domingo, 6 de agosto de 2017

LISBOA 6

Escrever é dar um sentido aos fatos da  vida. É torna-los mais interessante.
                                                                                                                                Tisza

Parece inacreditável, mas Lisboa tem quase o mesmo número de habitantes que Florianópolis. Diria que Lisboa é do tamanho de Curitiba (1.776.761 mi dados de 2015) se não soubesse que tem somente 506 mil (dados de 2015) habitantes. Apesar do grande número de jardins e parques (que na Europa costumam ser realmente grandes) aqui os prédios são grudados uns nos outros dando uma sensação de densidade populacional e, em geral não possuem mais de 3 ou 4 andares. Encontra-se prédios mais altos somente na região do Parque das Nações (distante do centro) e, atualmente, na Marquês de Pombal e Saldanha, centro, onde tem alguns hotéis com mais de 10 andares e, creio que na região de Benfica, também distante do centro. 


Mas, o mais incrível é que apesar do tamanho, Lisboa é uma cidade que, com certeza, tem mais museus, bares e restaurantes do que Curitiba e a vida noturna esta mais para SP.
E, o que vem tornado a cidade ainda mais cosmopolita é a vinda dos franceses para cá. Eles estão investido maciçamente no país, a maioria são aposentados que estão vindo morar aqui porque o custo de vida é menor que na França e porque é um país mais seguro, não tem atentado terrorista. 

Atualmente, ouve-se mais o francês do que o português no centro da cidade.  

Tenho falado só das qualidades da cidade e, para não parecer uma apaixonite cega, preciso falar também do que não gosto. O que mais me incomoda é o vento; e não é só em Lisboa, mas em todos os lugares por onde andei no país. É um vento muito frio. Sempre saio com um casaquinho na mão e, mesmo assim já peguei um infecção de garganta.

Também não gosto do costume do lisboeta falar muito alto, parecendo os brasileiros quando estão em viajem no exterior. E do fato de que eles nunca são muito precisos quando se pede uma informação, adoram o "pode ser que sim... talvez" ...e por aí vão. Só você não vai a lugar nenhum, se depender da resposta deles. 
A mais paradigmática é a que recebi da portuguesa do armazém quando perguntei onde encontraria determinado produto e ela me respondeu: "vais a encontrar numa grande superfície". Pedi que explicasse melhor mas foi inútil. Mas poderia ter dito: "no supermercado Pingo Doce" e estaria tudo resolvido.

Preciso também falar da culinária portuguesa. Como já havia comentado antes, não gosto da carne que servem aqui, não tem gosto algum e, mesmo uma picanha Black Angus aqui é insossa. Também não gosto do pão, que é seco e duro e do café que é amargo (não é que seja muito forte, ele é amargo mesmo). Coloco três saches de açúcar para conseguir tomar.

Dias atrás estava com um casal de brasileiros e uma brasileira almoçando no Marcado da Ribeira e falávamos da culinária local. O casal concordava comigo e a outra não. Mas fui percebendo que era do tipo que não importa o que se diga, ela sempre ira discordar - enfim, era uma "chata de galocha". 

Contei a eles que dias atrás arrisquei num espaguete À la Bolognesa e foi horrível porque a carne, além de não ter gosto, era tão moída que mais parecia uma pasta. Enquanto que, o verdadeiro À la Bolognesa é feito com pedaços de carne que ficam cozinhando horas até quase desmancharem e o molho ficar escuro. Que também não é igual ao do Brasil. Só era assim no divino Sapore di Sale, em Floripa que, infelizmente não existe mais. 
E, outro dia pedi um Ovos Mexidos na Farinheira, achando que eram feitos com farinha de mandioca. Não, "farinheira" é um embutido e os embutidos vem da região do Alentejo, e são muito forte e com um gosto bem esquisito. Mas os portugueses amam os embutidos. Não foi o meu caso, que passei mal a noite.

Segundo a opinião do casal brasileiro a culinária portuguesa é muito rude, sem muita sofisticação. Concordamos que a culinária lusitana não é aquilo tudo que dizem e que é, e nem de longe é comparável à francesa ou mesmo à italiana. A única que discordou, claro, foi a chata. 
Mesmo assim, posso dizer que gosto muuuiito de Bacalhau à Brás, de Arroz de Pato, do Arroz Doce e do Pastel de Belém. E, certamente, ainda descobrirei outros pratos que virei a gostar muito e outros que nem tanto.  

Preciso ainda experimentar o Bacalhau à Lagareiro com Batatas ao Murro, molho no qual o meu sobrinho Guilherme disse que vem se especializando. Preciso saber se poderá ser a pièce de résistence no próximo jantar que ele fizer na casa da avó, claro, que depois da volta da tia ao Brasil. 

Um comentário:

  1. ótimas reflexões! Para quem tem condições e quer mudar para Portugal, vale a pena investir pois com certeza, qualidade de vida é certo encontrar! bjs




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