terça-feira, 25 de julho de 2017

DIÁRIO DE NOTÍCIAS

Comprei o jornal na segunda e só hoje, terça, é que fui ler. O Diário de Notícias é o jornal mais tradicional da cidade e traz com frequência matéria sobre o Brasil. Ontem trouxe uma, de uma página inteira com o título "Lula e o PT estudam um plano B para as eleições". E termina dizendo: "(...) certo é mesmo que Lula tem que estudar outras alternativas (...) com mais cinco processos na justiça à perna (?) é mais provável que passe  2018 numa cadeia do que no Planalto."
Ao contrario do jornal, os brasileiros aqui na Europa e, mesmo nos USA, são na maioria petistas. Creio que aqueles que vieram trabalhar, que são a maioria dos maradores, encaixam-se bem no discurso da esquerda, da classe oprimida pelo capitalismo.   
O jornal fala também sobre os incêndios no centro e norte do país. Foram
73 incêndios num único dia. Com tanto eucalipto plantado só pode dar nisto.
O DN trás também a taxa de desemprego, que aqui esta em 9,4% que, não é tão alta quanto a do Brasil mas também não é baixa. Tirando o problema do desemprego, que aqui é um maiores da Europa, no resto, o  Brasil é o Portugal que não deu certo.


25/07/2017
Encontra-se com frequência barraquinhas de frutas, que não são muito diferentes das nossas frutas porém, aqui a maioria é importada e algumas vem do Brasil.

Hoje fui almoçar na Casa Fernando Pessoa, em Estrela e na volta parei no Palácio da Assembleia da República, também chamado de Palácio São Bento, que seria o nosso Congresso, na esperança de poder visitar. Mas estas ocorrem somente no ultimo sábado de cada mês e tem que fazer um  agendamento pela Internet com um mês de antecedência pois os grupos são pequenos. E ainda são visitas guiadas, invariavelmente cansativas.

Segui então para a Igreja de São Roque, erguida em 1583 junto a Santa Casa, no Bairro Alto. Li que S. Roque é o padroeiro dos cirurgiões, tivesse sabido disto quando estava lá teria pego um santinho para a Izabella. 
O interior é belíssimo, o teto é de madeira pintada e nas laterais as capelas são em mármore, marfim, ouro e lápis-lazúli. A de S. João Batista foi construida em Roma, abençoada pelo papa e embarcada para Lisboa. Levou 4 anos para ser remontada. Ao lado tem um museu com muitos objetos religiosos em prata e ouro que poderiam muito bem ser réplicas pintadas em ouro e este ser usado para mandar alimentos para a África. 
Sempre comentei que não sabia o que fizeram com o ouro que trouxeram do Brasil, creio que agora descobri onde tudo foi parar. Nas igrejas e mosteiros.  

NOTA: lendo Jorge Caldeira descobri que a transformação em objetos religiosos era uma forma de burlar o fisco e fazer lastro para as atividades de agiotagem da igreja católica.   


 

segunda-feira, 24 de julho de 2017

LISBOA 3

22/07/2017
Como é bom estar novamente em Lisboa. "Lisboa, velha cidade, cheia de encantos e belezas" já cantava Amália Rodrigues. E, falando de musica, não posso esquecer que em agosto tem o Out Jazz. E, no Gulbenkian tem também todo fim de semana musica ao ar livre.
Estava a dizer como me sinto bem em Lisboa e lembrei de uma definição da cidade que gostei muito :"Lisboa é uma cidade confortável". Acho que a define bem. É fácil se locomover pela cidade - há um excelente sistema de transporte coletivo:  você pode optar pelo métro (eles acentuam no e); pelos autocars (ônibus), que nunca estão lotados ou pelos elétrico (bondinhos). Estes, porém somente levam a lugares mais distantes, como Alfama e Belém. 
Mas Lisboa tem também museus, belos jardins para se deitar na grama, tem o cais do Sodré, a beira do Tejo, que mais parece uma praia, com suas espreguiçadeiras, onde você pode fazer a sesta depois do almoço no Mercado da Ribeira, que é muito giro.   
Tem também beleza natural e uma bela arquitetura, com sua mistura de gótico, estilo manuelino (sec. XVI) e pombalino (de Marques de Pombal, que reconstruiu todos o centro destruído pelo terremoto de 1755).
Também amplos espaços abertos como a Praça do Comércio, que dizem que é a maior do mundo. 
Mas, acima de tudo, Lisboa tem vida, tem cultura. E, finalmente, Lisboa não é só uma cidade confortável, é também o melhor lugar do mundo para se morar.


E, para confirmar tudo isto, hoje peguei o autocar 758 e fui para o Caís de Sodré, começando com um almoço no Mercado da Ribeira.  
 


Pois, uma das melhores coisas desta cidade é que os preços de alimentação são também bastante confortáveis ao bolso. Um almoço no Mercado da Ribeira não sai mais do que 12 euros. E, não só lá, mas em qualquer restaurante de médio preço. Meu prato preferido, o Bacalhau à Brás saiu por 9,80 euros.



                                                     Depois, foi só atravessar a avenida e já estava no Cais de Sodré onde sentei para tomar um sorvete e, em seguida, segui em direção a Praça do Comércio

 
Local de muita concentração de turistas e também de imigrantes. Estes, como não conseguem um emprego - porque não falam o idioma ou porque não tem  a documentação necessária - optam por fazer "bico" como este artesão que faz esculturas na areia ou outros que vendem pau de selfie para turistas.

E, onde hoje é a Praça do Comércio era o palácio de D. Manuel I, que foi destruído pelo terremoto, reconstruido pelo Marques de Pombal. Depois da revolução de 1910 (fim da monarquia) foi transformado em gabinetes administrativos. Hoje é também local de restaurantes e de um dos hotéis mais estrelado da capital portuguesa, o Pestana. Na foto abaixo o Arco da Augusta, portão de entrada da Baixa.
 
Encontrei em uma barraquinha que vende artesanato para turistas, nos arcos da Praça do Comércio, esta plaquinha. Tinha também com o nome Aires, escrito com i e não y, como escreve minha amiga Nilce, que quer também fazer sua cidadania portuguesa.

 
Depois da Praça do Comercio peguei outro ônibus ops, autocar, para ir a Santa Apolônio, a estação de comboios (são duas: uma fica em Restauradores e faz viagens regionais e esta, as viagens de larga distância) para comprar uma passagem de trem para Sevilha. Na volta, resolvi seguir a pé para a Praça do Comércio (daria umas 5 quadras) para conhecer melhor este lado da cidade, que é a região portuária e pertence a Alfama, possivelmente a mais antiga ou a menos destruída pelo terremoto. 
Na foto abaixo, a casa ao rés-do-chão é do século XIII. 

Abaixo portal da igreja de Nossa Senhora da Conceição Velha
Aqui, o Pelourinho no Paço Municipal e na outra foto o prédio da Câmara Municipal. Como pode-se ver como são muitos e grandes os espaços para a circulação de pedestres.
 
        ... E o céu, sempre azul da "velha cidade cheia de encanto e beleza sempre a sorrir".

   

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Setubal 2

Era meu ultimo dia em Setúbal e faltava ir até o mercado público, um dos pontos turísticos da cidade. No caminho passei pelos jardins da avenida Luiza Todi, nome da famosa cantora de ópera que, junto com Bocage, faz a glória da cidade.

Abaixo os belíssimos azulejos da entrada do mercado.


 Os corredores do interior do mercado, com suas figuras em cerâmica, seus amplos espaços, sua extrema organização e limpeza .

E, ao fundo, um vasto painel de azulejo retratando o trabalho dos pescadores de sardinha, dos plantadores de azeitonas e da colheita da uva que representam as principais atividades econômicas do lugar: a pesca, a produção de azeite e o
vinho Moscatel.
      Alguns nomes de pescados são bem estranhos para nós, como estes abaixo.


quarta-feira, 19 de julho de 2017

CACILHAS

19/07/20117 
Cacilhas faz parte da freguesia de Almada, distrito de Setúbal, com pouco mais de 6 mil habitantes (2011). É um local muito simpático, cheia de turistas e muita agitação. 
Mas, o mais legal de Cacilhas é que, se você quiser ir um teatro, p.ex., é só pegar o barco e em 10mtos estará no Cais de Sodré, em Lisboa. 
E, as praias também não estão muito distante, bastando ir para a Costa da Caparica que em poucos quilômetros encontrará uma praia. 

 
 
  
                                              Lisboa ao fundo

Anna, minha anfitriã em Lisboa, havia me falado de Cacilhas. Disse que era um bom lugar para morar porque é muito perto de Lisboa, apenas 10 mtos de barco, saindo do Cais de Sodré e que os imóveis eram muito mais baratos pois há um projeto de revitalização da área do porto que valorizará muito esta área no futuro. 

No Google encontrei um vídeo do YouTube com o projeto de reurbanização da área do terminal fluvial com a construção também de moradias de alto padrão. 

 

Com tudo isto a corrida para comprar imóveis tem sido muito grande. Na imobiliária me informaram que já sobram poucos à venda. A corretora ficou de procurar algum apartamento com elevador ou sobrado no rés-do-chão (térreo) e entrar em contato. Infelizmente a maioria não tem elevador e os sobrados tem muitas escadas.
Também a vila é cheia de ladeiras. Ou você mora na zona do porto, que é plana, ou compra uma Vespa, que é o farei se um dia vier a morar em Cacilhas.


Na volta para Setúbal, cortando a Serra da Arrábida, observei porque há tantos incêndios no país: o solo é seco, não há vegetação primária e as árvores são ou Oliveiras ou, o que é pior, Eucaliptos. Isso numa reserva natural!


domingo, 16 de julho de 2017

SETUBAL 1

15/07/2017
Quando falei para a Suzana, a recepcionista da Casa São Mamede Hotel, onde me hospedei ontem em Lisboa, que viria para Setúbal, ela disse que eu não iria gostar, que era muito longe, etc, etc.
Pois, pois....gostei do sítio! É uma cidade pequena, de 150 mil habitantes mas que tem um bom comércio, alguns pontos turísticos e, o melhor de tudo, lindas praias. É também um bom local para investimento imobiliário pois soube que um grupo francês está a construir um grande resort aqui. 


Cheguei ontem no final do dia e tive que trocar de hotel porque o que havia reservado era muito ruim e distante do centro (me vi transformada de princesa em gata borralheira). Como faço as reservas pela Internet as vezes ocorrem estes contratempos. Felizmente deu tudo certo e já estou num hotel bastante razoável, no centro.  



16/07/2017
A ideia era hoje dar uma boa descansada, por isto só dei uma volta pelo centro. Sentei na pracinha para fazer um lanche e conheci um português, António que, para meu horror, gosta do Paulo Coelho (não são perfeitos, ora pois) que estava com um amigo belga que trabalhou com Jacques Cousteau. Conversamos bastante e Antonio, apesar do mal gosto literário e de ser baixinho (...é, não são perfeitos!) é bastante simpático e tem um excelente senso de humor. Voltam hoje para Lisboa e ficamos de jantar quando eu também retornar.







A Baixa, no centro histórico, com suas ruelas estreitas e tortuosas onde encontrei um salão de Chá bastante pitoresco.
 

 


17/07/2017
A praia da Figueira, na região do Parque Natural da Arrábida, é uma área de preservação natural em torno da Serra da Arrábida. A água é transparente e não muito fria mas, como ventava um pouco não tive coragem de entrar no mar. Também a temperatura está amena, em torno de 26 graus.
 



18/07/2017
As fotos abaixo são da península de Tróia que fica no lado oposto do estuário do rio Sado onde tem um cassino e um resort de luxo, além de uma bela praia. Em Tróia pode-se, também, fazer passeios para observação de golfinhos, de flamingos na reserva natural e para conhecer as ruínas romanas.


Setúbal vista do barco para Tróia








 

sábado, 15 de julho de 2017

VALÊNCIA 3


12/07/2017
Estou despedindo-me de Valência porque amanhã pego um trem para Madri e depois embarco em outro, noturno, para Lisboa. E, no dia seguinte, 15 já estarei indo para Setúbal onde fico por uma semana.
Nathalia veio fazer o check-out, trouxe-me um presentinho e tiramos fotos. Ela é muito simpática, deu-me muitas dicas e ficávamos em contato pelo whatsapp.

 
Precisava fazer tempo para pegar o trem as 17h e aproveitei para ir até a Plaza de las Virgens, que faltava ainda conhecer. 
Indo para o centro passava por uma rua de imigrantes chineses e vi que haviam muitas tiendas de change money que enviam dinheiro para o exterior. Observando o nome dos países que estão no anúncio, pude ver quais os países que mais enviam imigrantes para a Espanha e nele está o Brasil. Além destes também estão Senegal, Perú, Paraguai.
 
Chama-se Plaza de las Virgens por causa desse chafariz muito machista, com um zeus (?) ao centro e 6 virgens ao redor à banhá-lo. 
Os prédios em frente fazem parte do complexo da Sé e são muito interessantes pela misturas de estilos.
 

A praça é um espaço muito agradável para sentar e tomar um gelado (sorvete) e observar o movimento. Mas o que me impressionou foi o piso todo em mármore. O mesmo piso que encontrei na Plaza de l'Ajutamiento.


Cena bastante comum na Espanha, casal gay andando de mãos dadas. Em Madri vi algumas vezes 2 pessoas do mesmo sexo se beijando. Pelo fato da Espanha ter sido um dos países mais católicos do mundo e ter passado por uma ditadura ferrenha é surpreendente a atual evolução nos costumes.


   Voltei depois a Plaza de l'Ajuntamiento, quando percebi que aqui também as  
   calçadas eram de mármore.





A maioria das ruas transversais tinha mesas nas calçadas, o que faz com que as pessoas desfrutando dos espaços urbanos abertos. 




Abaixo, detalhe da cúpula do Banco de Valência




 e belos prédios históricos.