sexta-feira, 2 de junho de 2017

LISBOA










11/06/2017
O Mercado da Ribeira, que fica atrás do Cais de Sodré é fantástico, tem um espaço gourmet com enorme variedade de comidas portuguesa, algumas de chefs renomados. Estava curiosa para experimentar o famoso Prego, mas descobri que nada mais é do que um sandwich muito do sem graça. Desta vez não vou dizer que comi o melhor...do mundo. Mas, para compensar o almoço antes de pegar o metro passei na Mantegueria, que fica na praça Camões ao lado da estação Baixa-Chiado e comi os melhores pastéis de Belém do mundo!










10/06/2017
Hoje é feriado, dia de Portugal, teve parada militar e muitas comemorações. Achei melhor não ir ao centro e aproveitar para relaxar nos jardins do Museu Gulbenkian onde comi o melhor bacalhau da minha vida, um bacalhau à Brás de comer ajoelhada. Depois tomei um sorvete também divino. Descobri que eles fazem sorvete melhor que os italianos.







Fiquei observando as pessoas no jardim: o casal idoso - ele pintando em aquarela a paisagem a sua frente e ela lendo; os turistas lanchando; a família fazendo pic-nic e as garotas tomando sol deitadas na grama. Vejo fascinada como na Europa eles tem qualidade de vida, como são muitos os espaços públicos de lazer, de encontro, de diversidade e de cidadania.



No caminho de volta parei numa banca para comprar o Diário de Notícias e ver se publicaram o resultado do TSE, mas não havia uma unica nota. Na semana passada havia uma pequena nota no jornal e hoje nada. Também o Estadão não fala sobre a reação dos movimentos, como o Vem Para a Rua, nada.  Creio que foi tudo tão previsível que não surpreendeu ninguém. Mas acho que foi, no mínimo, vergonhoso. 



07/06/2017
Andar de elétrico é giro, como diria um nativo, significando que é muito legal. Apesar de rangerem muito, são realmente um charme estes bondinhos elétricos. Cada vez que cruzam uma rua o motorneiro toca um sino. 
Acabei pagando 12 euros para ir até Alfama porque os amarelinhos, que são bem baratos, estavam sempre lotados e tive que pegar o verde, mais caro mas ao menos pude ir sentada. Em Lisboa vemos também o contraste entre o antigo e o moderno, como na foto abaixo.

                              
                                       Abaixo a catedral da Sé. 









Desci no mirante Santa Luzia para tirar umas fotos pois o visual é deslumbrante e o Tejo, de tão grande e azul, mais parece um oceano.









O bairro não é muito fotogênico ou eu não soube captar sua alma. Suas casas mal cuidadas não me atraíram e, pitoresco mesmo, achei só suas ruas estreitas, suas vielas e escadarias sinuosas. Mas não será o meu bairro preferido embora o visual do rio e da cidade abaixo fez valer a pena a subida desta que é a mais alta das sete colinas de Lisboa.  






O castelo é outro sítio que vale a pena conhecer embora só tenha sobrado as muralhas e as torres depois do terremoto de 1755 porque é um lugar muito agradável para se andar e ainda podemos admirar do alto todo o centro histórico da cidade: a Baixa, parte de Alfama e ao fundo a ponte 25 de Abril.












 

06/06/2017
Hoje passei o dia a procura de novas acomodações pois, o local onde estou hospedada, além de ser uma guesthouse ele deixa muito a desejar: colchão duro, barulho nos corredores, falta de espaço, etc...etc. 
Bom mesmo hoje foi só o sorvete de figo, divino, que tomei na Praça do Comércio.

NOTAS:
1. Embora Florianópolis tenha o mesmo numero de habitantes que Lisboa, a diferença na qualidade de vida, dos espaços públicos de lazer e do numero de eventos culturais é enorme.

2. A decepção foi grande ao descobrir que os aluguéis pela Airbnb não são como eram originalmente: famílias que recebiam hóspedes em suas próprias casas. Hoje tornaram-se guesthouses. São quartos administrados por um funcionário que somente aparece no local na hora de fazer o chek-in e o chek-out. A expectativa que tinha de conviver com portugueses, receber informações sobre a cidade e eventos locais, foi totalmente frustrada.



05/06/2017
O cais do porto foi revitalizado, transformando-se em área de lazer e os antigos armazens em bares e restaurantes.  O local é hoje conhecido como Cais de Sodré. 







Depois de tomar uma taça de sangria no bar do Cais, resolvi pegar um elétrico (bondinho) e ir a Belém visitar o MAAT, o Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia inaugurado ano passado. 
O projeto da arquiteta inglesa Amanda Levete é deslumbrante - o prédio é todo prateado e tem o formato de uma onda, parecendo movimentar-se, como o movimento de fluxo e refluxo das marés (ou será que foi a sangria?!). A sensação é que nasceu daquela paisagem e suspeito possui a mesma essência do rio, do céu e da luz de Lisboa.  
A ponte 25 de abril, ao fundo, de cor coral, com seu delicado desenho também está ela perfeitamente integrada a esta paisagem.  
Mas, como o Guggenheim, em Nova York, ele é também muito mais interessante por fora do que por dentro. Em contraponto à exuberância da luz exterior, o interior não tem luz natural. O que é justificado pelo fato deste ser também um museu da tecnologia e ligado ao antigo Museu da Eletricidade.  










04/06/2017
Continua um vento infernal! O jeito foi evitar passeios ao ar livre e ir ao Museu Calouste Gulbenkian, há 2 quadras de onde estou hospedada. 
Não poderia ter tido melhor idéia porque foi uma descoberta incrível, o prédio fica no meio de um grande parque de 70 mil m2 e está totalmente integrado com o jardim, que é deslumbrante. Tem até uma arena para consertos ao ar livre.  







Não fosse só isto ainda tem uma cafeteria e um restaurante bem supimpas (foto acima). 



São 4 prédios, este da foto acima é muito charmoso,  é o de arte moderna. Os espaços internos são de uma beleza e uma leveza que falta ao nosso Oscar Niemeyer. Percebam a incrível luz do interior, como é mágica. 



Creio que virei muitas vezes aqui. Fiquei encantada com o lugar e mais ainda porque fica há 10 minutos da minha guest.     












O Palácio Nacional de Sintra, antiga casa de campo dos reis de Portugal, fica bem no centro, no alto da colina. Foi moradia de Celtas, depois dos mouros e quando D. Afonso Henriques tornou-se rei de Portugal mandou reformar e transformar em sua casa de veraneio pois Sintra possui um clima bastante ameno no verão. Há dois dias venta muito na região e Sintra parecia ser a moradia do monstro Adamastor (Camões). Senti bastante frio, mesmo estando com duas malhas de manga comprida. 



A fachada do palácio revela a influência mourisca nos adereços das portas e janelas conforme podem ver na foto acima. Já, no interior a decoração é predominantemente portuguesa, com muita azulejo e móveis bastante pesados, com muitos entalhes na madeira. Tudo muito austero mas também muito despojado. 
Exceção dos forros do teto, que são bastante trabalhados, com pinturas, algumas até curiosas como a dos urubus, mandado pintar por D. João I (?) em referências as fofocas da corte.   









Outro teto interessante é desta sala abaixo com os brasões das famílias mais importantes da aristocracia - 72 das 278 do livro do Armeiro-mor (lista dos títulos nobiliárquicos de 1509). Procurei o brasão dos Arrudas e não encontrei, não deviam ser tão importante assim!



A cozinha, na foto abaixo, é outro espaço interessante, que também chamou atenção pelo despojamento. Como eles preparavam os banquetes com tão pouco equipamentos e utensílios? Mas o mais curioso são as duas chaminés enormes, que parecem dois enormes funis e dão a fachada uma aparência muito estranha. E não me perguntem o que está escrito acima do arco da cozinha. Responderei quando for novamente a Sintra.



Voltei a pé para a estação, pensando em ir a Pastelaria Sapa, que fica no caminho e é famosa pelas queijadinhas, mas estava fechada. Encontrei, no entanto, uma outra, maravilhosa, chamada "Café Saudade". Acho que quando voltar para o Brasil serei chamada de dona Redonda porque não dá para resistir aos doces portugueses!



A foto abaixo é da Fonte Mourisca, também no caminho para pegar o trem, que aqui chama-se comboio, palavra mais simpática que trem. Algumas palavras usadas pelos portugueses são mesmo encantadoras.  






02/06/2017
Cheguei ontem e ainda estou me recuperando da viagem, que foi cansativa, como sempre. Saí ao meio-dia e meia de Floripa e cheguei em Lisboa as onze e meia do dia seguinte. E, até agora só fiz tentar, inutilmente, resolver um problema com o cartão de crédito, indo de uma agencia a outra do BB.  
Já comprei um chipe local, com Internet e o novo número é 00351 91 066 91 27. Por sorte o whatsApp continua o mesmo, não altera em nada. 
Quanto as acomodações, o local, conforme suspeitava, é na verdade uma Guesthouse. Não é uma casa de família nem um hotel, mas um apartamento com muitos quartos, uma cozinha de uso comum e nada mais além de uma pequena recepção onde nem sempre tem alguém para atender. Mas o quarto é razoável e a localização é boa. 
A temperatura hoje esta bastante agradável, em torno de 23o e um céu de brigadeiro, sem uma única nuvem. 
A foto abaixo é do prédio onde estou hospedada, que fica em Estefânia, perto da Praça dos Touros, do Museu Calouste Gulbenkian e do Magazine El Corte Inglês.

A tarde, já refeita da viagem, fui para a Baixa e Chiado onde comi o melhor arroz-doce da minha vida. Amo o centro mesmo quando esta cheio de turistas, muitos espanhóis, americanos, alemães, como nunca tinha visto antes. Os europeus estão descobrindo Portugal e não só a região do Algarve. Embora tenha encontrado também bastante brasileiros. Com tantos idiomas, que são até mais traduzíveis que o português atropelado dos nativos, a cidade me pareceu mais alegre. 
Fui andando até a Praça do Comércio - meu lugar preferido, depois dos cafés, é claro - a beira do rio mais bonito do mundo, o Tejo, onde encontrei alguns turistas tomando sol em trajes de banho. 
Na praça do Rossio, para onde me dirigi depois para pegar o metro de volta para casa, havia um bailinho em plena praça, onde a turma da terceira idade divertia-se sem dar-se conta do vento que começava forte. 
Como manézinha da ilha que sou, logo identifiquei - isso é vento sul, sinal de tempo seco. Ou seja, continuará este céu azul, maravilho. 








8 comentários:

  1. Gostei das fotos e relembrei minha visita a Lisboa! Não conheci Sintra mas deu para ter uma idéia, pequena e bem cuidada! Aguardo novos comentários! Aqui chove demais e daqui a pouco vamos na tia Júlia, aniversário dela! beijos

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    1. Se eu vier a morar aqui terás uma desculpa para voltar a Portugal. bjs

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  2. Que achado conhecer este museu e aproveitado a cafeteria! E as fotos então! De profissional! Também gostei muito da poesia do Fernando Pessoa, a personagem se assemelha você! beijos e boa noite!

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  3. Se voltares a Sintra, procure a confeitaria Periquita e prova o Travesseiro de Sintra, a especialidade da casa. As fotos estão otimas e dão muita saudade. Lisboa é encantadora. Bjs

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  4. NÃO DEIXARIA DE IR A CONFEITARIA PERIQUITA, A MAIS FAMOSA DO LUGAR. MAS A PERIQUITA SÓ É MAIS TURÍSTICA, PORQUE O CAFÉ SAUDADE É MELHOR. RECOMENDO SE UM DIA VOLTARES A SINTRA VÁ CONHECE-LO

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  5. O mercado da Ribeira é show. Que legal que vc curtiu o espaço. Tem uma loja da Manteigaria nele!

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  6. Sim, vi que tem uma Mantegueira. O tal prego é tão sem graça mesmo ou eu escolhi mal? Pedi o mais tradicional, o de porco. Amanha vou num Arraial em Alfama.

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  7. Tenho acompanhado diariamente tuas postagens no blog e claro matando as saudades de Lisboa e locais que conheci! As fotos estão ótimas e as descrições dos locais impecável! Faltou a foto do sorvete de figo que me deixou de água na boca! E ver tua satisfação e alegria nas fotos contagia! bjs sobrinha querida!

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