domingo, 19 de março de 2017

VELHO E NOVO MUNDO



Não importa por onde andemos na Europa que sempre iremos encontrar um castelo ou uma ruína romana. O Império Romano conquistou grande parte do continente, nele deixando sua marca através de magnificas obras da engenharia, como aquedutos, arenas e anfiteatros. Também as invasões muçulmana legaram à península ibérica, principalmente na região da Andaluzia, Sevilha e Granada, belos exemplares da arquitetura árabe. No entanto, foram as invasões germânicas que trouxeram maiores transformações através de alianças, casamentos entre herdeiros de diferentes coroas e principalmente as guerras intermináveis, muitas delas patrocinadas pela igreja católica, que determinaram a configuração da Europa atual.

No seriado "Izabel, a Rainha de Castela" do +Globosat vemos quão criminosa foi a influência da igreja católica na sua ambição por expandir sua religião e manter, assim, seu poder em todo o continente. Para tanto serviram-se das Cruzadas, chamadas, na época, de Guerras Santas, para combater os infiéis, promovendo verdadeiros massacres de muçulmanos. Não  satisfeitos,  praticaram também o genocídio de milhares senão, milhões de judeus, queimando-os nas fogueiras da Inquisição. Papel hoje representado, no ocidente, pelo terrorismo islâmico e, no século passado, pelo Nazismo.

Não eram só as guerras, mas também as intrigas e traições, motivadas por ambições desmedidas e paixões pelo poder que decidiam o destino das nações. O que não é muito diferente da nossa atual "corte" no Planalto Central. Talvez só sejam mais civilizados e não mandem mais cortar cabeças, como nos seculos XV a XVII, na Europa. 
No filme "A Jovem Rainha", de M. Kaurismäki, sobre a rainha Cristina da Suécia, vemos que haviam exceções na idade média e, nações onde não havia muita influência da religião e a razão e o amor ao conhecimento científico, a filosofia e as artes imperaram, não só existia mais justiça como hoje estes países são exemplos de democracia e prosperidade.

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Daqui a 3 meses estarei indo para Portugal e Espanha e certamente verei com outros olhos estes países, seus monumentos e palácios depois da leitura e dos filmes históricos sobre a idade média europeia, sobre a Casa de Castela e Aragão, assim como seus acordos espúrios com o Vaticano.


P.S. - Cansada de política passei a procurar outros canais de TV, além de séries históricas aqueles que também apresentavam programas de viagens. Escolhia ver aquelas cidades que estarei visitando á partir de junho. Mas, imediatamente, surgiu a preocupação de que poderia acabar com a surpresa, com a descoberta do novo. Até que descobri que, pelo contrário, criava uma interesse maior pelo lugar, pois passava a desejar estar lá e fazer parte dele daquele mundo.
Conclui, assim, que  o que torna Paris tão encantadora é o fato de poderemos sentar no Café Deux Magots, onde sentava-se Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoi, e tomar um café fumando um Gauloises (que já nem existem mais, mas eram um dos símbolos da França). 
Portanto, é o fato de conhecer a estes lugares virtualmente que os torna mais objetos do meu desejo e aproprio-me deles quando estou lá, quando faço parte deles - quando penso "este mundo também me pertence".  Estarei assim, na "féria" da vida, como dizia um argentino, meu professor na Escola Lacaniana. E, participar da festa da vida é não ficar  a margem dela.