domingo, 28 de abril de 2024

2004 - AMSTERDAN E PARIS

 

2004

 

1.  HOLANDA

 



1.1. AMSTERDAN
25 de fevereiro – Iniciava minha viagem a Paris fazendo uma conexão em Amsterdam, aproveitado para conhecer a capital da Holanda, sua arquitetura e paisagem pitorescas.
Fiquei hospedada em um hostel ao lado do Vondelpark, próximo ao Rijksmuseum e quando atravessei-o para ir em direção ao museu senti aquele cheiro, velho conhecido do meu tempo de faculdade, lembrando-me que a Holanda foi o primeiro país a liberar o uso da maconha.
Mas, o que realmente me surpreendeu foi a profusão de bicicletas e tinha que tomar cuidado para não ser atropelada quando atravessava a rua.

                       

Nos 2 dias que fiquei na cidade consegui ver as obras de Rembrandt, Van Gogh, Vermeer, Jan Steen, etc. no Rijksmuseum, comer o melhor cachorro quente da minha vida numa barraquinha em frente ao museu e fazer um passeio de barco e passar em frente à casa de Ana Frank.

               

E, claro, não deixaria também de explorar o famoso Red Light District onde vi cenas inusitadas de mulheres lixando as unhas, com ar de tédio, enquanto aguardavam um cliente quando esperava encontrar mulheres em rob de chambre rendados, sentadas languidamente sob a penumbra de um abat-jour lilás ao fundo. O ordinário da cena, somado aos olhares masculinos do outro lado da vitrine, alguns discretos, outros lascivos, deixava tudo bastante bizarro.   



2.  FRANÇA

2.1.            PARIS

28 de fevereiro – Seguindo minha jornada cheguei a Paris onde pretendia ficar 2 meses, o que me fez optar por hospedar-me em um hostel, mais em conta, no Quartier Latin próximo à Sorbonne e ao Jardin de Luxembourg.
O clima aconchegante do local e o café da manhã, com um chocolate quente
deliciese e um pão quentinho me obrigavam a acordar cedo para não perder o café da manhã.
Decidida a adaptar o provérbio “Em Roma faça como os romanos”, no primeiro final de semana, fui ao Jardin des Luxembourg, onde fiquei sentada ao sol, lagarteando, lendo e, às vezes, cochilando. Outros corriam, andavam de bicicleta, jogavam tênis, xadrez ou algo parecido com bocha, que na França é chamado de Pétanque.Era final do inverno, quase início de primavera, e a temperatura já se mostrava amena

 

03 de dezembro Iniciei a semana explorando o museu do Louvre, o maior museu do mundo, antigo palácio real com 160.000 m2 e um acervo de 300 mil obras, das quais estão em exposição, 35 mil. São 3 alas, Sully, Denon e Richelieu e um pavilhão, que leva o nome de Pavilhão do Relógio, o coração do museu.
Neste dia fui conhecer a ala Richelieu onde está o apartamento que serviu de residência a Napoleão III quando esteve no poder.
Napoleão III foi o 1º Presidente da Segunda República Francesa, depois Imperador do Segundo Império Francês. Sobrinho e herdeiro de Napoleão Bonaparte foi impedido de concorrer a um segundo mandato pelo parlamento, o que o levou a dar um golpe em 1851 e assumir como imperador. Responsável por um considerável desenvolvimento industrial, econômico e financeiro no país foi durante seu governo que ocorreu a reurbanização de Paris sob o Barão Haussmann

 

 

Napoleão III foi o 1º Presidente da Segunda República Francesa, depois Imperador dos franceses do Segundo Império Francês. Era sobrinho e herdeiro de Napoleão Bonaparte. Impedido de concorrer a um segundo mandato pela constituição, deu um golpe em 1851 e assumiu o trono como imperador. Foi responsável por um considerável desenvolvimento industrial, econômico e financeiro no país e foi durante seu governo que ocorre a reurbanização de Paris sob o Barão Haussmann. 
O segundo império chegou ao fim com a derrota dos franceses na guerra Franco-Prussiana, levando Napoleão II ao exílio na Inglaterra enquanto que a França proclama a terceira república.

03 de março – Fui com Ane, minha companheira de quarto (na foto, ao meu lado D) – uma brasileira que trabalhava no Museu Lasar Segal em são Paulo e estava em uma missão pessoal pelos museus da Europa e Ásia – tomar um café no L'Autre Bistrô, um local simpático próximo ao hoste onde ia com frequência, comer o plat du jour, sempre bom e barato.  

Antes da Ane compartilhei o quarto com uma caribenha, com uma energia contagiante, meio “maluquinha”, que me levou a descobrir a Rue Galande, uma rua encantadora, repleta de cafés e bistrôs animados, um verdadeiro tesouro escondido na Rive Gauche, onde a vida 
boêmia ganhava seu charme no Cabaré Trois Maillet, meu futuro lugar preferido na Rue Galande.
Começava, assim, a aprender a viver na rua, como fazem os franceses – ninguém usa tão bem os espaços públicos como eles, a rua é sua segunda casa.
Havia lido muito Sartre e Simone de Beauvoir na minha juventude e aprendido a gostar de boemi e a tomar Pernod porque no Brasil não tínhamos absinto, que era proibido, não tinha o mesmo teor alcoólico e era feito de aniz mas tinha toda uma estética: com a temperatura sua cor azul mudava para verde e amarelo e nos sentiamos como se estivessemos em em St German, na companhia dos existencialistas.
Tamabém havia iniciado um curso de mestrado em urbanismo e pretendia escrever um trabalho sobre “o espaço público na constituição do indivíduo e formação da cidadania” (título ainda provisório), juntando urbanismo e psicanálise. Também Jean-Paul Sartre diz “...é no meio da rua que nos encontramos”.

04 de março - No dia seguinte, decidi visitar o Musée D'Orsay, situado no elegante 7º arrondissement de Paris. Apesar da beleza das exposições, meu prazer maior era sentar no café dos museus. Mais do que as obras de Monet, Cézanne ou Degas, era a atmosfera tranquila e acolhedora dos cafés que mais amava. 

Na foto abaixo o café do museu D’Orsay e o Deux Margot em St Germann du Pré.

             

 

 

 

 

 

 

 

 

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