sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

DE VOLTA A CARTAGENA E BORA BORA

05/01/2019
Na à Cartagena fiquei num hotel dentro da cidade murada onde há muitos hotéis boutique  porém, a maioria não tem elevador e os wi-fis funcionam muito mal. O que fiquei, na Calle 38, não era diferente e ainda tinha que subir 3 andares de escada para tomar o café da manha, que ficava no terraço. São muito charmosas as casas antigas coloniais mas não são nada práticas.




Em San Andrés havia adquirido uma diarreia bastante desagradável e incômoda que me manteve mais tempo no quarto vendo TV, assistindo desenhos que há muito tempo já não passam mais no Brasil, como Pantera Cor de Rosa, o Coiote, etc e também filmes do Cantinflas, que tanto sucesso fez no Brasil nos anos 60. 
Assisti também a alguns jornais locais e percebi como nos colocamos distantes da America espanhola. Além da Argentina, com quem temos relações comerciais fortes, recebemos escassas notícias sobre o Peru, o Chile, e a própria Colômbia, apesar da maioria destes países fazer fronteira com o Brasil.  

07/01/2019
A previsão era de tempo nublado, com pouco sol, e o preço do pacote para o passeio era alto. Iria pagar pelo almoço e drinque de boas vindas sem poder usufruir devido as cólicas que ainda sentia e me fizeram vacilar se iria a Bora Bora. Mas, como seria o ultimo dia antes de retornar ao Brasil, resolvi arriscar. 
Para minha sorte, não só teve sol o dia todo como o mar esteve perfeito, a água cristalina e tépida, lugar era lindo e o local perfeito para relaxar - tudo maravilhoso. 




Conversava dentro da água com um grupo de 4 mulheres de 30 à 40 anos quando perguntei se estavam viajando juntos e, para minha surpresa,  fiquei sabendo que todas tinham chegado só em Cartagena e tinham se encontrado no hostel onde estavam hospedadas. Até propus as meninas que criássemos uma confraria, poderia ser a "Confraria de mulheres que amam viajar só pelo mundo".
Quando conheci, Ana, a médica de Maceió já ficara encantada com o fato dela ser adepta de viajar só e perceber que eu não era tão "de outro planeta". 

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

SAN ANDRÉS - UMA GRANDE ROUBADA

02/01/2019
Sai triste de Cartagena - pensava como estava feliz ali e iria para um lugar que era uma incógnita, onde alguns diziam que tudo era muito precário e, outros, que tudo era muito lindo. Porém, não tinha escolha, já tinha comprado as passagens. E passagens aéreas hoje são um problema porque não se pode cancelar ou transferir - ficamos escravos das cia. de aviação. 
Parecia antever que a sorte não me acompanharia nesta etapa da viagem a Colômbia. Tudo começou no aeroporto de San Andrés, onde fui multada com 33 mil pesos porque não imprimi o cartão de embarque e minha mala, que está dentro do padrão para cabine, não foi aceita e tive que despachar, pagando mais 83 mil pesos, além dos 109 mil de taxa para entrar na ilha. 

03/01/2019
Os problemas continuaram com o hotel que era espelunca daquelas. Tive, como muitos brasileiros que encontrei por lá, que mudar de hotel e  pagar caro para poder ter um mínimo de conforto. Mesmo pagando caro, a diferença era grande em relação ao Ibis que fiquei em Marbela, que era excelente, quarto e banheiro grandes, confortáveis e com um Wi-Fi que nunca cair a conexão. 
Havia ainda um outro problema em relação ao novo hotel: o quarto dava para a piscina e para um palco onde a noite tem um show para os hóspedes. Ah, e os ensaios se estendiam para todo o dia, com música alta.


O centro da cidade é um grande outlet. Aqui, mais do que em Cartagena, prevalece a informalidade e a improvisação. Mas tudo em San Andrés era muito muito caro. Paguei por um almoço em um restaurante popular mais do que no Candé, um restaurante top de Cartagena, e ainda comi mal.



Encontrei muitos brasileiros, principalmente jovens viajando só. E, como muitos deles, estava rezando para chegar logo a hora de ir embora.  



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04/02/2019
Hoje fui a Ilha de Johnny Cay, o que só fez aumentar minha cota de grandes (des)aventuras. Depois de muita confusão para embarcar, seguimos em direção a ilha que fica próxima ao continente e considerada a mais bonita de todas, cercada por recifes de corais. 
Ao contrário de Cartagena onde o céu é sempre de brigadeiro, sem uma nuvem no céu, aqui está quase sempre nublado e neste dia ventava bastante deixando o mar agitado. Sentei no barco junto com 3 garotos brasileiros, um do Mato Grosso, outro paulista e um  baiano. Íamos maravilhados com a cor do mar, um pouco frustrados porque nossas câmeras não conseguiam retratar as cores, que iam do verde esmeralda até o azul marinho cintilante, indiferentes à água que respingava para dentro do barco.


Na foto abaixo vemos alguém retirando água de um barco com um balde. Rimos muito e comentamos que aquela cena era a cara de San Andrés. 





 A beleza da ilha, com suas palmeiras e areias muito branca compensava a falta de estrutura. E tudo o que eu queria era fazer naquele momento era ficar torrando no sol, além de tomar um banho naquele mar maravilhoso. Mas, quando entrei na água descobri que não pisava em areia, porque o fundo era formado de rocha calcária, com muitos buracos. Depois de ser derrubada pelas ondas por 2 vezes, desisti e voltei para a praia. Abandonava também a ideia de nadar em direção aos recifes de corais.
Na volta, a ausência de um deck de madeira e o mar muito agitado tornou o ato de embarque bastante temerário. 


                                                O mar é só mar, desprovido de apegos,
matando-se e recuperando-se,
correndo como um touro azul por sua própria sombra,
e arremetendo com bravura contra ninguém,
e sendo depois a pura sombra de si mesmo,
por si mesmo vencido. É o seu grande exercício.

Não precisa do destino fixo da terra,
ele que, ao mesmo tempo,
é o dançarino e a sua dança.

Cecília Meireles