Descubro que com passaporte português não entro na Rússia, não sem um visto. Mas, para minha sorte o Brasil tem acordo diplomático com o país e usei o passaporte brasileiro.
A essa altura também já estava arrependida de ter optado por avião e não barco, ou trem. Avião só é bom quando você esta saindo do Brasil. Depois para deslocamento interno dá muito trabalho ter que pegar transporte para o aeroporto, fazer chek-in, passar pela imigração (no trem é bem menos complicada), fazer conexão, transporte novamente para o centro. E assim foi o dia inteiro. No aeroporto em St. Petersburgo descobri que preciso pegar um ônibus e depois pegar um metrô (que aqui não é metro nem subway, tem outro nome) para chegar ao centro. Com duas malas - e elas estão pesadas - em metrô, não vai dar, pensei, pego o ônibus e depois um táxi.
Dentro do ônibus, tentava me informar onde tinha que descer até que uma garota e a amiga dela me mandaram segui-las e andaram comigo até um ponto de táxi. Ainda negociaram o preço com o taxista, que não falava inglês e também não aceitava cartão de crédito. Por sorte já tinha sacado alguns rublos no aeroporto.
Cheguei na rua do hotel, na Nevsky Prospekt 64, e cadê hotel? Não havia nem sinal de hotel. Que dia!
O motorista queria ir embora, dei a entender que ele não podia me deixar ali sem antes encontrar o hotel e ele saiu a pé, procurando. Estava na calçada esperando quando parei um garoto dos seus 20 e poucos anos, que tinha um skate na mão e pedi ajuda. Só depois que ele ligou para o telefone do hotel, que eu tinha comigo, é que descobrimos que a entrada era na transversal.
Mas quando parei em frente a porta o susto foi grande: era só uma porta feia, descascada, e que ainda por cima estava trancada. Ele interfonou e subimos.
Surpresa, porque era um lugar até bem bonito. É daquele tipo de hotel, que tem também no resto da Europa, que ficam em prédios residenciais (nos outros andares são residências) e não tem indicação alguma, nem recepção.
Tinha uma garota me aguardando, que depois me deu as chaves da porta da rua e da porta do apartamento e do meu quarto. Como há eram 9 horas da noite, fui tomar um banho e ajeitar minhas coisas. A garota me perguntou se queria um chá e depois me levou uma bandeja com chá e biscoitos. E tudo acabou bem.
Mas hoje vou ter que pedir que aumente o aquecimento porque estou aqui escrevendo com camiseta mais uma segunda pele.
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