Para despedir-me de Malta hoje peguei um ônibus de turismo e fui conhecer San Anton Garden, um palacete que é hoje a residência oficial do presidente de Malta. O prédio não chega a ser imponente e, assim como o jardim que, é pequeno, mas é um lugar bastante agradável. É um dos ratos jardins existentes no país, carente de verde.
Em Rabat encontra-se uma das inúmeras catacumbas existente no país, a de St Paul, datadas do 3 ao 8 século D.C. que possui um extenso sistema de galerias e túmulos subterrâneos. Durante a segunda guerra foi local de abrigo para a população local.
O passeio incluía também uma visita à Mdina, que já visitara quando estive aqui em 2017. Lembrava que havia algumas lojas de enfeites de natal em vidro, um dos artesanatos da ilha e aproveitei para comprar mais alguns, embora corra o risco de não chegarem inteiros.
15 de agosto de 2019
Peguei ontem um ônibus em Valetta em direção a Marsaxlokk, onde encontrei duas portuguesas. Ia conversando com elas quando um brasileiro me meteu na conversa. Ele também pretendia ir a St Peter's Pool, que fica ao lado de Marsaxlokk e tem uma longa caminhada a pé mas, disse, sabia que haviam barcos que levavam até lá.
As portuguesas ficaram por Marsaxlokk, uma vila de pescador bastante turística, e eu fui almoçar junto com o brasileiro, um carioca, morador da Barra e advogado tributarista, em um restaurante que me foi indicado pela moça do meu hotel mas que não foi aprovado por nenhum dos dois.
Depois do almoço pegamos um barco, melhor dizendo, uma canoa a motor, para St Peter's Pool que, como eu já esperava - e ele não - estava lotado de gente.
Rodrigo, o carioca, foi uma excelente companhia e o passeio que achei que seria meio chato, acabou sendo agradável.
14 de agosto de 2019
Em 2017 quando estive aqui em Malta fui visitar a Catedral de San Juan e como havia uma missa não pude tirar fotos nem me aproximar das obras de Caravaggio, então voltei hoje para ver o pintor italiano que morou aqui por pouco tempo mas deixou obras de grande importância, como a "Decapitação de São João Batista" de "São Jerônimo".
Mas só a catedral já valeria a vista porque é belíssima, creio que a mais bonita que já conheci. Caravaggio vem para Malta para ser absolvido pelo crime de assassinato pela Ordem de S. Juan mas 2 meses depois de aqui chegar já envolveu-se em uma briga e foi preso. consegui fugir da ilha deixando aqui 2 de suas obras mais famosas, "Decapitação de São João Batista" de "São Jerônimo Escrita".
Paula, a portuguesa que conheci no inicio do mês, comentou que lhe parecia que as pessoas aqui eram pobre. Bem, para quem mora na Suíça, a diferença é imensa no padrão de moradia e vestimenta. Disse-lhe que Valetta tem o mesmo PIB per capita, 24 mil, que o de Portugal.
Aprende-se, viajando pelo mundo, que realmente as aparências enganam. Riqueza não é algo tão fácil assim de se mensurar. Por ex. estava ano passado em uma festa em Cartagena onde as pessoas deveriam ter pago caro para entrar (menos eu, que só dei uma espiada) onde as roupas das mulheres eram muito cafonas. também aqui, a dificuldade é imensa para comprar uma roupa ou um sapato porque é tudo muito feio e grosseiro.
Mas Malta tem um IDH muito alto. Entrei outro dia em um supermercado e fiquei impressionada com a quantidade e qualidade dos produtos. Ele tinha 2 andares o que nunca vi no Brasil. Mas a maioria dos carros são velho ou parecem porque eles não lavam, a água cara e escassa. Não há rios permanentes na ilha, e sua reserva de água é limitada.
Malta também não tem nenhuma fonte de energia local e é uma economia de dependência externa. Importam 80% do que consome. Produz quase que só pescados e vivem basicamente do turismo.
Malta possui uma área de 316 m2 e densidade demográfica altíssima de 1321,56/km2, a maior da Europa e sua arquitetura tem forte influência catalã.
Depois do susto de ontem voltei hoje a Valetta para ver o passeio para a Sicilia e tive que desistir porque só tem para ver o monte Etna. Para Syracusa teria que ter mais de 10 pessoas para fechar o pacote e não há procura. Pensei em pegar um barco e ir sozinha mas fiquei sabendo que não tem ônibus do porto até Syracusa, teria que pegar um táxi, tornado tudo complicado. Enfim, não teve jeito e fui obrigada a desistir. Fiquei bastante frustrada porque queria muito conhecer a Sicília porque fica somente à 93 km de Malta.
Fiquei sabendo também que o Teatro Manoel estava fechado fui então conhecer a Casa Rocca, um palacete que teve como primeiro dono Don Pietro La Rocca, um almirante da ordem de San Juan. Em 1523 o rei Carlos I vendeu a ilha para a Ordem de San Juan que aqui permaneceram até a invasão napoleônica.
A casa tem mais de 400 anos e na segunda metade do século XVIII foi vendida a um nobre maltês. Hoje pertence ao Marquês de Piro e sua família.
Fiquei sabendo também que o Teatro Manoel estava fechado fui então conhecer a Casa Rocca, um palacete que teve como primeiro dono Don Pietro La Rocca, um almirante da ordem de San Juan. Em 1523 o rei Carlos I vendeu a ilha para a Ordem de San Juan que aqui permaneceram até a invasão napoleônica.
A casa tem mais de 400 anos e na segunda metade do século XVIII foi vendida a um nobre maltês. Hoje pertence ao Marquês de Piro e sua família.
Uma gravura de uma rendeira de bilro me chamou a atenção para o fato de que o mundo sempre foi globarizado, creio que desde Fernão de Magalhães.
Não fui ver o refúgio antiaéreo porque tinha uma escada muito íngreme. A casa tem 3 refúgios. Malta foi um dos países mais bombardeados de toda a Europa na Segunda Gerra Mundial, causando uma grande devastação ao país e a população se escondia nos túneis e refúgios debaixo da cidade. Utilizavam também para se proteger as catacumbas existentes no centro do país que datam de 5500 anos atrás.
Depois de visita a Casa Rocca fui ao restaurante que fica no mesmo prédio e que deve ser um dos melhores da cidade, o La Giara.
12 de agosto de 2019
Estava feliz porque ia para um lugar melhor, um lugar calmo, longe daquela muvuca de St Julian. E teria um quarto só para mim, podendo ligar o ar-condicionado a vontade.
Não foi nada disto mas, sim, uma grande decepção. O quarto é minúsculo, com uma cama de solteira do tipo que encosta na parede e não te permite movimentar-se muito.
Ele não é feio mas também não é agradável, é atravancado. O banheiro é menor ainda, mal dá para se mexer. Ele me causa mal estar, um certo desconforto.
Mas o pior de tudo foi que o wi-fi não funciona, é preciso reinstalar a todo momento e não consigo enviar fotos. Tentei ligar para o meu pai porque é dia dos pais e o whatsApp não funciona para ligações.
Também não consegui lavar roupas. A lavanderia fica no térreo e é preciso pagar. Nem assim consegui porque precisava usar duas máquinas ou a mesma duas vezes - precisava separar as roupas escuras das claras - e a garota do alojamento disse que não era possível (não ficou muito claro motivo mas argumentou que seria muita água para pouca roupa).
CENA DE UM FILME POLICIAL: Fui hoje em uma lavanderia automática no centro e aproveitei para passar as fotos para o laptop usando o wi-fi do McDonald's. Na volta, depois de andar debaixo deste sol de 34 graus, com sensação térmica de 44, fui para a piscina.
Estávamos só eu e uma italiana deitadas nas espreguiçadeiras, ligadas nos nossos celulares quando, de repente chegaram 2 caras com armas em punho e nos mandaram correr dali.
As sacadas dos apartamentos são voltadas para a piscina, que fica no meio deles. Pude perceber que o problema era em um dos apartamentos do primeiro andar à minha direita, bem próximo onde eu estava e os caras armados eram policiais.
Falei para a italiana "Let's run" e apontei para um quarto que estava aberto, à nossa esquerda e, sem conseguir fechar a porta, nos escondemos em um armário.
Quando cessou o barulho saímos mas, precisávamos atravessar a área da piscina para o outro lado e estávamos bem em frente ao apartamento conflagrado, bem na mira de algum maluco ou bandido.
Quando um policial apareceu na sacada eu fiz um sinal perguntando se estava tudo ok e como ele respondeu que sim, disse a italiana para corrermos, mas não em linha reta e sim fazendo curvas, o que dificulta a mira de algum possível atirador - algum maluco ou bandido - até então não sabíamos quem era/eram.
Saímos sã e salvas mas, o coração a mil. Confesso que o meu demorou a parar de bater forte. Percebi que não perco a capacidade de raciocínio mas fico mais nervosa do que gostaria, o que só constatei depois que tudo passou, porque mal conseguia falar.
Diante disto tudo resolvi voltar antes para Londres. Ficarei lá 10 dias antes de embarcar para o Brasil. Não vou mais à Sicília ou, se resolver ir, irei através de alguma agencia que faça todas as reservas.
Precisava resolver ia continuar ou não o curso, se não, mesmo assim, fico aqui em Malta ou vou para a Croácia - resolvi ficar por aqui. O outro alojamento é bom e barato e a Croácia implicaria em mais viajem, em ter que novamente carregar mala, encarar todos os imponderáveis de uma viagem como saber se no aeroporto terá ônibus ou metro para um local próximo ao hotel e esse desconhecimento causa tensão além do medo de que algo saia errado, porque são muitos os imprevistos.
Conversei com Gonçalo, da agência Rotas do Vento que tinha me oferecido um pacote para um passeio de barco pela costa da Dalmácia e ele confirmou que não terá translado do aeroporto para o hotel nem até a cidade onde pegaria o barco.
Pensando nisto tudo, creio que ficou no outro alojamento e não faço mais curso algum. Por enquanto vou focar em uma viagem de um dia para o Sicília, que fica uma hora de barco, daqui e incluiria a cidade de Siracusa, eleita patrimônio da UNESCO, fundada em 734 a.C. pelos gregos.
Hoje peguei o ferry e fui a Valetta me informar sobre viagem à Sicília. Não cheguei até o Ferry porque fiquei sabendo que hoje, domingo, nada funciona. Os museus não abrem, a igreja não abre e nem mesmo o centro de informações turísticas.
Suponho que, por serem muito religiosos, não podem trabalhar aos domingos e eu perdi meu tempo indo a Valetta e encontrando tudo fechado.
Cheguei a ir próximo a Waterfront onde fica o Ferry para a Sicília mas, uma francesa que encontrei no caminho, me disse que provavelmente não encontraria ninguém e desisti. à Da orla leste de Valetta, onde fica o Waterfront dá para se ter uma outra visão das 3 cidades, Cospicua, Senglea e Vittoriosa. Na fotos abaixo o Forti Sant' Anglu é em vittoriosa, também chamada de Birgu, na foto seguinte, à direita é Senglea.
As fotos abaixo são de fachadas e cenas urbanas de Valetta. A influência ibérica e britânica na cabine de telefone. Abaixo vemos uma oliveira, presente por todos os cantos da ilha que produz de azeite. A paisagem natural lembra bastante Portugal e Espanha. Por sorte não tem incêndios visto que o solo também é bastante árido.
A terceira foto é de uma Bela Emília, arbusto também muito presente nos países mediterrâneos e a ultima foto lembra a Grécia.
09 de agosto de 2019
A escola oferece uma série imensa de passeios e atividades, festas em lugares diversos. Escolhi uma passeio as chamadas 3 citys: Cospicua, Senglea e vittoriosa ou Birgu porque sabia que em Birgu nesta sexta teria uma festa. Peguei o ônibus na escola fornecido pela escola e junto com outros alunos fomos até Senglea. Só não sabia que faríamos todo o trajeto até Birgu era a pé. Como tinha amanhecido com bastante dor na coluna o jeito foi aguentar firme.
Na foto abaixo, a esquerda é o forte de Valetta. Nas demais, ao fundo, vemos Vittoriosa. Pela quantidade de barcos deduz-se, pela localização de Malta que deve ser um dos lugares escolhido por navegadores de um pit stop nas viagens pelo mediterrâneo.
Depois de Senglea fomos até Birgu à pé onde estava havendo uma festa religiosa e a cidade estava toda enfeitada, sempre no mesmo padrão decorativo.
Abaixo a belíssima catedral barroca de Vittoriosa.
Depois de muita andança, finalmente fizemos uma parada for dinner, que foi muito bem recompensada com uma deliciosa salada grega que, acho que nem mesmo na Grécia comi uma tão saborosa
06 de agosto de 2019
Hoje, depois desta que foi a segunda aula, e tendo visto que mesmo os alunos que estão na escola há mais de um mês não parecem ter aprendido muito, tenho pensado se continuo ou não. Uma das alunas comentou comigo que só agora, depois de 5 meses está entendendo o que a professora fala. Observei que os professores falam muito rápido e passam muita informação o que, para alunos iniciantes é bem difícil de acompanhar mas, me pergunto, porque depois de 5 meses esta aluna ainda tem dificuldade de entender? Também uma brasileira disse-me que, como todas semana esta entrando um aluno novo no grupo, as aulas ficam um pouco repetitivas e ela tinha a sensação de que não avançava muito.
Na foto abaixo, à aluna da minha D é uma dentista do Cazaquistão (não deixa ninguém falar. Sugeri que lhe colocássemos um botão, para desliga-la quando necessário), a da minha D era da China e do lado dela, é da Colômbia. As duas ao lado da muçulmana da Arabia Saudita são brasileiras e a aluna na frente dela é do Japão. O único home da turma é da Itália e, na minha frente é uma alemã, muito muito simpática, e na frente dela é uma a Korea do Sul. O professor é da Irlanda.
Malta tem 460 mil habitantes e no verão, 2 mi. Destes 1540 mi são de estudantes de inglês e deve ter mais escolas de inglês que restaurantes e panificadoras.A maior parte de italianos, depois vem franceses e, em terceiro lugar, colombianos e brasileiros.
05 de agosto de 2019
Comecei hoje cedo o curso. Primeiro fomos levados para um local distante da escola, que pareceu ser uma universidade, onde ficamos numa sala abafada ouvindo (no meu caso, entendendo muito pouco) sobre a escola, o que ela oferece e qual a programação dos cursos.
Parecem ser muito organizados, pelo número de alunos novos que éramos, cerca de 300. Mas as longas esperas para iniciar as atividades, como ir para esta universidade, voltar para a escola e o calor, junto com a tensão depois de uma teste no dia anterior, que arrasou comigo, fez com que minha pressão baixasse no chinelo e só depois de muita Coca-cola melhorou e consegui, à tarde, enfrentar a primeira aula.
04 de agosto de 2019
Estou num apartamento com 2 quartos não muito longe da escola. Junto comigo chegou um menino (acho que não tem 30 anos) italiano, não muito simpático, que foi instalado num dos quartos enquanto que eu fiquei em outro, com uma holandesa que chegou antes.
Creio que ela estava só, o que deduzo pela bagunça que encontrei, de quem pode deixar a louça para lavar depois porque não terá ninguém para reclamar.
O apartamento tem uma sala grande, com uma grande TV e com uma cozinha americana com máquina de lavar louça. Os quartos grande e tem ar-condicionado e dão para um patio que dá acesso a uma pequena lavanderia - é um bom apartamento.
Não localizava o endereço do apartamento no Google Maps até que descobri que, apesar de constar um número do prédio em um documento oficial que percebi que, no lugar do número eu precisaria colocar o nome do prédio. O meu é o Ortigia, que tem número também mas na maioria das ruas, nas fachadas dos prédios encontramos nomes como: Valentine, Rejem (deve ser árabe pelo tipo fonte usada), C'est La Vie, The Willows, Petunia, indicando também a diversidade de nacionalidades existente no país.
03 de agosto de 2019
Esta é minha segunda vez que venho a Malta. Recorri a publicação que fiz no blog quando estive aqui em agosto de 2017 para lembrar da sua história e reproduzo, abaixo, um resumo da história do país.Primeiro vieram para a ilha os Fenícios, depois os romanos, os normandos e na idade média famílias aragonesas e catalãs se estabeleceram em Malta, quando o pais foi dividido em feudos. Em 1523 o rei Carlos I da Espanha a vendeu para a Ordem de São João que aqui permaneceram até a invasão de Napoleão Bonaparte.
Em 1565 os Otomanos fizeram um cerco a ilha que durou 4 meses e, vencedores, os malteses acharam por bem construir novas fortificações. Foi somente com a ajuda da monarquia da Sicília, dos portugueses e dos ingleses que Malta conseguiu que os Otomanos capitulassem quando, então, os ingleses tomaram posse da ilha. Estas, no entanto, não impediu que no séc. XVIII os franceses invadissem a ilha e aqui permanecessem durante 2 anos.
O interesse dos franceses assim como os dos ingleses era a posição estratégica da ilha que facilitava o comércio com o oriente e pouco fizeram pelo desenvolvimento do país.
Durante a 1a Guerra Malta foi chamada de "enfermaria do Mediterrâneo" pelos serviços hospitalares que proporcionavam as tropas aliadas. Já, na 2a Guerra a situação foi outra: a Itália do ditador fascista Mussolini declarou guerra contra a Grâ-Bretanha e aliados e Malta sofreu um novo cerco que durou de 1940 até 1943 causando muita destruição e obrigando famílias inteiras a viverem em refúgios.
Os ingleses aqui permaneceram até 21 de setembro 1964, data da independência de Malta. Em março de 1979 as bases inglesas se retiraram da ilha embora esta ainda mantenha relações com a Grã Bretanha, através da Commonwealth. Também, desde 2004 Malta faz parte da União Europeia.
Os ingleses aqui permaneceram até 21 de setembro 1964, data da independência de Malta. Em março de 1979 as bases inglesas se retiraram da ilha embora esta ainda mantenha relações com a Grã Bretanha, através da Commonwealth. Também, desde 2004 Malta faz parte da União Europeia.
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