meio desta muvuca toda. WOW!

 


  09 de agosto – Split tem hoje pouco mais de 200mil habitantes e é um importante centro cultural, industrial e turístico mas também um respeitável centro universitário.

Como o euro está em 7,40 Kunas (a moeda deles). Troquei 100 euros no aeroporto e recebi 740 kunas, mas paguei por uma coca-cola 20 kunas, 30 kunas no onibus do aeroporto até o centro, 70 kunas o almoço, ou seja, 100 kunas vai num instante.

 Quanto as praias vocês verão nas fotos - não há praias com areia, só pedras e a água é muuuito fria. Não consegui entrar no mar nem aqui nem na Grécia - não só o Adriático é muito frio como também o Mar Egeu e acho que o Mediterrâneo todo porque em Capri a água também era fria. 

A temperatura aqui nesta época fica em torno de 32o, mas há um vento constante e no inverno a temperatura média é de 17o. E o mais importante, chove pouco e mais no inverno.

 9.2.4. ILHA DE BRAC

10 de agosto – Mesmo assim não dispensei ficar torrando no sol e fui a ilha de Brac (tem um acento, um chapeuzinho ao contrário encima da letra C e pronuncia-se “bracha”). A ilha é um charme a ilha, mas praia... o que parecia ser areia eram pedras, o que já havia encontrado em Split, porque é da mesma cor da areia e engana quem olha as fotos.

 





 Fiquei pelo centro de Supetar (um dos vilarejos da ilha) e achei uma praia com seixos, que é até melhor do que areia porque não gruda na pele, e tem mais cara de praia

 Amanhã durmo até ao meio-dia e depois embarco para Roma onde encontro com minha prima Vania que, parece, vem mesmo para a Europa! Assim, termino aqui a primeira etapa desta viagem.

            




























                            

                                                          10. ITALIA

 10.1. ROMA

10.1.1. PIAZZA NAVONA E LA ESCALETTA DEGLI ARTISTI

13 de agosto – Depois de viajar para a Grécia, Turquia e Croácia voltei à Roma para encontrar com minha prima, Vania. Depois de pega-la no aeroporto fomos almoça no La Escaletta degli Artisti (aconselho a procurar no Google maps, fica próximo à Piazza Navona) onde, em suas mesas sentavam Victorio Gasmann, Alberto Sordi, etc. e onde comi o risoto de camarão mais fantástico da minha vida. Não à toa andei engordando um pouco, também porque acompanhava a Vania na cervejinhas, que troquei depois pelo prosecco!

 

 

Na foto abaixo foto da embaixada do Brasil na Piazza Navona.

 

 

  Ao contrário de Paris, onde a beleza está na paisagem urbana, em Roma é a paisagem natural em perfeita harmonia com seus monumentos. E monumentos como o Coliseu, o Panteon, o Forum são fascinantes porque nos remetem a história do Império Romano. O maior império do mundo que, somando ao Império Bizantino, durou mais ou menos 1500 anos.

 




Quando viajamos pelo velho continente, principalmente por países banhados pelo mediterrâneo, Grécia, Turquia, Croácia, etc. e por países do norte da África, encontramos vestígios do antigo Império. 

 





10.1.2. VATICANO E TRASTEVERE

16 de agosto – No Vaticano só conseguimos ver a Basílica de São Pedro, para a Capela Sistina havia uma fila de mais de uma hora debaixo de um sol escaldante que nos fez desistir. Eu ainda aguentaria mas não minha prima e fomos para Trastévere almoçar onde encontrei bem menos gente do que em julho. O calor inclemente de agosto obrigava os romanos a saírem em férias e a fechar tudo: restaurantes, lojas, etc. Nas portas é comum encontrar um cartaz escrito: “è chiuso per ferragosto” (fechado para férias de agosto).

 

 

10.1.3. VILLA BORGHESE

Um lugar recomendado para fugir do calor em Roma é a Villa Borghese, com um belo museu no meio de um lindo parque e outros menores distribuídos pelo parque. 

 


 

 Como nas demais cidades europeias durante o verão romano há muitos eventos culturais, na Piazza della Spagna, na Vila Borghese e nas ruínas de Caracala são apresentados concertos, óperas, dança, etc. Não só no verão, também nas outras estações a diferença que no verão são em espaços abertos.

 







10.2. FIRENZE

10.2.1. MOLTO CALDO A FIRENZE

17 de agosto – Fomos de trem para Firenze; estava muito calor, o termômetro marcava 45° mas a sensação térmica era de 47°.

Nosso hotel ficava no centro, a uma quadra do Duomo. A localização era ótima mas tinha um inconveniente: o barulho da rua e, como o quarto não tinha ar condicionado tínhamos que dormir com a janela aberta. Também não tinha wi-fi, o que para mim era ainda mais grave.

 

Bastava andar uma quadra e já tínhamos que parar para tomar uma coca-la ou um sorvete para resistir ao calor, agravado pelo fato que Firenzze é uma cidade que não tem verde. Mas tem um fantástico patrimônio arquitetônico medieval e andar pelas ruelas estreitas do centro à noite fazia com que me sentisse em um filme de época. Até “ouvia” o casco de um cavalo e montado nele um cavaleiro medieval com sua capa preta.

Numa esquina ficava a casa de Dante Alighieri mais adiante a ponte e o palácio Vechio e numa praça, a antiga residência dos Médices, o Pallazo Pitti.

 

    Firenze é também Renascimento Italiano, com Miguel Angelo, Botticelli, Dante Alighiere. Voltei com vontade de ler “A Divina Comédia”, mas acho que entre os 14.233 versos e 100 cantos do livro do poeta florentino fico com as 268 páginas livro do Mario Prata, “Purgatório, a verdadeira história de Dante e Beatriz” que já tenho em casa.

 

10.2.2. GALLERIA DEGLI UFFIZI

21 de agostoA Galleria Degli Uffizi, mandada construir pelos Medices em 1560, inicialmente para reunir toda a administração pública, hoje é um belíssimo museu. Onde estão as obras de arte da família Médice e uma das maiores coleções artísticas do mundo: Rafael, Rubens, Rembrant, Velasquez, Delacroix, Ensor, etc. o que justificava as mais de 3h na fila. Entre os turistas, muitos brasileiros.

Fomos depois a Galeria da Academia de Arte, onde estão os pintores florentinos, esculturas da época romana e, entre estas, a original de David, do Michelangelo (a que está em frente ao palácio Vecchio é uma cópia).

 

 

São muitos os museus, igrejas e palácios belíssimos mas também algumas cafeterias e lojas possuem afrescos muito bonitos pois são todos prédios com não menos de 300 anos.

A ponte Vecchio, a construção mais antiga de Firenze e única no gênero que sobrou após os bombardeios da 2a guerra e destruída em 1333 por uma enchente, foi reconstruída em 1345. A parte interna dela é toda tomada por lojinhas de ourives, isto já desde o tempo dos Médices, o que impede que se observe melhor sua arquitetura mas, antes dos ourives eram os açougueiros, que jogavam as carcaças no rio, poluindo-o.

 



O que era muito triste é que toda a cidade estava tomada por barraquinhas de souvenir para turistas. E não era só em Firenze mas toda a Europa as calçadas estão tomadas por imigrantes oferecendo quinquilharias, desde roupas até bolsas “Louis Vuitton” – um horror!

Firenze, apesar da sua arquitetura belíssima, não empolgou porque não havia o que fazer além de visitar museus e igrejas, não havia eventos culturais – porque era ferragosto, talvez. Mas tinha uma pizzaria maravilhosa próxima ao centro, cujo nome não guardei, infelizmente.

                                      

                                                             11. MILÃO

 11.1. A TEMPEATURA CONTINUAVA ESCALDANTE

23 de agosto – Depois de Firenze fomos para Milão. Como ficava mais ao norte esperava um clima mais ameno mas não foi o que ocorre.

Como era ainda ferragosto muitas lojas, restaurantes e até lavanderias estavam fechadas. A cidade estava vazia, nem muitos turistas tinha. Infelizmente não anotei nome dos restaurantes nem do hotel onde ficamos hospedadas, que era perto do centro, da Ópera de Milão e do Castelo porque era muito bom.

E hoje já não é mais Mikonos ou Split, agora é em Milão onde gostaria de morar. Milão tem história, prédios antigos belíssimos, tem a Ópera de Milão, além do Duomo, da Galeria Victor Emanuelle II e muitos museus.

 

 

    


 11.2. O ETERNO CHARME LATINO

25 de agosto – Ficamos encantadas com a cidade com suas avenidas largas, muitos espaços abertos, muito verde, muitos parques e um belo jardim junto ao Castelo Sforzesco onde deitamos na grama, debaixo das arvores. Havia um chafariz em frente ao castelo e também entrei para me refrescar.

 

Milão foi a cidade da Itália onde tivemos mais contato com locais, onde também descobrimos o quanto os italianos são simpáticos e galanteadores. Sentadas nos cafés da Via Dante nos divertíamos observando os garçons fazendo galanteios a todas as mulheres que passavam por eles, enquanto elas apenas sorriam, Vania achou-os abusados, enquanto que eu divertia-me.

 

O agito ficava em torno da Via Dante e no entorno da Pinacoteca de Brera. Fomos levadas por um casal que conhecemos na viagem à região do Grande Canal, bastante

 

 

 

12. VENEZA

12.1. PIAZZA SAN MARCO

27 de agosto – Sentamos, Vania e eu na Piazza San Marcos e pedimos uma água mineral e Vania disse que foi a água mais cara que já tomou na vida. Creio que pagamos 15 euros cada uma, mas isto porque tivemos que pagar também pelo courvert. Sentar na Piazza de San Marcos, com música ao fundo – ainda teve até um bailinho no meio da praça – em Veneza, tem seu charme mas tem também seu preço.

 


 

 

Outro lugar obrigatório na Piazza é o café Florian, que está entre os mais famosos do mundo pelos belos afrescos.

   


   

 

 

Mas Veneza é também poder se perder por seus labirintos, atravessar seus canais, admirarando sua exuberante arquitetura, misto de bizantino e barroco italiano; é também reencontrar Tintoreto e Veronese nos seus afrescos, ouvir as “Quatro Estações” de Vivaldi em um belo palazzo renascentista.

          

 

 

 Veneza tem também um clima de mistério, de sedução e amava me perder pelas ruelas, admirar as fachadas e sacadas com vasos de folhagens, os barcos nos canais.

 



  12.3. PALAZZ0 DUCALE

28 de agosto – Antiga sede dos Dodges de Veneza hoje transformado em museu, o Palazzo Ducale tambem conhecido como Palácio do Doge é uma obra-prima do gótico veneziano. Foi construido em 828 seguindo o modelo do Palácio de Diocleciano, em 976 sofreu um incêndio durante uma revolta e sua reconstrução findou no sec. XIII. Em 1483 sofreu novo incêndio e foi reedificada a parte interior. Em 1574 sofre novo incêndio e em 1575 Ticiano e Veronese foram chamados para decorar os interiores. 

Início do sec XVII foram acrescentadas as chamadas Prigioni Nuove (prisões novas) que foram ligadas ao palácio através da Ponte dei Sospiri (ponte dos suspiros).



 Infelizmente só tinha postado fotos de Veneza e nenhum texto ou nome de restaurante ficou registrado. Lembrei somente de um bar que meu livro dizia que era frequentado por Ernest Hemingway. Mas, ao que parece, ele era um bebum globe-trotter pois já encontrei muito bar onde diziam que ele costumava ir beber, do Kenya, ao Caribe; e em Paris também deve ter muitos, isto sem falar em Cuba.

Também lamento não ter registrado o nome do hotel, tipo Guest, no centro de Veneza onde ficamos, porque era muito bom, ao lado da Piazza San Marcos.

Agosto é alta temporada e a quantidade de gente nas rua era absurda. Para chegar até nossa guest tínhamos que ir abrindo caminho, scusi, scusi...

 

  30 de agosto – Fomos a ilha de Lido onde estava ocorrendo o Festival de Cinema de Veneza. Queria ir ao hotel onde foi filmado Morte em Veneza do Visconti

Na foto abaixo o Grand Hotel Des Bains que inspirou Thomas Mann a escrever Morte em Veneza e Luchino Visconti a rodar o famoso filme do mesmo nome. De suas janelas, o famoso compositor, em franca decadência, Gustav Von Aschenbach (um Dirk Bogarde maravilhoso no papel do compositor) reencontra a arte na figura de um belo garoto Tadzio. O filme tinha como pano de fundo a gripe espanhola.

 

NOTA: Fiz uma fake, não é o hotel do filme, no lugar do Grand Hotel Des Bains hoje existe um prédio de condomínio. O hotel da foto é do hotel do Festival de Cinema...Delirei total.

        

 Voltamos para Milão no dia 4 setembro para pegamos o TGV para Paris e uma greve dos trens (sempre ela!) causou um quiproquó entre nós: eu queria esperar a volta dos trens e a Vania queria sair correndo para o aeroporto. Negociamos, peguei a devolução da passagem de trem e fomos para o aeroporto.

 

 

  

                                       11. FRANÇA

 11.1. PARIS

06 de setembro – Chegamos em Paris no dia 06 de setembro, inicio do outono – fazia frio, calor e chovia, tudo no mesmo dia e a temperatura estava entre 17 e 20 graus, bastante agradável para minha prima Vania, eu diria que friozinho.

Chez Arruda ficava na Rue Guisarde uma travessa formada por 2 quadras de bistrôs, entre estes o “L' Âne et la Mule" cujos donos eram amigos do Benoît, do Café François de Florianópolis, nos tornamos habitués, onde Vania comeu um Cassulet de Gamba (camarões grandes) que, segundo ela, muito bom.

A rue Guisarde, também conhecida como “Rue de la soif!” (rua da sede), a noite era fechada e ficava lotada de pessoas bebendo e fumando (fuma-se muito na Europa toda). Em uma das esquinas ficava a boate mais exclusiva de Paris, a "Castel's" onde, dizem, que ser rico, bonito e famoso podia não ser suficiente para entrar. 

                       
            
Quando saíamos cedo de casa encontrávamos a rua forrada de bituca de cigarro, o que deixava Vania indignada; mas depois passava um carro da prefeitura lavando tudo.

Nosso apartamento era pequeno e tinha um quarto, onde dormia a Vania, um banheiro, uma sala com um sofá-cama onde eu dormia e uma cozinha. Mas era muito agradável e o que o tornava agradável eram as amplas janelas, que davam para uma jardim interno.

               










        

  St- Germain-des-Prés, o quartier mais descolado de Paris era cheio de cafés famosos como o "Deux Magots" frequentado por Hermingway; o "De Flore", frequentado por Sartre e Simone de Beauvoir, a "Brasserie Lipp", dos políticos e o "Le Procope", o café mais antigo do mundo (é de 1686) frequentado por Voltaire e Napoleão. O movimento a noite era intenso. A Livrarie La Hune, ficava aberta até a meia-noite e havia também uma grande quantidade de cinemas na região. Costumava ir nas sessôes das 22:30. 

Mas Saint Germain não era somente o boulevard mais charmoso de Paris mas era também o mais caro. Comprar algo ali era proibitivo, o melhor era pegar um metrô e ir a Marais, se quiséssemos comprar uma roupa ou um sapato.

 08 de setembro – Fui com a Vania no belíssimo café do museu D'Orsay onde fizemos um lanche e, como já tinha ido a Paris por duas vezes e nosso acordo era que não precisaria acompanha-la nos lugares que eu já conhecia, deixei-a visitando o D’Orsay e fui ao Musée National de la Légion d’honneur. A Legião de Honra, condecoração criada em 1802 por Napoleão Bonaparte tem entre os brasileiros agraciados Dom Pedro II, Juscelino Kubitschek e FHC entre outros. Meu conhecimento da Legião de Honra vinha do cinema – faz parte do imaginário de todo cinéfilo e, não à toa, Charles Chaplin também foi agraciado. 

 


09 de setembro – No dia seguinte fomos ao 8º arrondissement seguindo pelo Bd Haussmann até Au Printemps e La Fayette para conhecer os famosos magazines parisienses porém, não os mais caros – é o Le Bom Marché em St German o mais exclusivo.
 


Em seguida fizemos um passeio pela Champs d'Elysèes, la plus belle avenue du monde, que começa na Place de la Concorde e termina no Arc de Triomphe.

  

 10 de setembro – Almoçamos no Quartier Latim e depois fomos fazer um passeio de Bateau Mouche pelo Sena. Fiquei sem pilha e minha máquina fotográfica ne marche pas (ainda não tínhamos ela no celular) e fiquei sem fotos do passeio.




Pegava com frequência o metrô, quase sempre sob protestos da Vania que preferia o taxi. Penso que, se você quer verdadeiramente conhecer uma cidade e seus moradores, precisa pegar transporte coletivo. Mas também porque amava encontrar com músicos que tocavam nos corredores dos metros, mais ainda quando tinha a sorte de tocarem bossa nova.

 12 de setembro - Fazia um dia de verão e fui ao Bois de Boulogne, uma área de 865 hectares de trilhas para passeios a pé, de bicicleta e a cavalo, com lagos, jardins, teatro ao ar livre e museus. Passando pelo Palais des Congrès encontrei um café Angelina onde comprei alguns doces e refrigerante para meu pic-nic à beira do Lac Superirer.

 



13 de setembro – No dia seguinte decidi ver uma exposição sobre urbanismo e arquitetura que mostrava a evolução da cidade de Paris desde a ocupação romana, quando ainda se chamava Lutécia, até os dias de hoje; assim como, as mudanças realizadas por Napoleão I e III e a transformação urbana promovida pelo Barão Hausmann. 

Aprendi no curso de urbanismo, na UFSC em Florianópolis que, na França, qualquer mudança como a abertura de uma loja ou de um escritório, necessita estar dentro de um plano urbanístico global. 

Em seguida fui ao pavilhão criado pela arquiteta inglesa de origem iraniana, Zaha Hadid - atualmente uma das mais conceituadas do mundo, no Instituto do Mundo Árabe – só o prédio do IMA já merece uma visita.

 




             14 de setembro - A Cité de L'Architecture & du Patrimoine no Palácio Chaillot, é um belo edifício neoclássico construído para a exposição de 1937, na Place du Trocadéro, foi projetado de forma a não interferir no visual da Tour Eiffel está em total harmonia com seu entorno. No sentido oposto ao Palais fica o Champ-de-Mars e a Tour Eiffel.   





Fui ver três exposição: uma sobre a arquitetura na idade médio, com um acervo enorme, outra sobre a arquitetura moderna e contemporânea e outra sobre as novas moradias sociais. 






 A exposição sobre arquitetura moderna e contemporânea francesa, de 1850 até os dias atuais, apresentava maquetes ilustrando os temas abordados, tecnologias das construções, estudo da distribuições dos espaços interiores e, nomes importantes como Robert Mallet-Stevens, Fréderic Borel, Dominique Perrault e Jean Nouvel (confesso que eram desconhecidos para mim). Ah, havia também Le Corbusier, ufa!








  A Habitação Social na França iniciou com o processo de urbanização e o país foi pioneiro na parceria público-privada, crescendo significativamente após a Segunda Guerra Mundial. A Habitation à Loyer Modéré (HLM) são de dois tipos: agências públicas - controladas por autoridades locais - e empresas sociais de habitação - construtoras privas sem fins lucrativos. Hoje é obrigatório que qualquer lançamento imobiliário residencial contenha pelo menos 25% de habitação social e os promotores imobiliários privados se associam aos chamados bailleurs sociaux recebendo subsídios para esta finalidade. Vinha estudando recentemente o funcionava da habitação social na França.



            

       15 de setembro – Propus a Vania uma visita guiada à Sorbonne. Visitei em 2009 e fiquei impressionada com quanta história nesta que foi fundada em 1257 e começou escola de teologia passando a fazer parte da Universidade de Paris em 1868. São 13 universidades incluindo a Paris-Sorbonne (Paris IV) que ocupa os antigos prédios, incluindo a capela construída pelo Cardeal Richelieu em 1622 e fica entre a rue des Écoles e rue Victor Cousin.

Estudaram ali SãoTomas de Aquino, Raymond Aron, Honoré de Balzac, George Bataille, Henri Bergson, Marie Curie, Simone de Beauvoir, Jacques Derrida entre outros. 

Descobrimos que a visita teria que ser agendada com antecedência e nos conformamos em sentar na Place de La Sorbonne onde haviam muitos cafés e bistrôs, onde comi o melhor omelete do mundo, embora, dificilmente em Paris se come algo que não seja très très bien, creio que porque usam muita manteiga e produtos naturais na sua culinária. 


                             

Passando em frente ao Hôtel Dieu lembrei do ano de 2009 quando fui parar neste hospital por estar com formigamento de pés e mãos, poderia ser um AVC e me mandaram procurar um médico.  


 16 de setembro - No dia seguinte fui ao Museu Pompidou e próximo dali, havia uma manifestação da Anistia Internacional contra a pena de morte e a condenação de um jornalista nos USA. Não era, era a pressão de uma vértebra.

 





 Depois, retornando ao Boulevard St. German-de-Prés encontrei uns 20 carros de polícia formando um cordão de isolamento ao redor de estudantes que protestavam contra o corte de verbas e o aumento de impostos em função da ajuda ao governo da Grécia e da Espanha. Infelizmente não deixavam ninguém se aproximar.  

  17 de setembro – No 1º arrondissement ficava a Place de la Bourse que eu ainda não conhecia, onde também ficava a eglise St Eustachio, já proxima à Les Halles, onde assisti a um concerto de Liszt. St Eustachio possui o maior órgão da França e é considerada uma obra-prima da arquitetura gótica tardia e uma das igrejas mais visitadas da cidade.  




Depois jantei com a Vania no restaurante próximo ao nosso estúdio, onde nos tornamos fregueses. Le Charpentiers, nosso novo restaurante preferido cujo nome remetia à maçonaria e sua relação com pedreiros (pedreiro, em francês, é igual “maçon) e o símbolo é um esquadro e um compasso. 

  

18 de setembro – Saímos para ir nos bouquinistes à beira do Sena, no caminho íamos fotografando as fachadas dos cafés, que são maravilhosas. 

Nos bouquinistes comprei uma edição de bolso do Proust. Passear pelas barracas dos bouquinistes era um dos meus programas preferidos em Paris.

Pela primeira vez encontrava um observava uma cena com um pickpocket, este já fora de ação. 

                   

Andávamos pela margem do Sena quando encontramos uma feira de comidas, um marchés flottantes, com barracas de comidas e vinhos. Havia também uma banda muito animada.

 



Os barcos haviam sido transformados em restaurantes, que nos convidou a comer um pão com foie gras e vinho, enquanto observávamos o movimento da feira.





Na volta para casa passou por nos um grupo de patinadores tendo, na frente 2 carros da polícia abrindo espaço para eles e atrás uma ambulância.

 

Toda primeira semana do mês ocorre a Journées Européennes du Patrimoine e, como não era cobrado ingresso nos museus, as filas eram enormes mesmo as 17:29 da tarde.

 

ais tarde na Pont de Archeveché encontramos uma artista de rua cantando Edite Piaffe. 

 

  19 de setembro – Retornei, com a Vania à Place des Vosges, no 3º e 4º arrondissements, um dos lugares mais charmosos e também mais caros da cidade. É a praça mais antiga de Paris, classificada como monumento histórico em 1954 por André Malraux, onde morou Victor Hugo, George Simenon, Isadora Duncan, jack Lang, Annie Girardot

          


 
 
Almoçamos num restaurante no entorno e depois fomos a Place de la Bastille, local da antiga prisão onde ocorreram as manifestações que deram início a Revolução Francesa em 14 de julho de 1789, onde hoje existe uma praça redonda com um monumento no centro chamado Colonne de Juillet, um memorial aos mortos da revolução de 1830, marcando o início da monarquia constitucional. Sua cripta contém os ossos das 504 vítimas da batalha. 
 

Ao lado ficava o prédio da Ópera da Bastille, um teatro com 2.700 lugares; moderno, mas de gosto duvidoso, como muitos prédios modernos em Paris.
                               

Em seguida fomos ao Port de l'Arsenal ver os barcos-casa – como deve ser maravilhoso morar num barco desses, bem no centro de Paris, pensei.

 20 de setembro - Voltamos à Champs D'Elysées e resolvemos tomar um café quando ao sentamos numa das mesas que estavam vagas, veio um garçon pedir para mudarmos para outra onde já haviam algumas pessoas. Acostumada com a cultura europeia não estranhei mas, a Vania logo protestou - como não falamos francês e eles, o português, nos ignoramos porque você não precisa conversar com as outras pessoas, basta sorrir e dizer "bon jour" (este imprescindível, sempre!) e, se puxarem papo basta dizer "pardon, je ne parle pas français".    


                 

 Como estava programado à noite fomos ao Duc des Lombards, em Les Halles, um clube de jazz, onde assistimos ao Tributo à Louis Amstrong. Foi muito muito legal. Imaginei que em New Orleans deveria ser igual: velhinhas (claro que não nos incluímos) e velhinhos, balançavam a cabeça ao ritmo da música e aplaudindo com entusiasmo (no jazz pode-se aplaudir no meio da música). As pessoas que estavam ali realmente amavam o jazz e o Duc de Lombards é o clube mais tradicional de Paris. 

 

 21 de setembro – Andando sozinha por Champs d' Éllysees encontrei em meio aos prédios antigos alguns poucos prédios bastantes modernos (horríveis) e, já próxima do Arco do Triunfo, a casa onde morou Santos Dumont, que hoje é uma loja da Apple, wow! 

Mais abaixo um predio modernoso em total desarmonia com os predios antigos.

 

 



                 

Na Champs d'Ellysées gostava de ir na loja da Benetton (tem também uma ótima em Montparnasse) que, junto com a Oysho e Uniqlo são as minhas preferidas na Europa.

Voltando a pé pela Rue Saint-Honoré entrei no Jardin du Palais Royal, antiga residência de Luiz XIV, onde hoje estão as famosas galerias do Palais Royal, com marcar de luxo e também alguns cafés. Ao lado do Palais ficava a Comédie-Française, que tem Molière como patrono, onde fui ao shop do teatro.

       




 
No caminho ainda encontrei uma filmagem, o que era bastante comum ocorrer nas ruas de Paris. E, de volta a Sant German fui com a Vania tomar um vinho no café do amigo do meu amigo Benoir.

                       

22 de setembro – Enquanto a Vania subia à Tour Eiffel, fui comer um crepe de chocolate nas barraquinhas próximas dali. Já havia subido na torre nas outras vezes que estive em Paris e não estava afim de enfrentar fila nem a pagar pela alta taxa cobrada.

 

 Postei no meu blog fotos de uma pâtisserie et boulangerie que ficava à uma quadra do nosso estúdio, a Gerald Mulot, para que vissem como estávamos "passando mal" – só fazendo lanchinhos na Gerald Mulot e só bebendo vinho nacional. Mas seremos e levaremos alguns macarrones para nossos amigos e parentes.

 




  23 de setembro – Fazia um belo dia de sol e fui ao Jardim de Luxemburgo. Junto ao Palácio de Luxembourg fica o Senado e pretendia visita-lo, mas só permitem em datas pré-estabelecidas e nem mesmo a pude conhecer a biblioteca consegui conhecer. Tive que me conformar com a livraria, onde comprei umas revistas sobre Senado e o palácio.

Neste ano de 2011 a França teve eleições, que aqui ela é indireta e os senadores são escolhidos por um colégio eleitoral. A campanha eleitoral para presidente já havia começado e Sarkozy não se reelegeu, perdendo para F. Hollande. Na época estava interessada em estudar o sistema política francês e me preparei para ver o livros que havia comprado. Já o desejo de conhecer o palácio é também por ser um dos mais belos da França mas espero numa próxima viagem visitar este belo palácio que, pelas fotos do seu interior nada fica à dever a Versalhes em luxo e beleza.

              








 A noite fomos à Igreja St.Chapelle ouvir "As quatros Estações" de Vivaldi. Havíamos também programado ir à Opera Bastille, assistir "Salomé", de Strauss baseado em uma peça de Oscar wilde mas não foi possível – afinal, não se consegue fazer tudo. 

St Chapelle é a igreja mais bonita de Paris, são famosos seus vitrais e muitos vão aprecia-los no final da tarde quando bate o sol e o efeito é muito bonito.

 



 

 Na volta para casa encontramos muitos rollers pelas nas ruas do centro.

 



24 de setembro – A primeira coisa que fiz ao chegar em Paris foi comprar o “Pariscope” a revista com a programação semanal da cidade, exposições, concertos, teatro, etc. Mas, enquanto a Vania estava interessada nos museus, já que era a primeira vez que vinha Paris, eu tinha outras prioridades, como ir nos Banlieues (subúrbios) conhecer a Paris dos imigrantes: dos árabes, chineses e africanos. A Paris que não é a dos turistas. Vinha lendo sobre a dificuldade de aculturamento das etnias árabes e chinesas, por motivos culturais, como a dificuldade com o idioma. Como vinha também pesquisando sobre habitação social fui durante a St-Ouen, um dos banlieues com muito imigrante.

 





 
Encontrei um St Quen, com muita área verde, muitos jardins, quadras de esporte, um ginásio público com piscina e também prédios residenciais bem conservados. Não sei se é assim em todos os banlieues pois quando comentei a um frances que queria ir a Clichy-Sous Bois fui demovida sob argumento que havia muita violência.

 À tarde fui com a Vania  Marché aux Pucces, também em um banlieue de Paris. Como a maioria dos banlieues era ocupado por imigrantes e ali predominava os de origem africana, criando um belo cenário de mulheres naoegras com roupas muito coloridas. Infelizmente para fotografa-las só pegando-as desprevenidas.

O Marché era imenso, com 6 hectares e mais de 2 mil bancas e, havia desde antiguidades (mobiliário do segundo império, 1852-70) até roupas, sapatos e comida, etc. Eram vários mercados divididos por especialidade mas tudo era muito caro e só consegui comprar um biscuit, dos pequenos, para a minha mãe.







                      Almoçamos num restaurante local, que tinha uma comida muito boa.

     



 25 de setembro – Não sem motivo nesta cidade onde a cultura e o conhecimento era muito valorizado, as pessoas eram muito sociáveis e simpáticas, ao contrário do que pensam muitos brasileiros. Ocorre com os brasileiros é a grande diferença de educação – o francês faz questão do "bon jour madame/ monsier" ou "merci” e “au revoir" enquanto que o brasileiro, em geral, não é muito polido. Eu mesma cansei de entrar em uma loja, pedir uma informação, virar as costas e sair... e ouvir nas minhas costas "au revoir, madame"... constrangida, voltava a cabeça e respondia "au revoir madame".

26 de setembro – Deixei a Vania em frente ao Louvre, fui para a Biblioteca Nacional 

        





Depois, peguei-a em frente a Pyramide du Louvre e fomos em direção a Place du Carrousel até o Musée de l'Orangerie, de arte impressionista e pós-impressionista com muita Cézanne, Matisse, Modigliani, Monet, Piscasso. Depois fomos pelo Jardin des Tuleries até a Place de la Concorde.

 27 de setembro – Fui ao quartier chinês que fica em Porte de Choisy, divisa da Cité com o subúrbio. Assim como em Porte de St.Quen ali as calçadas eram largas e bastante arborizadas. Havia também muito espaço para lazer, como uma quadra de esporte, ginásio e uma piscina pública. Os subúrbios são também servidos por metrôs e tem uma boa estrutura de serviços, escolas, hospitais, etc. Em Porte de Choisy tem uma biblioteca enorme e, ao contrário do centro de Paris, os prédios são altos e modernos e, mesmo os de moradia social, são bem conservados.

                     


Dalí fui ao Parc de La Villette, onde tem a famosa Géode, a enorme esfera que é na verdade uma tela de 180 graus onde passa filmes 3D; tem a Cité de la Musique, um belo complexo de prédio com conservatório, biblioteca, estúdio, museu, etc, e a Cíté des Sciences et de l'Industrie, com uma arquitetura moderna bastante interessante. 




Há também muita área verde e, como tudo aqui, é mto mto grande.





 

Villiers-le-bel, um dos banlieues considerados problemáticos, onde ocorreram os primeiros movimentos de protestos de imigrantes em 2008, descobri que ficava perto de La villette.

 A noite fui ao cinema e pretendia assistir "A nova guerra do botões" uma refilmagem do filme americano de 1961 mas errei de sala e acabei assistindo "Et maintenant on va où?". Uma maravilhosa trági-comédia, passada num Libano em guerra, em uma vila onde convivem em harmonia cristãos e mulçumanos até o dia em que começam as tensões religiosas entre os homens e as mulheres se unem para evita-las.

Li que está sendo muito elogiado o último filme de Nani Moretti "Habemus Papam". Assisti também, embora não tenha me impressionado muito.

 28 de setembro - Passando pelo centro de Marais, pela rue François Miron, encontrei as duas casas, as mais antigas de Paris, datadas do séc. XV e restauradas em 1967, conhecidas como Mouton (ovelhas) & Faucheur (ceifadeira) pois naquela época as residências não eram identificadas por números mas por placas que evocavam atividades do comércio no térreo.


Neste dia fazia um céu de brigadeiro e fomos a Montmartre, começamos visitando a Basili
que du Sacré-Coeur. Não lembro se subimos pelo funicular, nem sei se já existia.

 







Mas, para ir a Mutte Montmartre teríamos que subir a pé e foi o que fizemos. Só não sei como consegui fazer a Vania andar tanto ainda mais com a temperatura entre 26/28 graus, para tristeza da Vania que, depois do calor na Itália, estava mais afim de curtir um friozinho.

 01 de outubro – Aproximava-se da data de voltar ao Brasil e dia 01 de outubro já começava a me despedir do Sena, do Hôtel de Ville, dos músicos nas ruas, dos monumentos enfim, de tudo que amava nesta cidade maravilhosa. 

 

















 








Texto..........................

.........................

 

 

No dia seguinte fui à Neuilly-sur-Seine, uma comuna francesa do departamento de Altos do Sena próximo a Bois de Boulogne, onde há muitos barcos casa.

 

02 de outubro – Uma longa caminhada, que começou no Arc de Triomphe, passou pela Av. de la Grande Armée, depois pela Av. Charles de Gaulle me levou até La Défense. Foram mais de 5 km e 1h de caminhada mas, valeu a pena, pelo paisagismo e pelo entorno no caminho - obvio, que voltei de metrô.

 Do alto de La Defense dava para ver ao fundo o Arc de Triomph e no lado oposto o prédio mais icônico de La Défense, o Grand Arche.














                

 No seu vão interno do Grand Arche caberia a Notre Dame, ele aloja um centro de conferência e galerias de arte – e faz parte do complexo empresarial e residencial que é La Défense. La Defense possui enormes espaços abertos, cheios de obras de arte belíssimas e muito espaço verde (precisei chegar perto da grama para verificar que não era artificial, de tão perfeieta). O complexo La Dèfense foi parte das grandes obras de Mitterrand, os Grands Travaux e possui um total de 80 hectares.








 03 de setembro – Com tantas caminhadas no dia anterior fiquei de molho no dia seguinte e só fui ao centro comprar os últimos presentinhos porque amanhã seguinte iríamos ao Château de Versailles... acho que estou precisando de novas pernas, estas ne marche pas!

06 de outubro – Passávamos numa rua de St German quando nos deparamos com uma instituição que oferecia sopa para os moradores de rua.