segunda-feira, 31 de julho de 2017

LISBOA 4

31/07/2017
Começo hoje uma nova fase da viagem. Abro um arquivo de fotos para cada viagem: Lisboa, Madri, Valência...novamente Lisboa, etc. Mas estas são também determinadas pelas mudanças dentro de Lisboa, pelo local onde estou hospedada, daí porque tem Lisboa 1,2,3 e agora 4. 

Entrei agora na fase Lisboa 4 porque hoje saí de Rato e mudei para Saldanha. Estou agora na rua Pinheiro Chagas n.8. No Saldanha Prestige, uma guest house cuja proprietária é a Maria e o telefone é +351 914 184 460 (é sempre  importante deixar aqui registrado o endereço onde me encontro, caso precise ser localizada, por vários motivos: desapareci, fui sequestrada (rsrsrs) ou estou sem telemóvel. Uma vez li que as pessoas, quando chegam em um país estrangeiro, deveriam ir a embaixada do seu país e deixar o endereço onde estão hospedadas. Mas isso tudo foi antes do telemóvel (celular), hoje você já comunica na hora os familiares e amigos onde se encontra, já manda fotos via whatsapp.

É uma nova fase porque a mudança de endereço envolve novos referenciais e novas interações com o lugar. Por ex. em Rato, circulava entre o Cais de Sodré e a Praça Camões e agora voltarei a frequentar o Museu Gulbenkiean (para onde posso ir a pé) e, provavelmente, voltarei também ao Starbucks Café, no El Corte Inglês. Interiorizei e fiquei mais distante do meu amado Tejo. São outras paisagens.  

Na minha primeira estadia em Lisboa fiquei em Campo Pequeno, onde tem a Praça dos Touros, ao lado de Saldanha e agora estou no centro de Saldanha, quase na rótula. O local tem boas lojas e alguns centros comerciais, além de muitos cafés. Tem um Nicola (um dos mais tradicionais da cidade) em frente. 
É um bairro classe média alta, moderno e muito diferente do resto da cidade. Adorei o local assim como ter mudado, não só de casa, mas também de cenário.

JARDINS

NOTAS: 
1. Odeio essa gentinha, esses portugueses "metidos" que falam fluentemente inglês e francês!! Enquanto eu claudico* em ambos, eles dominam com elegância o idioma de Shakespeare e, a maioria também, o de Molière.
(*) Mas o idioma português, este pelo menos, conheço bem, viu Gelsa Helena. 

2. Continuando com as notícias sobre o Brasil publicadas no DN de Lisboa: sexta saiu uma matéria sobre o uso de tornozeleiras eletrônicas (que eles chamam de pulseiras 9 [?] eletrônicas) pelos presos da Lava Jato. Comenta que aqueles que estão em prisão domiciliar vivem em mansões com piscina ou cobertura de frente para o mar. Cita também o ex-senador Delcídio do Amaral, que vive em sua fazenda no Mato Grosso do Sul.  
Lembrei do genial artigo do Roberto Pompeu de Toledo, na revista Veja de 26/07 intitulado "Minha doce prisão", onde ele sugere que estes deveriam cumprir a pena em um Conjunto Habitacional do Minha Casa Minha Vida, mas não a do Lula no Guarujá, mas uma verdadeira, com direito a bala perdida e tudo. 


30/07/2017
Na Europa os jardins são amplamente usados pela população e não somente espaços de circulação como são no Brasil onde ainda tem aquela plaquinha infame de "não pise na grama".  
Aqui tem sempre gente deitada na grama, dormindo nos bancos ou lendo livros. São espaços feitos para uso e abuso das pessoas, como vemos nas fotos abaixo: 



Hoje fui ao Centro Cultural Belém, onde tem lojas, galerias, cafeterias, teatro e cinemas. Tem também um jardim, o Jardim das Oliveiras, onde é disponibilizado pufes para as pessoas deitarem debaixo das árvores. Passei a tarde lendo e cochilando. Na foto, ao fundo o Padrão do Descobrimento. 


 Abaixo, uma belíssima escultura de Calder.
 

No mês de agosto haverá, no CCB, do dia 1o. até o dia 10 concertos diários de música clássica e nos Jardins das Oliveiras às quintas e sábados, até o final do mês,  música popular. Pena que seja um pouquinho longe. Tenho que pegar 2 ônibus porque não tem metro para Belém.

sexta-feira, 28 de julho de 2017

PÔR DO SOL EM LISBOA


28/07/2017
Hoje fiz um passeio de barco pelo Tejo no final da tarde. Nas fotos abaixo a praça do Comércio, a ponte 25 de Abril, a Torre de Belém, que foi construida pelo arquiteto Francisco de Arruda, em estilo manuelino do séc. XVI  e o monumento Padrão dos Descobrimentos, de 1960.

  





 
  

quarta-feira, 26 de julho de 2017

MUSEU DO AZULEJO

26/07/2017
Quando penso que já vi os belos pontos turísticos de Lisboa, descubro um que supera os anteriores em beleza, como esta igreja que fica junto ao Museu Nacional do Azulejo.  
O antigo Convento da Madre de Deus, hoje Museu do Azulejo é um espaço muito agradável, com um café e restaurante no meio de um jardim interno, também muito simpático. Além de possuir um vasto acervo, que começa com os mouros, que trouxeram a arte da azulejaria para a península ibérica, até a época atual. 

 

 

 
 
 



Abaixo fotos da belíssima a igreja barroca Madre de Deus, junto ao Museu Nacional do Azulejo. Além de azulejos tem muito mas muito ouro. 
Vejam onde veio parar o ouro das Minas Gerais. Vamos repatriar isto tudo, Meirelles. Quem sabe não equilibramos as contas públicas!





























 
   




 

 





 

terça-feira, 25 de julho de 2017

DIÁRIO DE NOTÍCIAS

Comprei o jornal na segunda e só hoje, terça, é que fui ler. O Diário de Notícias é o jornal mais tradicional da cidade e traz com frequência matéria sobre o Brasil. Ontem trouxe uma, de uma página inteira com o título "Lula e o PT estudam um plano B para as eleições". E termina dizendo: "(...) certo é mesmo que Lula tem que estudar outras alternativas (...) com mais cinco processos na justiça à perna (?) é mais provável que passe  2018 numa cadeia do que no Planalto."
Ao contrario do jornal, os brasileiros aqui na Europa e, mesmo nos USA, são na maioria petistas. Creio que aqueles que vieram trabalhar, que são a maioria dos maradores, encaixam-se bem no discurso da esquerda, da classe oprimida pelo capitalismo.   
O jornal fala também sobre os incêndios no centro e norte do país. Foram
73 incêndios num único dia. Com tanto eucalipto plantado só pode dar nisto.
O DN trás também a taxa de desemprego, que aqui esta em 9,4% que, não é tão alta quanto a do Brasil mas também não é baixa. Tirando o problema do desemprego, que aqui é um maiores da Europa, no resto, o  Brasil é o Portugal que não deu certo.


25/07/2017
Encontra-se com frequência barraquinhas de frutas, que não são muito diferentes das nossas frutas porém, aqui a maioria é importada e algumas vem do Brasil.

Hoje fui almoçar na Casa Fernando Pessoa, em Estrela e na volta parei no Palácio da Assembleia da República, também chamado de Palácio São Bento, que seria o nosso Congresso, na esperança de poder visitar. Mas estas ocorrem somente no ultimo sábado de cada mês e tem que fazer um  agendamento pela Internet com um mês de antecedência pois os grupos são pequenos. E ainda são visitas guiadas, invariavelmente cansativas.

Segui então para a Igreja de São Roque, erguida em 1583 junto a Santa Casa, no Bairro Alto. Li que S. Roque é o padroeiro dos cirurgiões, tivesse sabido disto quando estava lá teria pego um santinho para a Izabella. 
O interior é belíssimo, o teto é de madeira pintada e nas laterais as capelas são em mármore, marfim, ouro e lápis-lazúli. A de S. João Batista foi construida em Roma, abençoada pelo papa e embarcada para Lisboa. Levou 4 anos para ser remontada. Ao lado tem um museu com muitos objetos religiosos em prata e ouro que poderiam muito bem ser réplicas pintadas em ouro e este ser usado para mandar alimentos para a África. 
Sempre comentei que não sabia o que fizeram com o ouro que trouxeram do Brasil, creio que agora descobri onde tudo foi parar. Nas igrejas e mosteiros.  

NOTA: lendo Jorge Caldeira descobri que a transformação em objetos religiosos era uma forma de burlar o fisco e fazer lastro para as atividades de agiotagem da igreja católica.   


 

segunda-feira, 24 de julho de 2017

LISBOA 3

22/07/2017
Como é bom estar novamente em Lisboa. "Lisboa, velha cidade, cheia de encantos e belezas" já cantava Amália Rodrigues. E, falando de musica, não posso esquecer que em agosto tem o Out Jazz. E, no Gulbenkian tem também todo fim de semana musica ao ar livre.
Estava a dizer como me sinto bem em Lisboa e lembrei de uma definição da cidade que gostei muito :"Lisboa é uma cidade confortável". Acho que a define bem. É fácil se locomover pela cidade - há um excelente sistema de transporte coletivo:  você pode optar pelo métro (eles acentuam no e); pelos autocars (ônibus), que nunca estão lotados ou pelos elétrico (bondinhos). Estes, porém somente levam a lugares mais distantes, como Alfama e Belém. 
Mas Lisboa tem também museus, belos jardins para se deitar na grama, tem o cais do Sodré, a beira do Tejo, que mais parece uma praia, com suas espreguiçadeiras, onde você pode fazer a sesta depois do almoço no Mercado da Ribeira, que é muito giro.   
Tem também beleza natural e uma bela arquitetura, com sua mistura de gótico, estilo manuelino (sec. XVI) e pombalino (de Marques de Pombal, que reconstruiu todos o centro destruído pelo terremoto de 1755).
Também amplos espaços abertos como a Praça do Comércio, que dizem que é a maior do mundo. 
Mas, acima de tudo, Lisboa tem vida, tem cultura. E, finalmente, Lisboa não é só uma cidade confortável, é também o melhor lugar do mundo para se morar.


E, para confirmar tudo isto, hoje peguei o autocar 758 e fui para o Caís de Sodré, começando com um almoço no Mercado da Ribeira.  
 


Pois, uma das melhores coisas desta cidade é que os preços de alimentação são também bastante confortáveis ao bolso. Um almoço no Mercado da Ribeira não sai mais do que 12 euros. E, não só lá, mas em qualquer restaurante de médio preço. Meu prato preferido, o Bacalhau à Brás saiu por 9,80 euros.



                                                     Depois, foi só atravessar a avenida e já estava no Cais de Sodré onde sentei para tomar um sorvete e, em seguida, segui em direção a Praça do Comércio

 
Local de muita concentração de turistas e também de imigrantes. Estes, como não conseguem um emprego - porque não falam o idioma ou porque não tem  a documentação necessária - optam por fazer "bico" como este artesão que faz esculturas na areia ou outros que vendem pau de selfie para turistas.

E, onde hoje é a Praça do Comércio era o palácio de D. Manuel I, que foi destruído pelo terremoto, reconstruido pelo Marques de Pombal. Depois da revolução de 1910 (fim da monarquia) foi transformado em gabinetes administrativos. Hoje é também local de restaurantes e de um dos hotéis mais estrelado da capital portuguesa, o Pestana. Na foto abaixo o Arco da Augusta, portão de entrada da Baixa.
 
Encontrei em uma barraquinha que vende artesanato para turistas, nos arcos da Praça do Comércio, esta plaquinha. Tinha também com o nome Aires, escrito com i e não y, como escreve minha amiga Nilce, que quer também fazer sua cidadania portuguesa.

 
Depois da Praça do Comercio peguei outro ônibus ops, autocar, para ir a Santa Apolônio, a estação de comboios (são duas: uma fica em Restauradores e faz viagens regionais e esta, as viagens de larga distância) para comprar uma passagem de trem para Sevilha. Na volta, resolvi seguir a pé para a Praça do Comércio (daria umas 5 quadras) para conhecer melhor este lado da cidade, que é a região portuária e pertence a Alfama, possivelmente a mais antiga ou a menos destruída pelo terremoto. 
Na foto abaixo, a casa ao rés-do-chão é do século XIII. 

Abaixo portal da igreja de Nossa Senhora da Conceição Velha
Aqui, o Pelourinho no Paço Municipal e na outra foto o prédio da Câmara Municipal. Como pode-se ver como são muitos e grandes os espaços para a circulação de pedestres.
 
        ... E o céu, sempre azul da "velha cidade cheia de encanto e beleza sempre a sorrir".

   

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Setubal 2

Era meu ultimo dia em Setúbal e faltava ir até o mercado público, um dos pontos turísticos da cidade. No caminho passei pelos jardins da avenida Luiza Todi, nome da famosa cantora de ópera que, junto com Bocage, faz a glória da cidade.

Abaixo os belíssimos azulejos da entrada do mercado.


 Os corredores do interior do mercado, com suas figuras em cerâmica, seus amplos espaços, sua extrema organização e limpeza .

E, ao fundo, um vasto painel de azulejo retratando o trabalho dos pescadores de sardinha, dos plantadores de azeitonas e da colheita da uva que representam as principais atividades econômicas do lugar: a pesca, a produção de azeite e o
vinho Moscatel.
      Alguns nomes de pescados são bem estranhos para nós, como estes abaixo.


quarta-feira, 19 de julho de 2017

CACILHAS

19/07/20117 
Cacilhas faz parte da freguesia de Almada, distrito de Setúbal, com pouco mais de 6 mil habitantes (2011). É um local muito simpático, cheia de turistas e muita agitação. 
Mas, o mais legal de Cacilhas é que, se você quiser ir um teatro, p.ex., é só pegar o barco e em 10mtos estará no Cais de Sodré, em Lisboa. 
E, as praias também não estão muito distante, bastando ir para a Costa da Caparica que em poucos quilômetros encontrará uma praia. 

 
 
  
                                              Lisboa ao fundo

Anna, minha anfitriã em Lisboa, havia me falado de Cacilhas. Disse que era um bom lugar para morar porque é muito perto de Lisboa, apenas 10 mtos de barco, saindo do Cais de Sodré e que os imóveis eram muito mais baratos pois há um projeto de revitalização da área do porto que valorizará muito esta área no futuro. 

No Google encontrei um vídeo do YouTube com o projeto de reurbanização da área do terminal fluvial com a construção também de moradias de alto padrão. 

 

Com tudo isto a corrida para comprar imóveis tem sido muito grande. Na imobiliária me informaram que já sobram poucos à venda. A corretora ficou de procurar algum apartamento com elevador ou sobrado no rés-do-chão (térreo) e entrar em contato. Infelizmente a maioria não tem elevador e os sobrados tem muitas escadas.
Também a vila é cheia de ladeiras. Ou você mora na zona do porto, que é plana, ou compra uma Vespa, que é o farei se um dia vier a morar em Cacilhas.


Na volta para Setúbal, cortando a Serra da Arrábida, observei porque há tantos incêndios no país: o solo é seco, não há vegetação primária e as árvores são ou Oliveiras ou, o que é pior, Eucaliptos. Isso numa reserva natural!