2011
6. ITALIA
6.1.
ROMA
20
de julho - Com a
aeronave lotada o embarque foi antecipado em uma hora – havia uma tripulação,
entre crianças e idosos, de 300 pessoas que precisavam ser acomodadas nas
poltronas. O Ar condicionado estava em torno de 10 graus e fui logo pedindo 2
mantas para me aquecer.
Depois de algumas tentativas para
encontrar algo interessante na TV, resolvi puxar conversa com os 2
mato-grossenses que estavam sentados meu lado. Uma advogada paulista com uma
filha pequena, atrás das nossas poltronas, entrou na conversa.
Foi um voo diferente dos que já fizera
até então: formaram-se grupinhos de passageiros, alguns mantinham-se em pé
encostados nas poltronas, conversando ou andando pelos corredores ou mesmo indo
pegar refrigerante/vinho para beber – parecia o foyer de um teatro durante o
intervalo de uma peça.
Na chegada em Fiumicino peguei um trem
para Roma Termine - achei caro, 14 euros e não muito confortável. Da próxima
vez pegarei um ônibus que demora um pouco mais mas é mais confortável. O táxi
até o hotel custou 6,50 euros.
6.1.1. NO B&B EM S.GIOVANNI E
LARETANO
O hotel não era bem um hotel mas um
B&B (hoje chamaria de Guest), indicação de uma amiga da prima Vania. Ficava
na Piazza S. Giovanni e Laterano, perto do Coliseu e a entrada era pela Via
Tasso (infelizmente não guardei o contato). Recebi as chaves da portaria,
do apto e do quarto (nenhum predio na Europa tem porteiro ou recepção). Na
entrada havia uma salinha para o café de amanhã (tudo self service) e um quarto, uma ducha ótima e o local era
silencioso.
6.1.2. NA TRATTORIA FIASCHETTERIA
BELTRANO
Já instalada, resolvi dormir o resto
da tarde e as 7h da noite peguei o metro para a Piazza dei Espanha em
direção à trattoria Fiaschetteria
Beltramme, na Via dell Croce que,
segundo meu guia de viagem, era a preferida de Feline. Não tive problema em
achar o endereço porque salvo no Google maps os locais onde quero ir.
Quando cheguei as mesas da calçada
estavam lotadas, entrei e sentei numa que estava desocupada, até que veio o garçom
pedindo que mudasse para outra onde já estavam sentados um casal, que vim
a saber serem franceses da Normandia e uma garota, uma jornalista americana.
Eram todos muito simpáticos e, apesar
do meu constrangimento inicial, foi um jantar muito agradável. Conversamos em
francês (aproveitava para treinar o idioma, visto que iria depois para a
França), a americana também não falava muito bem mas nos esforçávamos para
sermos compreendidas pelo casal que parecia não se incomodar com nossos
tropeços. O importante é que conseguimos trocar algumas informações sobre
restaurantes, gelaterias e museus.
Nota: o mesmo ocorreu em Paris, com a
prima Vania, que fez cara feia quando nos obrigaram a sentar com estranhos.
Tenho outra prima que, acho, que faria o mesmo, rsrsrs.
Após o jantar fui procurar um ponto de
ônibus para voltar para casa (o metro fechava as 9h da noite!) e, como acabei
perto da Fontana di Trevi -
ainda lotada as 10h da noite – ainda tomando um sorvete antes de
dormir.
6.1.3. FERRAGOSTO
21
de julho – Estávamos
em meados de julho, em pleno verão e a temperatura era amena, em torno de 22
graus. Em julho a maioria das lojas e restaurantes ainda estão abertas, ao
contrário de agosto quando os italianos saem em férias e muitos
estabelecimentos comerciais fecham e nas portas das lojas e
restaurantes encontramos cartazes escrito: “chiuso per ferragosto” (fechado para férias de agosto).
Seguia para a Via Del Corso para
procurar para comprar um óculos de grau. Um multifocal saia por 225 euros com
armação D&G mas não ficaria pronto à tempo visto que viajaria dali a 2 dias
para Nápoles. Disse q voltaria em agosto e descobri que em agosto, não só a
loja estaria chiude (fechada).
Oficialmente, "Ferragosto"
inicia dia 15 de agosto, dia de Assunção de Maria.e vai até o final do mês.
Nunca vi disto isto: fechar tudo...seria impossível no Brasil!
6.1.4.
PIAZZA NAVONA E VIA DEL CROCCE
Estava na Stazione Rome Termini para comprar as passagens para meus próximos
destinos mas a fila era tão grande que desisti e segui para a Piazza Navona, onde experimentei o tal
de tartufo, que nada mais é do que sorvete de chocolate com chantili.
Depois de algumas compras, já com o pé
já doendo de tanto subir e descer a Via
del Croce, parei no Caffè Greco,
fundado no sec. VIII, na época frequentado por escritores como Keats, Goethe,
Byron e músicos como Liszt e Wagner. Este é o bacana da Europa, esse “encontro”
com figuras da história, da literatura e do cinema. Impossível não lembrar do
último filme do W. Allen, “A meia-noite em Paris”.
Mais tarde voltei a estação para
comprar as passagens mas a fila continuava imensa e resolvi arriscar nas
máquinas. Consegui comprar para Nápoles, faltando para Veneza e as
internacionais, que só vendiam no guichê. Preparava-me para enfrentar a fila do
guichê quando fiquei sabendo que estavam encerrando as vendas e as bilheterias
permaneceriam fechadas por 24 horas porque entrariam em greve, só retomariam as
vendas no sábado (dali há 2 dias). Descobria, então, que os italianos adoram
uma greve – e ainda haveriam muitas outras!
6.1.5. ITALIA E AS GREVES
22
de julho – Com a
greve dos transportes (outra greve!) tentei pegar um táxi – há muitos em Roma –
mas todos passavam ocupados até que consegui, finalmente, pegar um bonde
(bastante confortável) para o centro. Em dias normais os ônibus demoram um
pouco e, em geral, estão lotados. Isto porque só tem 2 linhas de metrô pela
impossibilidade de escavar o subsolo da cidade e danificar o patrimônio
histórico, que deve ser o motivo pelo qual os italianos preferem o transporte
individual – há muitos Smarts mas também Mercedes e BMW pela cidade.
Neste dia fiquei pela Piazza St.
Eustacchio, num café com mesas na calçada, aproveitando para tomar um pouco de
sol enquanto observava os turistas. Havia muitos franceses, ingleses, latinos
em menor número, mas alemães e japoneses – estes sempre em grupo, seguindo um
guia com uma bandeirinha. Além do pessoal do comércio, não vi italianos,
confirmando que a maioria vai para o litoral ou está nos Alpes no mês de
agosto.
6.1.6. TRASTEVERE
23
de julho – Voltei a
estação para comprar o restante das passagens (comprei de Milão para Veneza,
ficaram ainda faltando as internacionais). Depois fui a Trastevere, um bairro
ao lado do Vaticano onde andei um bocado a procura de um restaurante indicado
por uma italiana que havia conhecido na Aliança francesa, em Paris e, quando
finalmente o encontrei, estava “chiuso”.
Aconselho a todos a sempre viajar fora da alta temporada!
A Piazza
Trastevere e seu entorno é muito simpática, cheio de ruelas estreitas com
lojinhas e trattorias para turistas
onde encontrei muitos imigrantes indianos, onde também presenciei uma cena de
racismo de uma italiana para com uma indiana dentro de um
ônibus, no meu retorno para o centro.
O único banco disponível estava ocupado por uma criança, filho da indiana, e a
italiana queria sentar nele (confesso que também nunca entendi porque as criança ficam sentada
quando há idosos em pé). Mas o problema era a forma ofensiva que a italiana
falava com a mulher. Era o famoso mau humor italiano!
Depois, no hotel tratei de arrumar as
malas porque no dia seguinte embarcaria para Nápoles, desistindo de ir ao
mercado de Porta Portese, já cansada
de ver tantos camelôs e ambulantes pelas ruas.
Em meio à belos cenários e prédios
históricos, o que se vê no centro é um imenso mercado de bugigangas para
turistas, desde imitação de bolsas de grife à produtos chineses e indianos.
6.1.7. SEGUINDO PARA NÁPOLES
24
de dezembro - Depois de
ficar uma hora na fila do guarda-volumes para deixar uma mala e seguir viagem
só com uma mochila, sentei no chão da Stazione
Termine (não há bancos!), aguardando anunciarem no painel a saída do meu
trem para Nápoles, que está só 2h40m atrasado – putz, it's Italian!
Ia conhecer a Costa
Amalfitana, mas solo uno piccollo,
ia somente a Capri, senão a Nilce deixaria de ser minha amiga, visto que
prometi fazer esta viajem de carro, com ela.
6.2. NÁPOLES
6.2.1.
GREVE DOS LIXEIROS E A CAMORRA
24
de julho – A chegada
em Nápoles não foi das mais felizes, começando pelo “Grande Hotel Sweet Home”.
Estava parada em frente, sem acreditar no que via, quando um homem com roupas
da África subsaariana entrava no prédio e fez um gesto para que eu o seguisse
mas “saí foi correndo”. O hotel, que ficava no entorno da estação de trem, era
horrível, tinha até janela com vidro quebrado. Hoje sei que na Italia e, mais
ainda, em Nápoles, deve-se ficar longe dos hotéis que ficam próximo as estações
de trem, porque são regiões de imigrantes. (Esclareço que aqui “imigrantes”
significa estrangeiros sem recursos que precisam alojar-se em lugares
baratos).
Para piorar mais ainda, Nápoles
passava por uma greve dos lixeiros cujo sindicato é controlado pela máfia e o
cheiro do lixo nas calçadas e de suor era insuportável.
Estava parada na calçada pensando no
que fazer quando encontrei um casal com uma aparência bem simpática, perguntei
primeiro se ali poderia pegar um taxi e aproveitei para pedir informação de um
bom hotel.Tive sorte porque o hotel que me indicaram era ótimo e ficava bem
localizado, perto do castelo e da Galeria Umberto I.
No hotal, larguei a mochila no quarto
e saí para comer, voltando em seguida para descansar, sem ânimo de passear pela
cidade.
6.2.2. UMA CIDADE CAÓTICA
No dia seguinte fui me informar sobre
os horários de barco para Capri e em seguida, visitar o museu arqueológico que
possui um grande acervo de peças de Pompéia, depois a bela Galeria Umberto I.
Minha impressão sobre a cidade, de início assustadora, melhorava um pouco.
Mas só um pouco, porque no jornal
local, na TV, fiquei sabendo que a questão do lixo é consequência de uma briga
entre os sindicatos e por trás de tudo, está a Camorra. Putz, é lixo, Camorra,
também passeatas, trânsito engarrafado e muita buzina, porque o napolitano
adora buzinar. Parece que fazer barulho é o esporte local. Porém, tenho que
admitir que são educados e param o carro sempre que você faz menção de
atravessar e nem tudo está perdido por aqui, que há belos museus e
monumentos.
Sai para procurar uma agencia de
viagem p comprar a passagem p Atenas (irei daqui a 2 dias) e me informar sobre
os horários de barco p Capri, p onde irei amanhã.
Além de o Vesúvio e Pompéia estarem
próximos daqui. Preferi ir a Capri, porque é praia e dá para fazer tudo, fica
muito cansativo.
6.3. CAPRI
6.3.1. VILA DE CAPRI E ANACAPRI
26 de julho - No outro dia peguei o Aliscafo, há
também os Hidrofólis, os últimos são mais rápidos mas também, mais caros. Do
barco foi possível ver o Vesúvio e também Sorrento, uma península da Costa
Amalfitana.
Região de veraneio da alta burguesia italiana a
ilha de Capri tem 3 andares: o primeiro é no nível do mar, no segundo fica a
vila de Capri e no chamado de Anacapri, estão os hotéis das celebridades.
Antes
subir para Capri fiz um passeio de barco ao redor da ilha para conhecer a
famosa Grotta azzurra, os Fariglionis – belíssimos rochedos no meio do mar, que
são a marca registrada de Capri. Não há praias, só rochedos e paredões de calcário.
Tibério,
que governou o império romano do seu castelo no alto de Capri - chegou a ter 12
palácios, o principal foi a Villa Jovis - no famoso Salto di Tibério, um
precipício de onde, dizem, mandava jogar os desafetos. Mas Capri foi também
residência de alguns escritores, entre este M. Gorki, Neruda, G. Greene.
Depois
do passeio ao redor da ilha, fui a vila de Capri de funicular, pode-se ir
também de micro-ônibus ou táxis conversíveis, com 4 lugares, bem simpáticos. O
problema é a estrada íngreme e cheia de curvas.
A Piazzeta, a praça principal de Capri, é muito simpática e a vila é cheia de
ruelas com lojinhas, restaurantes, hotéis, galerias, embora nada muito
acessíveis ao bolso de pobres viajantes, come yo.
Segui
depois para Anacapri, por uma estreitíssima rodovia serpenteando entre as
paredes de montanhas e o precipício, confesso que dá medo. Um conselho a
quem vai a Capri: não deixe de apreciar a bela paisagem em um dos seus inúmeros
terraços tomando um Lemonccelo gelado.
7. GRECIA
7.1.ATENAS
27de
julho – Meu joelho esquerdo inchou um pouco e vinha evitado andar muito, razão
pela qual resolvi ir direto de Nápoles para Atenas. Sairia mais
barato retornar a Roma de trem e de lá embarcar para Atenas - tivesse
alguns anos a menos faria isto, ma non più.
Assim, fui direto para Atenas. Quando desci do
avião já senti aquela lufada de ar quente. A temperatura estava entre 34 e
36 graus...meraviglioso! Vou poder usar vestido de alcinha, dormir com a
janela aberta. Adoro la Grecia.
7.1.1. FAZENDO UM CITYSIGHTSEEING E VISITANDO
ACRÓPOLE
No dia da minha chegada fiz um Citysightseeing e paguei uma passagem de
24h para pegar de graça o ônibus no dia seguinte. No dia seguinte fui então à
Acrópole e descobri que o ônibus não levava até o alto e havia muitos degraus
para subir (creio que são 300 metros) que tinha que ser feito a pé. Pensei que
tanto esforço bem poderia ser recompensado com algum deus grego, mas um bem
vivinho, claro. Mas nada!
Do alto há uma ampla visão da cidade e vemos
como Atenas é grande e espalhada, ela tem em torno de 3 milhões de
habitantes.
7.1.2. UMA CIDADE MODERNA E AGRADÁVEL
28 de
julho – Na manhã seguinte fui à Monastiraki, região de antiquários
e bugigangas para turistas, que me vez caminhar mais do que deveria porque
é impossível resistir a tantas coisas interessantes. Dá vontade de comprar tudo
mas, tem que ter muita grana para também pagar o envio para o Brasil.
À exceção da praça Syntagma onde
ocorriam manifestações contra o governo, a cidade era tranquila, com ruas
largas e prédios com, no máximo, 6 andares, modernos e seguindo o mesmo padrão
arquitetônico embora, nem sempre bem conservados. Os residenciais tinham
sacadas largas com toldos de lona para proteger do sol escaldante.
É uma cidade agradável, limpa e bem organizada,
não tinha engarrafamentos e o transporte coletivo era muito bom, com várias
opções de ônibus, bonde elétrico e metrô. Este só com 2 linhas pela existência
de sítios arqueológico no subsolo.
Com muita áreas verde e parques bem cuidados. O
Parque Nacional, próximo ao centro, ao lado do Templo de Zeus, é grande e muito
arborizado.
O povo, ao contrário do que esperava, era
simpático e prestativo. A exceção dos taxistas, que não eram
muito honestos, mas isto ocorre em quase todos os lugares, principalmente
se você é mulher e está sozinha.
Havia pego um ônibus no aeroporto e descido na
praça Syntagma quando fui perguntar a um taxista quanto cobraria para me levar
até o hotel, respondeu que 25 euros e quando disse que estava caro e ele
respondeu que era longe dali. Mas, gata escaldada, fui me informar onde ficava
o hotel e descobri que ficava à poucas quadras dali. Como viajo com uma mala de
10 kg fui arrastando-a até o hotel.
7.1.3. PRAÇA SYNTAGMA E OS MOVIMENTOS DOS
CIDADÃOS INDIGNADOS
Os protestos anti-austeridade, inspirados na
Espanha e desencadeados pela crise econômica na Europa, haviam chegado à Grécia
em Maio e em julho limitavam-se à Praça Sintagma. Ainda haviam muitos jovens
acampados em barracas e faixas com palavras de ordem, algumas com foto de
Guevara.
No dia seguinte retornei à Acropole para
assistir a ópera “Nabucodonossor” nas ruínas do teatro de Herodes, fantastico.
O problema foi ter que acordar no dia seguinte as 6h da manhã para pegar o
barco p Mikonos. Não vejo a hora de pegar uma praia.
7.2. MIKONOS
29 de
julho – Das ilha Ciclades: Mikonos e Santorine são as mais frequentadas por
turistas e creio que as mais bonitas também. Mikonos foi paixão à primeira
vista. Não deve existir mar mais azul e nem tão transparente do que aquele. O
contraste do azul do mar com a paisagem agreste pontilhada de casinhas pintadas
de branco, janelas azuis, são de uma beleza singular.
Também o perfume das arvores frutíferas que
encontrava à beira das estradas e nos jardins, são inesquecíveis. Enfrente a
sacada do Hotel Charissi, onde fiquei hospedada, havia um pé de abricó
perfumadíssimo, cujo aroma invadia meu quarto. Não há como não se
apaixonar pela ilha.
7.2.1.
PRAIA DE PLATÝS
30 de julho - A primeira coisa que fiz quando
cheguei em Mikonos foi ir à praia Platýs, não muito longe do hotel, aluguei uma
espreguiçadeira – cada restaurante controla o espaço à sua frente e as
espreguiçadeiras e guarda-sóis tem uma cor diferenciando-os (como é na
Europa) e, como não ia consumir nada, paguei
5
euros pela espreguiçadeira. Só percebi porque poucos entrava na água quando
fui molhar os pés: é muito mas muito fria e deu uma tremenda frustração não
poder entrar naquele mar azul lindo, transparente.
7.2.2.
AQUARIO TERAPIA
Há
poucos carros e as pessoas circulavam de motos ou triciclo, havendo muitos
locais para aluga-los. A noite, fui caminhar no centro onde havia muita gente,
a maioria jovem, andando pelas ruas estreitas, cheias de lojinhas e
restaurantes, que chamam de tavernas. Encontrei mais brasileiros do que em
qualquer outro lugar.
Tentei trocar minha passagem de volta e não
consegui, soubesse o paraíso teria reservado mais dias na ilha. Voltava
para Atenas pensando que deveria dar uma parada para procurar uma lavandeira,
ir a um salão de beleza para dar uma geral, afinal, faziam 10 dias que estava
viajando. Precisava também pagar contas, verificar os extrato de banco, etc. Enfim,
um break que você precisa fazer num viagem longa.
7.3. ATENAS
7.3.1.
MUSEU NACIONAL DE ARQUEOLOGIA
31 de
julho – Não poderia deixar de ir ao Museu Nacional de Arqueologia, um dos mais
importantes do mundo, ver sua coleção que vai desde o período neolítico até o
fim da era romana.
Depois
de ver uma infinidade de esculturas, urnas mortuárias, vasos, colares e brincos
de ouro, fui ao Jardim Nacional, gostei muito do café, sob caramanchões, um
lugar muito agradável. Só não gostei que no jardim não se pode pisar na grama
ou mesmo dormir debaixo de uma árvore, como se faz na Europa em geral.
Em
seguido fui à Plaká, a parte velha da cidade, cheia de lojas de quinquilharias
para turistas mas também com umas tavernas bastantes simpáticas, onde almoçei.
Depois fui para o hotel descansar porque amanhã novamente levanto cedo para
pegar um vôo para Istambul.
8. TURQUIA
8.1. ISTAMBUL
8.1.1. O TURCO É MUITO COMUNICATIVO
01 de agosto – Quase que não me deixam entrar na Turquia
porque não tinha passagem de saída do país. Apresentei as reservas de hoteis,
para a Hungria e Croácia, e aceitaram como prova de que não ficaria no país.
Expliquei que pensava comprar as passagem para a Hungria e a Croácia quando
chegasse na Turquia. No final deu tudo certo e também acertei no
hotel que era bom.
O Hotel Romance só era um
pouco kitsh como tudo nos países árabes mas tinha um excelente café da manhã e
ficava em uma rua bastante movimentada, cheia de turistas, hoteis
e lojas.
E eram muitas e muitas
lojas de tapetes - como resistir, pensei?!. Mas não são baratos, um kilim
tamanho médio sai por uns 300/400 euros.
O hotel ficava também
perto dos locais históricos o que me permitia ir a pé à Blue Mosq,
ao Palácio Topkapi e ao Grand Bazar.
Estava em frente ao
hotel e, do outro lado da rua um vendedor, de quem havia comprado umas
almofadas, gritou “Brasil” e me abanou. Que povo simpático pensei.
No lado europeu de
Istambul, na Península Histórica, onde fiquei hospedada, a maioria das mulheres
vestiam burca, mesmo com um calor de 40 graus. Enquanto que no lado oriental da
cidade, mais moderno, a maioria as mulheres vestiam com roupas ocidentais.
Istambul é essa uma mistura de oriente e ocidente.
A antiga
Constantinopla, com Atatürk (fundador da república turca de 1923 até 1938) foi
um país laico até o novo governo, com Erdogan, um conservador. E vem regredindo
– e ainda querem entrar para a União Européia, com estes costumes
milenares!
Quando vinha do
aeroporto, no metrô, encontrei uma muçulmana vestindo uma gabardine
grossa, fechada até o pescoço, por cima de uma saia também grossa (e ainda
devia ter mais saias por baixo) apesar do calor de 35 graus dentro do vagão -
lotado!
Os homens, claro,
estavam em manga de camisa e, mesmo com ar condicionado, o cheiro de
suor era insuportável. Segundo explicou meu
primo Beto, tanta roupa é para que o suor não evapore e não percam água,
mantendo a temperatura corporal.
Todo dia às 5h da tarde
autofalantes entoam rezas por toda cidade.
A cidade é linda mas dá
para ficar no máximo 5 dias porque é também um caos. Hoje tem 2.500 milhões de
habitantes e, na região metropolitana, 12 milhões. O transporte coletivo era
bom mas o trânsito é desorganizado e engarrafado.
Estava no lado europeu, ocidental e para ir para o lado oriental precisa ir de metro, que atravessava o Bósforo por baixo da água ou passar por uma ponte.
Com o tempo fui vendo
que, o que antes havia atribuído à simpatia do homem turco era, na verdade,
abuso ou falta de respeito e, se lhes dá confiança, tornam-se insolentes.
02 de agosto – No dia seguinte fui comprar as passagens,
desisti de ir para a Hungria porque estava muito cara e resolvi ir direto p a
Croácia. Também porque ficaria muito cansativo visto – já estava no meu quarto
destino, teria então mais um antes de voltar à Roma para seguir, com minha
prima Vania, para o norte da Itália.
Desisti também do
passeio para à Capadócia, pois teria que ir de avião e levantar as 5h da manhã
para andar de balão. Resolvi fazer somente o passeio de barco pelo estreito de
Bósforo, um passeio curto de um dia só.
8.1.2. CONHECENDO A
MESQUITA AZUL
03 de agosto – A Mesquita Azul, chamada de Blue
Mosq, construída pelo sultão Ahmet, em 1609 valeu a fila para entrar e a
chatice de se cobrir toda. Levei um lenço para a cabeça mas fui com um vestido
até o joelho e tive que tampar também as pernas. Na porta distribuíam
panos para as pessoas se cobrirem - fazer o quê? Estava na igreja deles e tinha
que seguir suas regras.
Depois fui a Santa
Sofia, uma igreja otomana, construída em 537, na era bizantina, transformada em
mesquita, e hoje um museu.
8.1.3. O RAMADÃ E O
GRAN BAZAR
4 de agosto – O Ramadã é o nono mês do calendário islâmico,
período de jejum e reflexão. No final fazem festa ou vão para os parques
fazer pic-nics.
Era Hamadã, quando eles
não podem deixar o cliente sair sem vender, chegando a serem cansativos, não te
largam enquanto não vendem. E os tapetes eram belíssimos e eles tem uma maneira
de embalar que não fica difícil transportar. Não resisti e depois de muito
pechinchar - obrigatório no país - comprei um tapete de 600 liras que ficou por
400 liras. A lira estava mais ou menos o mesmo valor do real 2,43
por 1 euros e paguei, assim, 164,60 euros.
Creio que colocam o
dobro do preço para que você acredite que fez um excelente negócio. Está no
Alcoorão que todo árabe deve saber negociar.
Fui depois ao Grand
Bazar, que é uma cidade dentro da cidade, cheio de vielas com bancos, mesquitas
e até um banho turco. São 307 mil metros quadrados de tapetes, luminárias,
roupas, etc.
8.1.4. PALACIO TOPKAPI
05 de agosto – Hoje fui ao Palácio Topkapi, que já foi o
centro administrativo do império otomano e hoje é um museu. É imenso, tem uma
área de 700 mil m2, duas vezes a área do Vaticano e metade de Mônaco. Moravam
no palácio cerca de 5 mil pessoas e só na cozinha trabalhavam 1.200 pessoas.
Hoje o complexo da cozinha abriga a 3a maior coleção de cerâmica do mundo.
Também estão expostos tesouros: como joias, candelabros, serviço de jantar em
ouro, móveis, vários tronos em ouro, etc.
O palácio sofreu vários terremotos, por isto tem
diferentes estilos arquitetônicos (do sec.XV e XVI) fugindo totalmente da
clássica arquitetura palaciana europeia, com muitos espaços abertos e muitas
varandas explicado pelo fato do otomano ter sido um povo nômade, que
morava em barracas. O palácio é composto de 3 grandes jardins, com
edifícios em volta.
A parte mais
interessante do palácio é o Harém, onde morava além do Sultão, os membros da
dinastia e as concubinas. Também viviam no harém os eunucos negros, africanos
trazidos das guerras na África, responsáveis pela proteção do harém.
Embora o islã permita
somente 4 mulheres alguns chegavam a ter centenas. Elas eram trazidas dos
países conquistados, ou compradas nos mercados de escravos ou mesmo oferecidas
ao sultão. Tinham que mudar de nome e religião e passavam por um estágio na ala
das noviças. As que tinham filhos com o sultão ocupavam outra ala do harém,
eram as Favoritas. Como o sultanato passava para o filho mais velho, a
concubina queria ser a que dava o primeiro filho ao sultão para tornar-se a
“haseki”, a Preferida e, quem tinha o 2o filho na ordem de sucessão tentava
matar o herdeiro, para ocupar o posto.
Quem assistiu ao filme
“Lanternas Vermelhas” de Yimou Zhang, sabe como era a vida nos haréns e o jogo
de poder que existia.
.1.5. ESTREITO DE
BÓSFORO
7 de agosto – Minha despedida de Istambul
foi com um passeio de barco pelo Estreito de Bósforo, que faz a ligação
entre o mar negro e o mediterrâneo. Onde se vê a face mais rica desta cidade de
tantos contrastes, com suas construções do tempo do Império Romano do Oriente
ou Império Bizantino, hoje transformadas em hotel de luxo.
Conheci uma família do Azerbaijão no passeio porque falo com todo mundo, mesmo com meu inglês tupiniquim; não tenho constrangimento. Gosto de conhecer gente de todo canto do mundo e o Brasil sempre desperta curiosidade nas pessoas.
08 de agosto – Embarquei para a Croácia, em um avião da
Turkish airlaines – very dangerous!
9. CROÁCIA
9.1. ZAGREB
08 de agosto – Desci em Zagreb, onde fiquei até as 19h,
aproveitando para conhecer a capital da Croácia e embarcando à noite para
Split, onde fiquei até dia 11/12.
Era domingo e
encontrei o centro sem uma viva alma nas ruas, as lojas fechadas,
inclusive os museus, alguns raros turistas nos cafés. Até nos parques não
se via quase ninguém.
Mas é uma cidade
bonita com prédios antigos, nem todos muito bem conservados mas com muitos
jardins e muitos museus, pena que pareça uma cidade fantasma e para quem saiu de
uma cidade agitada como Istambul, era muito estranho tanta calmaria.
9.1.1.
ACHANDO UMA MALA PERDIDA GRAÇAS A UM PELICANO
Foi sorte ter
feito uma conexão em Zagreb porque quando estava no aeroporto aguardando para
embarcar para Split percebi que tinha perdido um pelicano de pelúcia que havia
comprado em Mikonos e levava para minha cachorrinha.
Saí
perguntando pelo pelicano até que resolvi ir na seção de Achados & Perdidos
e chegando lá fui surpreendida ao ver numa estante uma sacola de viagem que me
pertencia. Tinha outra mala que tinha ido direto para Split e a sacola, que
deveria ter ido junto estava lá, fazendo o quê, não descobri.
Acabava de
salvar os presentes e um tapete comprado em Istambul. Quando perguntei o que
fazia ali minha sacola e responderam-me que estava danificada e por isto não
foi despachada junto com a outra bagagem para o destino final (!?).
Com a sacola em
mãos sai depois para procurar o pelicano que guardo até hoje como um amuleto da
sorte.
9.2. SPLIT
9.2.1. LA COSTANERA
08 de agosto – Amei Split, é linda, ficaria um ano ou o resto
da minha vida neste lugar. Split é uma mistura de Cote d'Azur com ilhas gregas.
Não sei no inverno, talvez faça frio, vente muito, afinal fica no hemisfério
norte, distante da linha do equador.
9.2.2. UM HOSTEL DENTRO DO PALÁCIO
hostel onde fiquei fiquei era dentro de um bar
– não podia ser melhor! - A foto à E é do quarto que fiquei no primeiro dia,
houve um imprevisto e me deram um quarto melhor, mas depois mudei para o meu
mesmo, que era um quarto coletivo, muito divertido, porque tinha homem, mulher,
criança, o que é muito comum em hostels. Mas era bonito, como o anterior, só
que com mais camas. Era silencioso, não encontrava com ninguém porque as camas
eram só para dormir, cada um que chega, entra silencioso, "na ponta dos
pés", se enfia nas camas e você só percebe algum movimentos se estiver
acordada.
O hostel ficava ao lado
do Palácio de Dioclesiano, na quadra da La Costanera (que parece com a La
Croissette, de Cannes). Split esteve sob domínio dos croato-húngaros até
1105, dos venezianos de 1420 até o início do sec. XIX, quando passou para o
domínio da França até 1813 embora não se encontre muitos vestígios de sua arquitetura,
predominando o românico e o gótico e a maioria da população fala somente o
inglês. Ou seja, os franceses não deram a mínima para o país. Depois da
francesa ainda veio a ocupação austríaca e, após a 1a.Guerra passou para o
Reino Iugoslavo. Com a proclamação da República da Croácia, em 1992, tornou-se
sede da província da Dalmácia.
9.2.3. O PALÁCIO DE
DIOCLESIANO
Tudo lá gira em torno
do Palácio de Dioclesiano, que foi tombado pela UNESCO e é patrimônio cultural
da humanidade, fica no meio da baía de Split, de frente para o mar, junto a La
Costanera. Mais parece uma vila porque é cheio de ruelas com lojas,
restaurantes, hotéis e também, claro, um bazar com quinquilharias para turistas
(ao menos aqui não estão nas ruas). O imperador Dioclesiano viveu no
palácio de 305 até sua morte em 316 durante o império otomano.
A noite o movimento era
intenso dentro do palácio de Dioclesiano e, a cada 50m, tinha um evento, um
grupo tocando música folclórica, outro tocando música clássica, mágicos, teatro
de bonecos, um palco com um grupo de rock e ainda, num dos espaços do palácio o
povo dançando. Mas o melhor de tudo isto é que estou no meio desta muvuca
toda. WOW!
09 de agosto – Split tem hoje pouco mais de 200mil
habitantes e é um importante centro cultural, industrial e turístico mas também
um respeitável centro universitário.
Como o euro está em
7,40 Kunas (a moeda deles). Troquei 100 euros no aeroporto e recebi 740 kunas,
mas paguei por uma coca-cola 20 kunas, 30 kunas no onibus do aeroporto até o
centro, 70 kunas o almoço, ou seja, 100 kunas vai num instante.
Quanto as praias
vocês verão nas fotos - não há praias com areia, só pedras e a água é muuuito
fria. Não consegui entrar no mar nem aqui nem na Grécia - não só o Adriático é
muito frio como também o Mar Egeu e acho que o Mediterrâneo todo porque em
Capri a água também era fria.
A temperatura aqui
nesta época fica em torno de 32o, mas há um vento constante e no inverno a
temperatura média é de 17o. E o mais importante, chove pouco e mais no inverno.
9.2.4. ILHA DE BRAC
10 de agosto – Mesmo assim não dispensei ficar torrando no
sol e fui a ilha de Brac (tem um acento, um chapeuzinho ao contrário encima da
letra C e pronuncia-se “bracha”). A ilha é um charme a ilha, mas praia... o que
parecia ser areia eram pedras, o que já havia encontrado em Split, porque é da
mesma cor da areia e engana quem olha as fotos.
Fiquei pelo centro de
Supetar (um dos vilarejos da ilha) e achei uma praia com seixos, que é até
melhor do que areia porque não gruda na pele, e tem mais cara de praia
Amanhã durmo até ao
meio-dia e depois embarco para Roma onde encontro com minha prima Vania que, parece,
vem mesmo para a Europa! Assim, termino aqui a primeira etapa desta
viagem.
10.
ITALIA
10.1. ROMA
10.1.1. PIAZZA NAVONA E LA ESCALETTA DEGLI ARTISTI
13 de agosto – Depois de viajar para a Grécia,
Turquia e Croácia voltei à Roma para encontrar com minha prima, Vania. Depois
de pega-la no aeroporto fomos almoça no La Escaletta degli Artisti
(aconselho a procurar no Google maps, fica próximo à Piazza Navona) onde, em
suas mesas sentavam Victorio Gasmann, Alberto Sordi, etc. e onde comi o
risoto de camarão mais fantástico da minha vida. Não à toa andei engordando um
pouco, também porque acompanhava a Vania na cervejinhas, que troquei depois
pelo prosecco!
Na foto abaixo foto da embaixada do
Brasil na Piazza Navona.
Ao contrário
de Paris, onde a beleza está na paisagem urbana, em Roma é a paisagem natural
em perfeita harmonia com seus monumentos. E monumentos como o Coliseu,
o Panteon, o Forum são fascinantes porque nos remetem a história
do Império Romano. O maior império do mundo que, somando ao Império Bizantino,
durou mais ou menos 1500 anos.
Quando
viajamos pelo velho continente, principalmente por países banhados pelo
mediterrâneo, Grécia, Turquia, Croácia, etc. e por países do
norte da África, encontramos vestígios do antigo Império.
10.1.2.
VATICANO E TRASTEVERE
16 de agosto – No Vaticano só conseguimos ver a
Basílica de São Pedro, para a Capela Sistina havia uma fila de mais de uma hora
debaixo de um sol escaldante que nos fez desistir. Eu ainda aguentaria mas não
minha prima e fomos para Trastévere almoçar onde encontrei bem menos gente do
que em julho. O calor inclemente de agosto obrigava os romanos a saírem em
férias e a fechar tudo: restaurantes, lojas, etc. Nas portas é comum encontrar
um cartaz escrito: “è chiuso per ferragosto” (fechado para férias de agosto).
10.1.3. VILLA
BORGHESE
Um lugar
recomendado para fugir do calor em Roma é a Villa Borghese, com um belo museu
no meio de um lindo parque e outros menores distribuídos pelo parque.
Como nas
demais cidades europeias durante o verão romano há muitos eventos culturais,
na Piazza della Spagna, na Vila Borghese e nas ruínas
de Caracala são apresentados concertos, óperas, dança, etc. Não
só no verão, também nas outras estações a diferença que no verão são em espaços
abertos.
10.2. FIRENZE
10.2.1. MOLTO CALDO A FIRENZE
17 de
agosto – Fomos de trem para Firenze; estava muito calor, o termômetro marcava 45°
mas a sensação térmica era de 47°.
Nosso hotel ficava no centro, a uma quadra do Duomo. A localização era
ótima mas tinha um inconveniente: o barulho da rua e, como o quarto não
tinha ar condicionado tínhamos que dormir com a janela aberta. Também não tinha
wi-fi, o que para mim era ainda mais grave.
Bastava andar uma quadra e já tínhamos que parar para tomar uma coca-la
ou um sorvete para resistir ao calor, agravado pelo fato que Firenzze é uma
cidade que não tem verde. Mas tem um fantástico patrimônio arquitetônico medieval
e andar pelas ruelas estreitas do centro à noite fazia com que me sentisse em um
filme de época. Até “ouvia” o casco de um cavalo e montado nele um cavaleiro
medieval com sua capa preta.
Numa esquina ficava a casa de Dante Alighieri mais adiante a ponte e o
palácio Vechio e numa praça, a antiga
residência dos Médices, o Pallazo Pitti.
Firenze é também Renascimento Italiano, com Miguel Angelo, Botticelli, Dante
Alighiere. Voltei com vontade de ler “A Divina Comédia”, mas acho que entre
os 14.233 versos e 100 cantos do livro do poeta florentino fico com as 268
páginas livro do Mario Prata, “Purgatório,
a verdadeira história de Dante e Beatriz” que já tenho em casa.
10.2.2. GALLERIA DEGLI UFFIZI
21 de
agosto – A Galleria Degli Uffizi, mandada
construir pelos Medices em 1560,
inicialmente para reunir toda a administração pública, hoje é um belíssimo
museu. Onde estão as obras de arte da família Médice e uma das maiores coleções artísticas do mundo: Rafael, Rubens, Rembrant, Velasquez, Delacroix,
Ensor, etc. o que justificava as mais de 3h na fila. Entre os turistas, muitos brasileiros.
Fomos depois a Galeria da Academia de Arte, onde estão os pintores
florentinos, esculturas da época romana e, entre estas, a original de David, do Michelangelo (a que está
em frente ao palácio Vecchio é uma
cópia).
São muitos os museus, igrejas e palácios belíssimos mas também
algumas cafeterias e lojas possuem afrescos muito bonitos pois são todos
prédios com não menos de 300 anos.
A ponte Vecchio, a
construção mais antiga de Firenze e única no gênero que sobrou após os
bombardeios da 2a guerra e destruída em 1333 por uma enchente, foi reconstruída
em 1345. A parte interna dela é toda tomada por lojinhas de ourives, isto
já desde o tempo dos Médices, o que impede que se observe melhor sua
arquitetura mas, antes dos ourives eram os açougueiros, que jogavam as
carcaças no rio, poluindo-o.
O que era muito triste é que toda a cidade estava tomada por
barraquinhas de souvenir para
turistas. E não era só em Firenze mas toda a Europa as calçadas estão tomadas
por imigrantes oferecendo quinquilharias, desde roupas até bolsas “Louis Vuitton” – um horror!
Firenze, apesar da sua arquitetura belíssima, não empolgou porque não
havia o que fazer além de visitar museus e igrejas, não havia eventos culturais
– porque era ferragosto, talvez. Mas
tinha uma pizzaria maravilhosa próxima ao centro, cujo nome não guardei,
infelizmente.
11. MILÃO
11.1. A TEMPEATURA CONTINUAVA ESCALDANTE
23 de
agosto – Depois de Firenze fomos para Milão. Como ficava mais ao norte
esperava um clima mais ameno mas não foi o que ocorre.
Como era ainda ferragosto
muitas lojas, restaurantes e até lavanderias estavam fechadas. A
cidade estava vazia, nem muitos turistas tinha. Infelizmente não anotei nome
dos restaurantes nem do hotel onde ficamos hospedadas, que era perto do centro,
da Ópera de Milão e do Castelo porque era muito bom.
E hoje já não é mais Mikonos ou Split, agora é em Milão
onde gostaria de morar. Milão tem história, prédios antigos
belíssimos, tem a Ópera de Milão, além do Duomo, da Galeria Victor Emanuelle II
e muitos museus.
11.2. O ETERNO CHARME LATINO
25 de
agosto – Ficamos encantadas com a cidade com suas avenidas largas, muitos
espaços abertos, muito verde, muitos parques e um belo jardim junto ao Castelo
Sforzesco onde deitamos na grama, debaixo das arvores. Havia um chafariz em
frente ao castelo e também entrei para me refrescar.
Milão foi a cidade da Itália onde tivemos mais contato com locais, onde
também descobrimos o quanto os italianos são simpáticos e galanteadores.
Sentadas nos cafés da Via Dante nos divertíamos observando os garçons fazendo
galanteios a todas as mulheres que passavam por eles, enquanto elas apenas
sorriam, Vania achou-os abusados, enquanto que eu divertia-me.
O agito ficava em torno da Via Dante e no entorno da Pinacoteca de
Brera. Fomos levadas por um casal que conhecemos na viagem à região do Grande
Canal, bastante
12.1. PIAZZA SAN MARCO
27 de agosto – Sentamos, Vania e eu na Piazza San Marcos e pedimos uma água
mineral e Vania disse que foi a água mais cara que já tomou na vida. Creio que
pagamos 15 euros cada uma, mas isto porque tivemos que pagar também pelo courvert. Sentar na Piazza de San Marcos, com música ao fundo – ainda teve até um
bailinho no meio da praça – em Veneza, tem seu charme mas tem também seu preço.
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Outro lugar
obrigatório na Piazza é o café Florian, que está entre os mais famosos do
mundo pelos belos afrescos.
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Mas Veneza é também poder se perder por seus labirintos, atravessar seus
canais, admirarando sua exuberante arquitetura, misto de bizantino e barroco
italiano; é também reencontrar Tintoreto
e Veronese nos seus afrescos, ouvir as “Quatro Estações” de Vivaldi em um
belo palazzo renascentista.
Veneza tem também um clima de mistério, de sedução e amava me perder
pelas ruelas, admirar as fachadas e sacadas com vasos de folhagens, os barcos
nos canais.
12.3. PALAZZ0 DUCALE
28 de agosto – Antiga sede dos Dodges de
Veneza hoje transformado em museu, o Palazzo Ducale tambem conhecido como
Palácio do Doge é uma obra-prima do gótico veneziano. Foi construido em 828
seguindo o modelo do Palácio de Diocleciano, em 976 sofreu um incêndio durante
uma revolta e sua reconstrução findou no sec. XIII. Em 1483 sofreu novo
incêndio e foi reedificada a parte interior. Em 1574 sofre novo incêndio e em
1575 Ticiano e Veronese foram chamados para decorar os interiores.
Início do
sec XVII foram acrescentadas as chamadas Prigioni Nuove (prisões novas) que
foram ligadas ao palácio através da Ponte dei Sospiri (ponte dos suspiros).
Infelizmente só tinha postado fotos de Veneza e nenhum texto ou nome de
restaurante ficou registrado. Lembrei somente de um bar que meu livro dizia que
era frequentado por Ernest Hemingway. Mas, ao que parece, ele era um bebum
globe-trotter pois já encontrei muito bar onde diziam que ele costumava ir
beber, do Kenya, ao Caribe; e em Paris também deve ter muitos, isto sem falar
em Cuba.
Também lamento não ter registrado o nome do hotel, tipo Guest, no centro
de Veneza onde ficamos, porque era muito bom, ao lado da Piazza San Marcos.
Agosto é alta temporada e a quantidade de gente nas rua era absurda.
Para chegar até nossa guest tínhamos que ir abrindo caminho, scusi, scusi...
30 de
agosto – Fomos a ilha de Lido onde estava ocorrendo o Festival de Cinema de
Veneza. Queria
ir ao hotel onde foi filmado Morte em
Veneza do Visconti
Na foto abaixo o Grand Hotel Des
Bains que inspirou Thomas Mann a
escrever Morte em Veneza e Luchino Visconti a rodar o famoso filme
do mesmo nome. De suas janelas, o famoso compositor, em franca decadência,
Gustav Von Aschenbach (um Dirk Bogarde maravilhoso no papel do compositor)
reencontra a arte na figura de um belo garoto Tadzio. O filme tinha como pano
de fundo a gripe espanhola.
NOTA: Fiz uma fake, não é o hotel do filme, no lugar do Grand Hotel Des
Bains hoje existe um prédio de condomínio. O hotel da foto é do hotel do
Festival de Cinema...Delirei total.
Voltamos para Milão no dia 4 setembro para pegamos o TGV para Paris
e uma greve dos trens (sempre ela!) causou um quiproquó entre nós: eu queria
esperar a volta dos trens e a Vania queria sair correndo para o aeroporto.
Negociamos, peguei a devolução da passagem de trem e fomos para o aeroporto.
11. FRANÇA
11.1. PARIS
06 de setembro – Chegamos em Paris no dia 06 de
setembro, inicio do outono – fazia frio, calor e chovia, tudo no mesmo dia e a
temperatura estava entre 17 e 20 graus, bastante agradável para minha prima
Vania, eu diria que friozinho.
Chez
Arruda ficava na Rue Guisarde uma travessa formada por 2
quadras de bistrôs, entre estes o “L' Âne et la Mule" cujos donos
eram amigos do Benoît, do
Café François de Florianópolis, nos tornamos habitués, onde Vania comeu um Cassulet de Gamba (camarões grandes)
que, segundo ela, muito bom.
A rue Guisarde, também conhecida como “Rue de la soif!” (rua da sede), a
noite era fechada e ficava lotada de pessoas bebendo e fumando (fuma-se muito
na Europa toda). Em uma das esquinas ficava a boate
mais exclusiva de Paris, a "Castel's" onde, dizem, que ser rico,
bonito e famoso podia não ser suficiente para entrar.
Quando saíamos cedo de casa encontrávamos a rua forrada de bituca de cigarro, o que deixava Vania indignada; mas depois passava um carro da prefeitura lavando tudo.
Nosso apartamento
era pequeno e tinha um quarto, onde dormia a Vania, um banheiro, uma sala com
um sofá-cama onde eu dormia e uma cozinha. Mas era muito agradável e o que o
tornava agradável eram as amplas janelas, que davam para uma jardim interno.
St-
Germain-des-Prés, o quartier mais descolado de Paris era cheio de cafés famosos
como o "Deux Magots" frequentado por Hermingway; o "De
Flore", frequentado por Sartre e Simone de Beauvoir, a "Brasserie
Lipp", dos políticos e o "Le Procope", o café mais antigo do
mundo (é de 1686) frequentado por Voltaire e Napoleão. O movimento
a noite era intenso. A Livrarie La Hune, ficava aberta até a
meia-noite e havia também uma grande quantidade de cinemas na região. Costumava
ir nas sessôes das 22:30.
Mas Saint
Germain não era somente o boulevard
mais charmoso de Paris mas era também o mais caro. Comprar algo ali era
proibitivo, o melhor era pegar um metrô e ir a Marais, se quiséssemos comprar
uma roupa ou um sapato.
08 de setembro – Fui com a Vania no belíssimo café
do museu D'Orsay onde fizemos um lanche e, como já tinha ido a Paris por duas
vezes e nosso acordo era que não precisaria acompanha-la nos lugares que eu já
conhecia, deixei-a visitando o D’Orsay e fui ao Musée National
de la Légion d’honneur. A Legião de Honra, condecoração criada em 1802
por Napoleão Bonaparte tem entre os brasileiros agraciados Dom Pedro II,
Juscelino Kubitschek e FHC entre outros. Meu conhecimento da Legião de Honra
vinha do cinema – faz parte do imaginário de todo cinéfilo e, não à toa,
Charles Chaplin também foi agraciado.
09 de setembro – No dia seguinte fomos ao 8º arrondissement seguindo pelo Bd Haussmann até Au Printemps e La Fayette para conhecer os famosos magazines parisienses porém, não os mais caros – é o Le Bom Marché em St German o mais exclusivo.
Em seguida fizemos um passeio pela Champs d'Elysèes, la plus belle avenue du monde, que começa na Place de la Concorde e termina no Arc de Triomphe.
10 de setembro – Almoçamos no Quartier Latim e
depois fomos fazer um passeio de Bateau Mouche pelo Sena. Fiquei sem
pilha e minha máquina fotográfica ne
marche pas (ainda não tínhamos ela no celular) e fiquei sem fotos do
passeio.
Pegava com
frequência o metrô, quase sempre sob protestos da Vania que preferia o taxi.
Penso que, se você quer verdadeiramente conhecer uma cidade e seus moradores,
precisa pegar transporte coletivo. Mas também porque amava encontrar com
músicos que tocavam nos corredores dos metros, mais ainda quando tinha a sorte
de tocarem bossa nova.
12 de setembro - Fazia um dia de verão e fui
ao Bois de Boulogne, uma área de 865 hectares de trilhas para
passeios a pé, de bicicleta e a cavalo, com lagos, jardins, teatro ao
ar livre e museus. Passando pelo Palais des Congrès encontrei um café
Angelina onde comprei alguns doces e refrigerante para meu pic-nic à beira
do Lac Superirer.
13 de setembro – No dia seguinte decidi ver uma
exposição sobre urbanismo e arquitetura que mostrava a evolução da cidade de
Paris desde a ocupação romana, quando ainda se chamava Lutécia, até os dias de
hoje; assim como, as mudanças realizadas por Napoleão I e III e a transformação
urbana promovida pelo Barão Hausmann.
Aprendi no
curso de urbanismo, na UFSC em Florianópolis que, na França, qualquer mudança
como a abertura de uma loja ou de um escritório, necessita estar dentro de um
plano urbanístico global.
Em seguida
fui ao pavilhão criado pela arquiteta inglesa de origem iraniana, Zaha Hadid -
atualmente uma das mais conceituadas do mundo, no Instituto do Mundo Árabe – só
o prédio do IMA já merece uma visita.
14 de setembro - A Cité de L'Architecture & du
Patrimoine no Palácio Chaillot, é um belo edifício neoclássico construído para
a exposição de 1937, na Place du Trocadéro, foi projetado de forma a não
interferir no visual da Tour Eiffel está em total harmonia com seu
entorno. No sentido oposto ao Palais fica o Champ-de-Mars e a Tour
Eiffel.
Fui ver três exposição: uma sobre a arquitetura na idade médio, com um acervo enorme, outra sobre a arquitetura moderna e contemporânea e outra sobre as novas moradias sociais.
A exposição sobre arquitetura moderna e contemporânea francesa, de 1850 até os dias atuais, apresentava maquetes ilustrando os temas abordados, tecnologias das construções, estudo da distribuições dos espaços interiores e, nomes importantes como Robert Mallet-Stevens, Fréderic Borel, Dominique Perrault e Jean Nouvel (confesso que eram desconhecidos para mim). Ah, havia também Le Corbusier, ufa!
A Habitação Social na França iniciou com o processo de urbanização e o país foi pioneiro na parceria público-privada, crescendo significativamente após a Segunda Guerra Mundial. A Habitation à Loyer Modéré (HLM) são de dois tipos: agências públicas - controladas por autoridades locais - e empresas sociais de habitação - construtoras privas sem fins lucrativos. Hoje é obrigatório que qualquer lançamento imobiliário residencial contenha pelo menos 25% de habitação social e os promotores imobiliários privados se associam aos chamados bailleurs sociaux recebendo subsídios para esta finalidade. Vinha estudando recentemente o funcionava da habitação social na França.
15 de setembro – Propus a Vania uma visita guiada à
Sorbonne. Visitei em 2009 e fiquei impressionada com quanta história nesta que
foi fundada em 1257 e começou escola de teologia passando a fazer parte da
Universidade de Paris em 1868. São 13 universidades incluindo a Paris-Sorbonne
(Paris IV) que ocupa os antigos prédios, incluindo a capela construída pelo
Cardeal Richelieu em 1622 e fica entre a rue des Écoles e rue Victor Cousin.
Estudaram ali
SãoTomas de Aquino, Raymond Aron, Honoré de Balzac, George Bataille, Henri
Bergson, Marie Curie, Simone de Beauvoir, Jacques Derrida entre outros.
Descobrimos
que a visita teria que ser agendada com antecedência e nos conformamos em
sentar na Place de La Sorbonne onde
haviam muitos cafés e bistrôs, onde comi o melhor omelete do mundo, embora,
dificilmente em Paris se come algo que não seja très très bien, creio que porque usam muita manteiga e produtos
naturais na sua culinária.
Passando em frente ao Hôtel
Dieu lembrei do ano de 2009 quando fui parar neste hospital por estar com
formigamento de pés e mãos, poderia ser um AVC e me mandaram procurar um médico.
16 de setembro - No dia seguinte fui ao Museu
Pompidou e próximo dali, havia uma manifestação da Anistia Internacional contra
a pena de morte e a condenação de um jornalista nos USA. Não era, era a pressão
de uma vértebra.
Depois, retornando
ao Boulevard St. German-de-Prés encontrei uns 20 carros de
polícia formando um cordão de isolamento ao redor de estudantes
que protestavam contra o corte de verbas e o aumento de impostos em função
da ajuda ao governo da Grécia e da Espanha. Infelizmente não deixavam ninguém
se aproximar.
17 de setembro – No 1º arrondissement ficava
a Place de la Bourse que eu ainda não conhecia, onde também ficava a
eglise St Eustachio, já proxima à Les Halles, onde assisti a um concerto de
Liszt. St Eustachio possui o maior órgão da França e é considerada uma obra-prima
da arquitetura gótica tardia e uma das igrejas mais visitadas da
cidade.
Depois jantei
com a Vania no restaurante próximo ao nosso estúdio, onde nos
tornamos fregueses. Le Charpentiers, nosso novo restaurante preferido cujo nome remetia à maçonaria
e sua relação com pedreiros (pedreiro, em francês, é igual “maçon) e o símbolo
é um esquadro e um compasso.
18 de setembro – Saímos para ir nos bouquinistes à beira do Sena, no caminho
íamos fotografando as fachadas dos cafés, que são maravilhosas.
Nos bouquinistes comprei uma edição de bolso
do Proust. Passear pelas barracas dos bouquinistes era um dos meus programas preferidos em Paris.
Pela primeira vez encontrava um observava uma cena com um pickpocket, este já fora de ação.
Andávamos pela margem do Sena quando encontramos uma feira de comidas, um marchés flottantes, com barracas de comidas e vinhos. Havia também uma banda muito animada.
Os barcos haviam sido transformados em restaurantes, que nos convidou a comer um pão com foie gras e vinho, enquanto observávamos o movimento da feira.
Na volta para
casa passou por nos um grupo de patinadores tendo, na frente 2 carros da
polícia abrindo espaço para eles e atrás uma ambulância.
Toda primeira
semana do mês ocorre a Journées Européennes du Patrimoine e, como não era
cobrado ingresso nos museus, as filas eram enormes mesmo as 17:29 da tarde.
ais tarde
na Pont de Archeveché encontramos uma artista de rua cantando Edite
Piaffe.
19 de setembro – Retornei, com a Vania à Place des Vosges, no 3º e
4º arrondissements, um dos lugares mais charmosos e também mais caros da
cidade. É a praça mais antiga de Paris, classificada como monumento histórico
em 1954 por André Malraux, onde morou
Victor Hugo, George Simenon, Isadora
Duncan, jack Lang, Annie Girardot.
Almoçamos num
restaurante no entorno e depois fomos a Place de la Bastille, local da antiga prisão onde ocorreram as
manifestações que deram início a Revolução Francesa em 14 de julho de 1789,
onde hoje existe uma praça redonda com um monumento no centro chamado Colonne
de Juillet, um memorial aos mortos da revolução de 1830, marcando o início da
monarquia constitucional. Sua cripta contém os ossos das 504 vítimas da
batalha.
Ao lado ficava o prédio da Ópera da Bastille, um teatro com 2.700 lugares; moderno, mas de gosto duvidoso, como muitos prédios modernos em Paris.
Em seguida
fomos ao Port de l'Arsenal ver os barcos-casa – como deve ser maravilhoso
morar num barco desses, bem no centro de Paris, pensei.
20 de setembro - Voltamos à Champs D'Elysées e resolvemos tomar um café quando ao sentamos numa das
mesas que estavam vagas, veio um garçon pedir para mudarmos para outra onde
já haviam algumas pessoas. Acostumada com a cultura europeia não estranhei mas,
a Vania logo protestou - como não falamos francês e eles, o português, nos
ignoramos porque você não precisa conversar com as outras pessoas, basta sorrir
e dizer "bon jour" (este
imprescindível, sempre!) e, se puxarem papo basta dizer "pardon, je ne parle pas
français".
Como estava
programado à noite fomos ao Duc des Lombards, em Les Halles, um
clube de jazz, onde assistimos ao Tributo à Louis Amstrong. Foi muito
muito legal. Imaginei que em New Orleans deveria ser igual: velhinhas (claro
que não nos incluímos) e velhinhos, balançavam a cabeça ao ritmo da música e
aplaudindo com entusiasmo (no jazz pode-se aplaudir no meio da música). As
pessoas que estavam ali realmente amavam o jazz e o Duc de Lombards
é o clube mais tradicional de Paris.
21 de setembro – Andando sozinha por Champs d' Éllysees encontrei em
meio aos prédios antigos alguns poucos prédios bastantes modernos (horríveis)
e, já próxima do Arco do Triunfo, a casa onde morou Santos Dumont, que hoje é
uma loja da Apple, wow!
Mais abaixo um predio modernoso em total desarmonia com os predios antigos.
Na Champs d'Ellysées gostava de ir na
loja da Benetton (tem também uma ótima em Montparnasse)
que, junto com a Oysho e Uniqlo são as minhas preferidas na Europa.
Voltando a pé
pela Rue Saint-Honoré entrei no Jardin du Palais Royal, antiga
residência de Luiz XIV, onde hoje estão as famosas galerias do Palais
Royal, com marcar de luxo e também alguns cafés. Ao lado do Palais ficava
a Comédie-Française, que
tem Molière como patrono, onde fui ao shop do teatro.
No caminho
ainda encontrei uma filmagem, o que era bastante comum ocorrer nas ruas de
Paris. E, de volta a Sant German fui
com a Vania tomar um vinho no café do amigo do meu amigo Benoir.
22 de setembro – Enquanto a Vania subia à Tour
Eiffel, fui comer um crepe de chocolate nas barraquinhas próximas dali. Já
havia subido na torre nas outras vezes que estive em Paris e não estava afim de
enfrentar fila nem a pagar pela alta taxa cobrada.
Postei no meu
blog fotos de uma pâtisserie
et boulangerie que ficava à uma quadra do nosso estúdio, a Gerald Mulot, para que vissem como
estávamos "passando mal" – só fazendo lanchinhos na Gerald Mulot e só bebendo vinho
nacional. Mas seremos e levaremos alguns macarrones para nossos amigos e
parentes.
23 de setembro – Fazia um belo dia de sol e fui ao
Jardim de Luxemburgo. Junto ao Palácio de Luxembourg fica o Senado
e pretendia visita-lo, mas só permitem em datas
pré-estabelecidas e nem mesmo a pude conhecer a biblioteca consegui conhecer.
Tive que me conformar com a livraria, onde comprei umas revistas
sobre Senado e o palácio.
Neste ano de
2011 a França teve eleições, que aqui ela é indireta e os senadores são escolhidos
por um colégio eleitoral. A campanha eleitoral para presidente já
havia começado e Sarkozy não se reelegeu, perdendo para F. Hollande. Na época
estava interessada em estudar o sistema política francês e me preparei para ver
o livros que havia comprado. Já o desejo de conhecer o palácio é também por ser
um dos mais belos da França mas espero numa próxima viagem visitar este belo
palácio que, pelas fotos do seu interior nada fica à dever a Versalhes em luxo
e beleza.
A noite fomos
à Igreja St.Chapelle ouvir
"As quatros Estações" de Vivaldi. Havíamos também programado ir à Opera Bastille, assistir
"Salomé", de Strauss baseado em uma peça de Oscar wilde mas não foi
possível – afinal, não se consegue fazer tudo.
St Chapelle é
a igreja mais bonita de Paris, são famosos seus vitrais e muitos vão
aprecia-los no final da tarde quando bate o sol e o efeito é muito bonito.
Na volta para casa encontramos muitos
rollers pelas nas ruas do centro.
24 de setembro – A primeira coisa que fiz ao
chegar em Paris foi comprar o “Pariscope” a revista com a programação
semanal da cidade, exposições, concertos, teatro, etc. Mas, enquanto
a Vania estava interessada nos museus, já que era a primeira vez que vinha
Paris, eu tinha outras prioridades, como ir nos Banlieues (subúrbios)
conhecer a Paris dos imigrantes: dos árabes, chineses e africanos. A Paris que
não é a dos turistas. Vinha lendo sobre a dificuldade de aculturamento das
etnias árabes e chinesas, por motivos culturais, como a dificuldade com o idioma.
Como vinha também pesquisando sobre habitação social fui durante a St-Ouen, um
dos banlieues com muito imigrante.
Encontrei um
St Quen, com muita área verde, muitos jardins, quadras de esporte, um
ginásio público com piscina e também prédios residenciais bem conservados. Não
sei se é assim em todos os banlieues pois quando comentei a um frances que
queria ir a Clichy-Sous Bois fui demovida sob argumento que havia
muita violência.
À tarde fui com a Vania Marché aux Pucces, também em um banlieue de Paris. Como a maioria dos banlieues era ocupado por imigrantes e ali predominava os de origem africana, criando um belo cenário de mulheres naoegras com roupas muito coloridas. Infelizmente para fotografa-las só pegando-as desprevenidas.
O Marché era imenso, com 6 hectares e mais de 2 mil bancas e, havia desde
antiguidades (mobiliário do segundo império, 1852-70) até roupas, sapatos e
comida, etc. Eram vários mercados divididos por especialidade mas tudo era
muito caro e só consegui comprar um biscuit, dos pequenos, para a minha mãe.
Almoçamos num
restaurante local, que tinha uma comida muito boa.
25 de setembro – Não sem motivo nesta cidade onde a
cultura e o conhecimento era muito valorizado, as pessoas eram muito sociáveis
e simpáticas, ao contrário do que pensam muitos brasileiros. Ocorre com os
brasileiros é a grande diferença de educação – o francês faz questão do
"bon jour madame/ monsier" ou "merci” e “au revoir"
enquanto que o brasileiro, em geral, não é muito polido. Eu mesma cansei de
entrar em uma loja, pedir uma informação, virar as costas e sair... e ouvir nas
minhas costas "au revoir, madame"... constrangida, voltava a cabeça e
respondia "au revoir madame".
26 de setembro – Deixei a Vania em frente ao Louvre,
fui para a Biblioteca Nacional
Depois,
peguei-a em frente a Pyramide du Louvre e fomos em direção
a Place du Carrousel até o Musée de l'Orangerie, de arte
impressionista e pós-impressionista com muita Cézanne, Matisse,
Modigliani, Monet, Piscasso. Depois fomos pelo Jardin des Tuleries até
a Place de la Concorde.
27 de setembro – Fui ao quartier chinês que fica em
Porte de Choisy, divisa da Cité com o subúrbio. Assim como em Porte de St.Quen
ali as calçadas eram largas e bastante arborizadas. Havia também muito espaço
para lazer, como uma quadra de esporte, ginásio e uma piscina pública.
Os subúrbios são também servidos por metrôs e tem uma boa estrutura
de serviços, escolas, hospitais, etc. Em Porte de Choisy tem uma biblioteca
enorme e, ao contrário do centro de Paris, os prédios são altos
e modernos e, mesmo os de moradia social, são bem conservados.
Dalí
fui ao Parc de La Villette, onde tem a famosa Géode, a
enorme esfera que é na verdade uma tela de 180 graus onde passa filmes
3D; tem a Cité de la Musique, um belo complexo de prédio com
conservatório, biblioteca, estúdio, museu, etc, e a Cíté des Sciences et
de l'Industrie, com uma arquitetura moderna bastante interessante.
Há também muita área verde e, como tudo aqui, é mto mto grande.
Villiers-le-bel,
um dos banlieues considerados problemáticos, onde ocorreram os primeiros
movimentos de protestos de imigrantes em 2008, descobri que ficava perto de La
villette.
A noite fui
ao cinema e pretendia assistir "A nova guerra do botões" uma
refilmagem do filme americano de 1961 mas errei de sala e acabei assistindo
"Et maintenant on va où?". Uma maravilhosa trági-comédia, passada num
Libano em guerra, em uma vila onde convivem em harmonia cristãos e mulçumanos
até o dia em que começam as tensões religiosas entre os homens e as mulheres se
unem para evita-las.
Li que está
sendo muito elogiado o último filme de Nani Moretti "Habemus Papam".
Assisti também, embora não tenha me impressionado muito.
28 de setembro - Passando pelo centro de Marais,
pela rue François Miron, encontrei as duas casas, as mais
antigas de Paris, datadas do séc. XV e restauradas em 1967, conhecidas
como Mouton (ovelhas) & Faucheur (ceifadeira) pois
naquela época as residências não eram identificadas por números mas por placas
que evocavam atividades do comércio no térreo.
Neste dia fazia um céu de brigadeiro e fomos a Montmartre, começamos visitando a Basili
que du Sacré-Coeur. Não lembro se subimos pelo funicular, nem sei se já existia.
Mas, para ir a Mutte Montmartre teríamos que subir a pé e foi o que fizemos. Só não sei como consegui fazer a Vania andar tanto ainda mais com a temperatura entre 26/28 graus, para tristeza da Vania que, depois do calor na Itália, estava mais afim de curtir um friozinho.
01 de outubro – Aproximava-se da data de voltar ao
Brasil e dia 01 de outubro já começava a me despedir do Sena, do Hôtel de
Ville, dos músicos nas ruas, dos monumentos enfim, de tudo que amava nesta
cidade maravilhosa.
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No dia
seguinte fui à Neuilly-sur-Seine, uma comuna francesa do departamento de Altos
do Sena próximo a Bois de Boulogne, onde há muitos barcos casa.
02 de outubro – Uma longa caminhada, que começou
no Arc de Triomphe, passou pela Av. de la Grande Armée, depois
pela Av. Charles de Gaulle me levou até La Défense. Foram mais
de 5 km e 1h de caminhada mas, valeu a pena, pelo paisagismo e pelo entorno no
caminho - obvio, que voltei de metrô.
Do alto de La Defense dava para ver ao fundo o Arc de Triomph e no lado oposto o prédio mais icônico de La Défense, o Grand Arche.
No seu vão interno do Grand Arche caberia a Notre Dame, ele aloja um centro de conferência e galerias de arte – e faz parte do complexo empresarial e residencial que é La Défense. La Defense possui enormes espaços abertos, cheios de obras de arte belíssimas e muito espaço verde (precisei chegar perto da grama para verificar que não era artificial, de tão perfeieta). O complexo La Dèfense foi parte das grandes obras de Mitterrand, os Grands Travaux e possui um total de 80 hectares.
03 de setembro – Com tantas caminhadas no dia
anterior fiquei de molho no dia seguinte e só fui ao centro comprar os últimos
presentinhos porque amanhã seguinte iríamos ao Château de Versailles...
acho que estou precisando de novas pernas, estas ne marche pas!
06 de outubro – Passávamos numa rua de St German
quando nos deparamos com uma instituição que oferecia sopa para os moradores de
rua.