Sai triste de Cartagena - pensava como estava feliz ali e iria para um lugar que era uma incógnita, onde alguns diziam que tudo era muito precário e, outros, que tudo era muito lindo. Porém, não tinha escolha, já tinha comprado as passagens. E passagens aéreas hoje são um problema porque não se pode cancelar ou transferir - ficamos escravos das cia. de aviação.
Parecia antever que a sorte não me acompanharia nesta etapa da viagem a Colômbia. Tudo começou no aeroporto de San Andrés, onde fui multada com 33 mil pesos porque não imprimi o cartão de embarque e minha mala, que está dentro do padrão para cabine, não foi aceita e tive que despachar, pagando mais 83 mil pesos, além dos 109 mil de taxa para entrar na ilha.
03/01/2019
Os problemas continuaram com o hotel que era espelunca daquelas. Tive, como muitos brasileiros que encontrei por lá, que mudar de hotel e pagar caro para poder ter um mínimo de conforto. Mesmo pagando caro, a diferença era grande em relação ao Ibis que fiquei em Marbela, que era excelente, quarto e banheiro grandes, confortáveis e com um Wi-Fi que nunca cair a conexão.
Havia ainda um outro problema em relação ao novo hotel: o quarto dava para a piscina e para um palco onde a noite tem um show para os hóspedes. Ah, e os ensaios se estendiam para todo o dia, com música alta.
O centro da cidade é um grande outlet. Aqui, mais do que em Cartagena, prevalece a informalidade e a improvisação. Mas tudo em San Andrés era muito muito caro. Paguei por um almoço em um restaurante popular mais do que no Candé, um restaurante top de Cartagena, e ainda comi mal.
Encontrei muitos brasileiros, principalmente jovens viajando só. E, como muitos deles, estava rezando para chegar logo a hora de ir embora.
.
04/02/2019
Hoje fui a Ilha de Johnny Cay, o que só fez aumentar minha cota de grandes (des)aventuras. Depois de muita confusão para embarcar, seguimos em direção a ilha que fica próxima ao continente e considerada a mais bonita de todas, cercada por recifes de corais.
Ao contrário de Cartagena onde o céu é sempre de brigadeiro, sem uma nuvem no céu, aqui está quase sempre nublado e neste dia ventava bastante deixando o mar agitado. Sentei no barco junto com 3 garotos brasileiros, um do Mato Grosso, outro paulista e um baiano. Íamos maravilhados com a cor do mar, um pouco frustrados porque nossas câmeras não conseguiam retratar as cores, que iam do verde esmeralda até o azul marinho cintilante, indiferentes à água que respingava para dentro do barco.
Na foto abaixo vemos alguém retirando água de um barco com um balde. Rimos muito e comentamos que aquela cena era a cara de San Andrés.
A beleza da ilha, com suas palmeiras e areias muito branca compensava a falta de estrutura. E tudo o que eu queria era fazer naquele momento era ficar torrando no sol, além de tomar um banho naquele mar maravilhoso. Mas, quando entrei na água descobri que não pisava em areia, porque o fundo era formado de rocha calcária, com muitos buracos. Depois de ser derrubada pelas ondas por 2 vezes, desisti e voltei para a praia. Abandonava também a ideia de nadar em direção aos recifes de corais.
Na volta, a ausência de um deck de madeira e o mar muito agitado tornou o ato de embarque bastante temerário.
O mar é só mar, desprovido de apegos,
matando-se e recuperando-se,
correndo como um touro azul por sua própria sombra,
e arremetendo com bravura contra ninguém,
e sendo depois a pura sombra de si mesmo,
por si mesmo vencido. É o seu grande exercício.
Não precisa do destino fixo da terra,
ele que, ao mesmo tempo,
é o dançarino e a sua dança.
Cecília Meireles
Pelo menos conheceu e não ficou na ilusão de que seria uma grande aventura!
ResponderExcluirSó a cor daquele mar já valeu a pena. E a compensação veio com Bora Bora - na hora de voltar para Cartagena ninguém queria ir, estávamos no paraíso.
ResponderExcluir