terça-feira, 15 de maio de 2018

REINO DA TAILÂNDIA


12 de maio de 2018
BANGKOK
Nathalia e Claudia voltaram para Portugal enquanto que eu ficarei na Tailândia mais 10 dias. A ideia é primeiro descansar e depois ver o que fazer, se vou para uma praia ou fico por aqui.
Segundo as miúdas, pareço ter saído de uma guerra. Minhas pernas tem arranhões, creio que de de coçar quando picada pelos mosquitos (apesar do repelente que passamos até para dormir, eles atacavam), o joelho direito está esfolado porque andei caindo na rua e, ainda estou toda empipocada por causa do calor.
Porém, nada disto me impediu de aproveitar bastante a viagem nem mesmo tirou o encantamento com as cidade e lugares que visitamos. Nada que me impedisse de curtir muito esta viagem, que foi até aqui muito rica em experiências. 




Em Bangkok há muitos arranha-céus e edifícios com uma arquitetura arrojada, como o Baiyoke Tower, que tem 83 andares. Dá uma idéia de uma cidade moderna porém, quando se olha para baixo o que vemos é fiação elétrica exposta de forma temerária, lembrando Hanoi e o mesmo trânsito caótico e as mesmas comidas vendidas na calçada. 
A diferença que aqui não tem motos, mas muitos carros e são os tuc-tucs que são dirigidos de maneira insana - eles andam na contra-mão em alta velocidade e fazem manobras inimagináveis para quem nunca esteve nos países asiáticos.


 


Eles tem metrô mas também alguns ônibus urbanos são velhos que vivem lotados.  




Mas, no caos da cidade eles ainda acham um lugar para meditar e pedir graça a  Bhuda. Como em toda a Indochina e, mesmo nos países comunistas, eles são muitos religiosos. 














Eles não falam nem entendem uma palavra em inglês. Mesmo nos shoppings só falam tailândes. Na verdade não vi poucos turistas não asiáticos. A maioria parece ser de chineses (ou seriam sul coreanos? Não dá para distinguir). 
Descobri também que não adianta mostrar um papel com o nome escrito do lugar onde você quer ir. também apontei no mapa o nome "Suan Pakkad Palace" (um dos mais importantes pontos turísticos) a um motorista de tuc-tuc e ele respondeu algo parecido com: "~#^&~<#^~&". 
Vi que não adiantava porque eles não conhecem o alfabeto romano e precisei ir a um posto de informações para pedir que escrevessem em tailandês. 
Vejam na foto abaixo que até o relógio deles é escrito em tailandês.



15 de maio de 2018
Fui visitar a casa-museu Jim Thompson já cansada de tanto visitar pagodes e palácios.

J.T. foi um Arquiteto americano encaminhado para cá pelo exercito do seu país durante a libertação da Tailândia que acabou decidindo ficar por aqui, tornando-se um grande fabricante e exportador de seda. Contribuindo assim, para o desenvolvimento da industria do país.
Teve uma vida de grandes aventuras e terminou de forma trágica, desaparecendo na selva da Malásia em 1967. Creio que 
daria um belo filme. Li pouco sobre ele e ainda quero ler mais sobre ele porque me parece um personagem fascinante.


Sua belíssima casa, hoje transformada em museu, foi por ele projetada e segue o modelo da casa tradicional tailandesa. Consta de 6 construções dentro de um jardim luxuriante. Seguindo os padrões antigos elas foram construídas elevadas do solo, para evitar as enchentes durante a época das monções.

 
Era também um colecionar de arte e os candelabros são do século XVIII e XIX  vieram de antigos palácios. Possui também uma enorme quantidade de gravuras antigas e porcelanas. Os móveis são também belíssimos mas só consegui tirar 2 fotos porque era proibido o uso de câmeras fotográficas nos interiores.




Na foto abaixo mostram de como era feito o fio da seda. E, já tingidos, como são feitos os novelos.


                  
     Teve também a apresentação de uma dança típica tailandesa.





A capital, Bangkok é a cidade mais populosa da Tailândia, além de ser seu centro financeiro, mercantil, cultural e histórico. Possui 8.280.925 mi habitantes. Esta situada a margem do rio Phraya, próxima ao Golfo da Tailândia. 
Há muitos shopping-centers, muita loja da Prada, Louis Vuitton, Chanel (pesquisei no Google e verifiquei que tem 6 lojas só da Chanel).
As lojas de luxo convivem com calçadas tomadas por barraca de comida e toda a confusão da cidade. Significando que não há uma área rica e outras pobre, não existe esta separação, como no Brasil, onde há uma nítida segregação das classes sociais. Embora critique a segregação existente no Brasil, mesmo assim, me parece paradoxal que riqueza e pobreza estejam tão próximo. Aqui é tudo junto e misturado. 
Algumas ruas com um comércio mais popular também tem hotéis 4 estrelas, como as grandes redes como Mercure, Crowne Plaza, Intercontinental, Sofitel.
Na rua principal, onde estão os shopping de luxo, vemos alguns becos que são verdadeiras favelas. 

Mas, segundo o Google em 2014 a Tailândia apresentou taxa de desemprego de 0,84% (que seria considerado pleno emprego). Creio, no entanto, que há muito subemprego porque encontrei muitas pessoas vendendo bugigangas e bilhetes de loterias nas ruas. E, mesmo as comidas nas calçadas não devem ser regulamentada.
A Tailândia, antigamente conhecida como Sião, é hoje uma monarquia constitucional e possui um PIB per capita de 14.442 US$ (o mesmo de Portugal e até recentemente, o do Brasil) mas um índice de Gini de 42 (bastante alto, o que indica uma grande concentração de renda). É a segunda maior economia do sudeste asiático, depois da Indonésia e a quarta nação mais rica, depois de Singapura, Brunei e Malásia de acordo com FMI e o BM.

17 de maio de 2018
PHUKET
Estou em Phuket, na praia de Patong, a mais populosa de todas. Que, infelizmente, é mais do mesmo, urbanisticamente falando, o que significa dizer que é feia, com a diferença que isto aqui é um bordel, liberalmente. As inúmeras casas de massagem são, na maioria, venda de sexo. 

Na Tailândia o turismo sexual representa 2,7% do PIB. E a maioria dos turistas são chineses, malaios, japoneses, sul-coreanos e laosianos. Entre os europeu estão os russos, britânicos, alemães e franceses.
Phuket não é só sinônimo de prostituição mas também de luta Muay thai e estandes de tiro. 
Ou seja, está bem longo do que esperava e foi uma grande decepção. Como diria o Beto, mais uma roubada!! A primeira foi com Bangkok.
Mas verei amanhã algum passeio para alguma ilha com praias menos turísticas e realmente paradisíaca porque a praia aqui também não é bonita. O sogro da Morgana diria, não sem razão, que não perde para Laranjeiras.




 



18 de maio de 2018
Tremenda coincidência: vim encontrar aqui o Café Nine Jim Thompson. Comida boa mas, mesmo tendo pedido que não fosse muito apimentada, veio very very spicy
Ao lado tinha uma loja também Jim Thompson onde aproveitei para comprar uma camisa de malha com seda para o meu pai que tinha visto no museu em Bangkok. 
Depois do almoço fui então marcar um passeio para as ilhas de Raya e Coral Island - a de Phi Phi foi onde teve o Tsunami em 2011 e parece que ainda não esta totalmente refeita - embora, desde que cheguei tem estado nublado e a previsão é continuar assim nos próximos dois dias, que é o tempo que tenho antes de voltar ara Bangkok para embarcar para Lisboa.   

19 de maio de 2018
Hoje cedo o transfer veio me pegar no hotel e fomos parando nos outros e pegando mais gente. E não parava de entrar asiáticos! Do total de 30, a metade parecia ser de tailandeses e a outra chineses ou coreanos ou laosianos (para mim é tudo igual). Eu era a única eurodescendente no grupo (embora no verão pareça mais afro-descendente). 
Confesso que na falta do sol dei uma editada nas fotos, deixando-as mais coloridas porque, sem ele toda praia perde um pouco o encanto. 
Mas decepção mesmo foi com a infraestrutura das praias que é muito precária, como o pier que não era muito seguro e o sistema de transporte dentro das ilhas pouco confortáveis e também as barracas de comida deveriam ser padronizadas. Mas é tudo muito improvisado, muito precário. 
Também vi muita falta de cuidado com o meio ambiente, com lixo jogado nas vias e plantio de árvores exóticas como eucaliptos, quando o charme todo está nas palmeiras.  

 

Paramos um outra ilha para almoçar. Mas o restaurante (?) era muito rústico e  moscas pousavam nos pratos das comidas que eram servidos tipo bufe, e não consegui almoçar. Havia sentado com um casal de tailandeses, a Phoi e o Lien (não sei se era assim mesmo seus nomes, mas foi como entendi) com quem já vinha trocando alguma palavras - eu no meu péssimo inglês e ela falando menos ainda, mas nos entendíamos um pouco - e disse-lhes que não estava bem do estômago por isto não estava comendo. 




Na foto abaixo a praia de Siem, a mais bonita de todas. Não resisti a entrar na água, deliciosa, com uma temperatura próxima de 27 graus. Onde, pela primeira vez desde que cheguei no sudeste da Asia, encontrei um turista brasileiro, sem contar o gerente da churrascaria, que não era turista mas morava em Vientiane. Este era paulista e morava no Japão.



 


Entre os costumes da Tailândia, está o Wai, a saudação e despedida que envolve um gesto de oração e um ligeiro arco da cabeça, que realmente usam a todo momento e, cada vez que entrava no hotel todos os funcionário o faziam mas que eu não conseguia imitar, pois estava sempre com as mãos ocupadas com bolsa e iPhone. 

Depois de viajar para os países do sudeste da Asia quero dizer que não reclamarei mais da fiação elétrica aérea no centro de Balneário Camboriú, nem das calçadas estreitas ou do bondindinho.

 

21 de maio de 2018
Estou de volta a Bangkok e embarco amanhã cedo para Lisboa. 
Vencida pelo cansaço, sinto-me aliviada em volta para casa, ops, para Lisboa. Um mês fazendo  turismo em países tão inóspitos é muito para uma burguesa, não muito assumida, mas ainda assim, uma burguesa, como eu. 
Não posso dizer que senti saudades dos lanches no Starbucks ou dos sorvetes do Häagen Däzs porque isto tinha também. Ou mesmo de um certo conforto porque os hotéis, mesmo não sendo nenhuma maravilha, não de todo ruins. Também os deslocamentos eram feitos em SUV bastante confortáveis. 
Creio que o meu incomodo foi com algumas cidades como Hanoi e bangkok, onde tudo era muito precário: as calçadas que eram tomadas pelo comércio de comidas ou pelas motos o que nos obriga a andar pelo meio da rua, desviando das motos e tuc-tucs; o saneamento básico era inexistente; as crianças andavam quase sem roupa e, se derrubavam alguma comida no chão, recolhiam e a colocavam na boca.  
Não consigo olhar para esta realidade com olhos românticos, só porque é diferente, é exótico. O máximo que consigo é sentir empatia pelas pessoas, mas achar tudo bonito, ou achar que são mais felizes porque suas vidas são mais simples, meu sendo crítico não me permite. 


3 comentários:

  1. Vivendo e aprendendo no blog da Tiza! A facilidade que você tem em escrever nos faz viajar contigo! Apesar de a Ásia definitivamente não estaria na minha lista de viagem! Fico feliz por você que está aprendendo e concretizando sonhos de conhecimento! bjs

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  2. Na verdade deveria ler só quando passo para outro capítulo porque sempre que vou acrescentar uma nova foto e texto acabo modificando o todo, corrigindo alguma coisa, acrescentando algo, etc. Mas escrever é isto, é reescrever...reescrever...até que decide-se colocar um ponto final. E meu ponto final é quando vou para outro capítulo. bjs

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  3. Viajar é experimentar, as vezes bom, outras razoavel, e por vezes decepciona ou frusta. Mas sempre vale, não é mesmo?!

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